sábado, 31 de julho de 2021

Textos em julho 31

 * Victor Nogueira




2013 07 31 ORA TOMA - menos inpostos para as grandes mpresas e banca e mais impostos para o pagode, IVA na mesma e menos saúde, pior ensino, mais doença, mais desemprego, mais miséria, mais exploração. 

É bom não esquecer - PS Seguro negoceia com psd-cds e já não fala em eleições e não "negocia" para um programa de esquerda: denunciar o memorando (assinado por ps-sócrates, psd, cds), renegociar a dívida, re-nacionalizar a banca e os sectores estratégicos da economia

DOS JORNAIS

* Proposta de reforma do IRC pode custar 314 milhões ao Orçamento do Estado em 2014

* Privatização entre outras da TAP, ANA, CTT ... 

* BAIXA DE IRC BENEFICIA GRANDES EMPRESAS [e a Banca]

* "As pessoas que faziam aquilo que era menos importante têm que ser afectas a fazer outras coisas que são mais importantes e, se não for preciso tanta gente para fazer isso, essas pessoas têm de ir fazer alguma coisa para outro lado”, salientou. Não pode, acrescentou, “o Estado ficar-lhes a pagar eternamente para fazer o que não é preciso - isto é assim em qualquer país desenvolvido do mundo” (Passos Coelho)

* Seguro aceitou convite do primeiro-ministro para negociar reforma do IRC

* «Não há razão para não haver convergência entre o Governo e o PS» (TóZé Seguro)

* «Deste Governo há que esperar o pior» PS vai participar na reforma do IRC no Parlamento.  Para o PS, quanto mais depressa fizermos a reforma do IRC melhor será para o nosso país.

* “E devo dizer, em nome do pragmatismo, que, entre desemprego, que é uma chaga social, e a precariedade laboral, que é outra chaga social, costuma-se dizer que venha o Diabo e escolha, mas há uma pior que a outra: é preferível termos contratos precários do que não termos contrato algum”, acrescenta, em declarações aos jornalistas antes da entrada para a reunião. (Carlos Silva, da UGT, na "consertação" Social, com a benção do BES (Banco Espírito Santo)


2015 07 31 foto de família - Luanda, numa das churrasqueiras, salvo erro do Cacuaco (foto jj castro ferreira)

Um  retrato psicológico dos Nogueira da Silva em família - Manuel (enigmático), Victor (jovem contrariado e desta feita não sempre sorridente), Maria Emília (sempre sorridente e alegre) e Zé  Luís (adolescente contrariadíssimo) - Frango de churrasco com piri-piri ardente, bifes com batatas fritas e ovo a cavalo e bacalhau assado com batatas, eram duas das especialidades gastronómicas, para além das cervejolas (da CUCA), vinho, coca cola e laranjadas.

2021 07 31 OS HOMENS QUE VIAM PASSAR OS COMBOIOS  - Estava uma desagradável brisa fresca quando saí ao fim do dia para fotografar as chaminés fabris que ainda "resistem" em Setúbal, memória da indústria conserveira, baseada na mão-de-obra super-explorada,  sem direitos,  que "deu" trabalho ao operariado de Setúbal, vivendo em condições insalubres mas em luta mesmo desde os alvores da República,  apesar das forças repressivas ao mando do patronato.  

Os edifícios, quando não em ruína, ou são  demolidos ou "reconvertidos, e apenas a antiga Fábrica Periennes alberga o Museu do Trabalho Michel Giacometti, que recolhe o  espólio das campanhas que dirigiu, para lá duma pálida ideia do que eram o processo  de produção e condições de trabalho na indústria conserveira.

Não tendo apostado  na mecanização e automação dos processos de fabrico,  as fábricas foram falindo umas atrás das outras na sequência do 25 de Abril e da conquista do Trabalho com Direitos, incluindo o duma vida condigna.


2021 07 31 Foto Victor Nogueira  - Grafito numa parede -  Liberdade  para Mumia Abu-Jamal, pseudónimo de Wesley Cook (24 de abril de 1954), jornalista, ex membro dos Panteras Negras, condenado à morte pelo suposto assassinato dum polícia. Num segundo julgamento a pena de morte foi comutada em prisão perpétua. Mumia nos seus programas radiofónicos denunciava as violências e racismo que vitimavam as populações pobres, incluindo o das forças policiais, sendo considerado "a voz dos que não têm voz"  

sexta-feira, 30 de julho de 2021

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Textos em julho 29

 * Victor Nogueira

  2010 07 29 Água e Fogo ! 

.Como sempre, nesta altura, Portugal arde. Responsáveis: a desertificação e falta de limpeza das matas, a piromania por psicopatia ou interesses urbanísticos, a incúria governamental. O Governo aluga uma série de helicópteros - quanto mais trabalho, mais facturam, n'é? Depois lá andam os voluntários, semi-profissionalizados. Não fossem eles e ardia tudo. Ainda me lembro de nos idos de 1960 soar a sereia no quartel dos Bombeiros Voluntários de Évora e ouvi-los descer de botas cardadas ressoando nas pedras da calçada, largando os empregos, seguidos pouco depois da sirene dos carros de combate a incêndios !

Entretanto a 5 de Agosto deverão ser conhecidas as sentenças do Processo Casa Pia que, tal como o Freeport, foram montanhas que pariram ratinhos, para gáudio da Carochinha que assim evitou que o João Ratão ficasse cozido e assado no caldeirão !!!

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Caldeirão em que está metido Jardim Gonçalves e mais alguns bons rapazes acusados de crimes no BCP, essa jóia modelo da gestão privada e da sua superioridade sobre a gestão estatal, como então frequentemente era trombeteado. Lá vai o Jardim fazer companhia ao Oliveira da banca, enquanto lá por fora Vale e Azevedo continue escapado às malhas da Justiça e o caso Apito Dourado tenha batido com os burros na água! Há futebol e futebóis, há ir e não voltar Uma caldeirada, que para isso servem os amigos, que assim se safou o Caldeira pois no final ninguém o acusou, pois os acusadores poderiam mudar para o banco dos réus, por falta de suplentes!

De Maddie já não se fala, o corpo não foi encontrado, logo não poderia haver acusação. O que não impediu que a mãe e o tio da Joana estejam a malhar com os ossos na cadeia. Vamos lá ver o que sucederá ao Alemão, que terá assassinado a mãe e não dá conta do paradeiro da filha de ambos, que até agora nem morta nem viva apareceu ! Há sempre várias perspectivas e a anglo-germanófica dá bué para burriés.

Fora isso, o calor continua !



2013 07 29  Com a conivência do PS-Seguro e companha [que "negociaram" com o PSD.CDS mas recusaram e recusam reunir com o Bloco e o PCP com vista a estabelecer um programa.] Que recusou e recusa o PS à esquerda enquanto reunia e é conivente à direita ? 

1. - recusaram denunciar o memorando assinado pelo PS-Sócrates 

2. - recusaram exigir a renegociação da dívida , 

3. - recusaram debater um programa mínimo com vista a eleições imediatas,

o Governo PSD-CDS (com a conivência do PS e da UGT) continua na plenitude das suas funções, sem eleições (esCavaco dixit como a Banca e as grandes empresas ordenaram aos manageiros de turno) -->

1. - destruição do Estado Social, 

2. - Privatização entre outras da TAP, ANA, CTT ... 

3. - despedimento de milhares de trabalhadores da Administração Pública que asseguram o funcionamento da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde, da Segurança Social e múltiplos serviços prestados pelas Autarquias Locais, 

4. - agravamento da falência de milhares de pequenas e médias empresas (com o consequente aumento de desemprego), para maior glória dos Bancos Alimentares e da Caridadezinha da Misericórdia, subserviente, "bem comportada" e de de chapéu na mão.

Até à custa da miséria que fomentam as grandes empresas (como as grandes superfícies comerciais) e a banca facturam para encher a sua bolsa à custa da nossa.

Tudo para continuar o regabofe da Recapitalização da Banca da especulação financeira e da usura, das Parcerias Público Privadas na Rede Viária e na Saúde e Seguradoras e para quem mais ou menos encobertamente apoia PS (Sócrates/Seguro) - PSD (Cavaco/Durão Barroso/Ferreira Leite/Passos Coelho) - CDS (Paulo Portas & Portas, Paulo).  

Tudo com vista a diminuir ainda e cada vez mais  a carga  fiscal sobre as grandes empresas (diminuindo as receitas do Estado) enquanto aumenta e agrava a que recai sobre os trabalhadores, os reformados e pensionistas, as pequenas e médias empresas  e diminui o valor das prestações sociais (que até passaram a pagar "imposto" na doença e no desemprego, sem esquecer os pensionistas e reformados)

O PCP exigiu a tributação das mais valias resultantes da especulação bolsista mas a caga fiscal sobre as mais valias é "aliviada" para aumentar ... a "competitividade", com lucros sempre garantidos de acordo com as ordens das troikas internas e externas.

DOS JORNAIS

* BES regista prejuízo de 237 ME no primeiro semestre

* BCP fecha primeiro semestre com prejuízo de 488 milhões Banco pagou quase 170 milhões ao Estado no primeiro semestre.

* Barclays com prejuízo em Espanha até 2014

* O Banif reduziu o prejuízo em 8,9% no primeiro trimestre deste ano para 69,2 milhões de euros

* À excepção do BPI, o primeiro trimestre do ano foi de prejuízos para os bancos portugueses. Os que pediram ajuda ao Estado vão implementar uma reestruturação imposta por Bruxelas.

** Decisão de Cavaco engorda Bolsa em 778 milhões

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* "A taxa de IRC é muito elevada em Portugal, é uma das três mais elevadas da Europa e, portanto, tem um caráter desadequado numa pequena economia com problemas estruturais e muito aberta", explicou Lobo Xavier na apresentação do anteprojeto para a reforma do IRC, que está a decorrer em Lisboa.

* BAIXA DE IRC BENEFICIA GRANDES EMPRESAS [e a Banca]

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* É mentira que a taxa de IRC paga pelas empresas em Portugal seja 31,5%. A taxa média efetiva é apenas 17% Pg 1 A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA SOBRE A TAXA DE IRC PAGA PELAS EMPRESAS, E A MENTIRA QUE A SUA REDUÇÃO DETERMINARIA MAIS INVESTIMENTO, MAIS 

CRESCIMENTO ECONÓMICO E CRIAÇÃO DE EMPREGO 

E É MENTIRA QUE A TAXA DE IRC PAGA PELAS EMPRESAS EM PORTUGAL SEJA 31,5%, POIS A TAXA EFETIVA MÉDIA É DE 17%, E A PAGA PELAS GRANDES EMPRESAS É APENAS 15% 




Lutos Nacionais

 


5 dias

5 1980 - falecimento do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, e do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa (Caso Camarate) - 5 dias de luto nacional (5, 6, 7, 8 e 9 de dezembro).

3 Dias

3 1977 - vítimas do acidente aéreo no Funchal - 3 dias de luto nacional (21, 22 e 23 de novembro)

31980 - vítimas do sismo dos Açores de 1980 - 3 dias de luto nacional

3 1981 - falecimento de Anwar Al Sadat, presidente do Egito - 3 dias de luto nacional (6, 7 e 8 de outubro)

3 1985 - vítimas do desastre ferroviário de Moimenta-Alcafache - 3 dias de luto nacional

3 1986 - falecimento de Samora Machel, presidente de Moçambique - 3 dias de luto nacional (21, 22 e 23 de outubro)

3 1989 - falecimento do imperador Hirohito do Japão - 3 dias de luto nacional (9, 10 e 11 de janeiro)

3 1999 - falecimento de Amália Rodrigues - 3 dias de luto nacional (6, 7 e 8 de outubro, com funeral de Estado)

3 2001 - vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 - 3 dias de luto nacional (12, 13 e 14 de setembro)

3 2005 - falecimento do Papa João Paulo II - 3 dias de luto nacional (6, 7 e 8 de abril)

3 2010 - vítimas da tempestade na ilha da Madeira - 3 dias de luto nacional (22, 23 e 24 de fevereiro)

3 2013 - falecimento de Nelson Mandela - 3 dias de luto nacional (6, 7 e 8 de dezembro)

3 2014 - falecimento de Eusébio - 3 dias de luto nacional (5, 6 e 7 de janeiro)

3 2017 - falecimento de Mário Soares, antigo presidente da República - 3 dias de luto nacional (9, 10 e 11 de janeiro, com funeral de Estado)

3 2017 - vítimas do incêndio florestal em Pedrógão Grande - 3 dias de luto nacional (18, 19 e 20 de junho)

3 2017 - vítimas dos incêndios florestais nas regiões Centro e Norte do país - 3 dias de luto nacional (17, 18 e 19 de outubro)

3 2019 - vítimas do acidente com autocarro de turismo na ilha da Madeira - 3 dias de luto nacional (18, 19 e 20 de abril).

2 Dias

2 1996 - falecimento de António de Spínola, antigo presidente da República - 2 dias de luto nacional (13 e 14 de agosto)

2 1999 - falecimento do rei Hassan II de Marrocos - 2 dias de luto nacional (24 e 25 de julho)

2 2001 - falecimento de Francisco da Costa Gomes, antigo presidente da República - 2 dias de luto nacional (1 e 2 de agosto)

2 2001 - vítimas da tragédia de Entre-os-Rios - 2 dias de luto nacional (6 e 7 de março)

2 2010 - falecimento de José Saramago - 2 dias de luto nacional (19 e 20 de junho)

2 2015 - falecimento de Manoel de Oliveira - 2 dias de luto nacional (2 e 3 de abril).

1 Dia

1 1991 - vítimas do massacre de Santa Cruz, em Timor-Leste - 1 dia de luto nacional (19 de novembro)

1 1998 - falecimento de D. António Ribeiro, cardeal-patriarca de Lisboa - 1 dia de luto nacional (25 de março)

1 2004 - falecimento de António de Sousa Franco - 1 dia de luto nacional (11 de junho)

1 2004 - falecimento de Carlos Paredes - 1 dia de luto nacional (24 de julho)

1 2004 - falecimento de Luís Nunes de Almeida, presidente do Tribunal Constitucional - 1 dia de luto nacional (8 de setembro)

1 2004 - vítimas dos atentados de 11 de março de 2004 em Madrid - 1 dia de luto nacional (12 de março)

1 2005 - falecimento da Irmã Lúcia - 1 dia de luto nacional (15 de fevereiro)

1 2005 - falecimento de Álvaro Cunhal - 1 dia de luto nacional (15 de junho)

1 2005 - falecimento de Jorge Alberto Aragão Seia, presidente do Supremo Tribunal de Justiça - 1 dia de luto nacional (30 de janeiro)

1 2014 - falecimento de D. José Policarpo - 1 dia de luto nacional (14 de março)

1 2017 - vítimas da tragédia com queda de árvore na ilha da Madeira - 1 dia de luto nacional (18 de agosto)

1 2018 - falecimento de António Arnaut - 1 dia de luto nacional (22 de maio)

1 2019 - falecimento de Agustina Bessa-Luís - 1 dia de luto nacional (4 de junho)

1 2019 - falecimento de Diogo Freitas do Amaral - 1 dia de luto nacional (5 de outubro)

1 2019 - vítimas de violência doméstica - 1 dia de luto nacional (7 de março)

1 2020 - falecimento de Eduardo Lourenço - 1 dia de luto nacional (2 de dezembro)

1 2020 - falecimento de Gonçalo Ribeiro Telles - 1 dia de luto nacional (12 de novembro)

1 2020 - vítimas da pandemia de COVID-19 - 1 dia de luto nacional (2 de novembro)

1 2021 - falecimento de Carlos do Carmo - 1 dia de luto nacional (4 de janeiro)


Durante o Seculo XX, anteriormente a 25 de Abril de 1974, houve os seguintes Lutos Nacionais


1908 - assassínio do rei D. Carlos e de D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal - 4 meses de luto nacional, de 1 de fevereiro a 1 de junho de 1908 (2 meses em luto carregado, 2 meses em luto não carregado) 

1910 - falecimento do rei Eduardo VII do Reino Unido - 30 dias de luto nacional, de 7 de maio a 7 de junho de 1910 (15 dias em luto carregado, 15 dias em luto não carregado) 


1923 - falecimento de Guerra Junqueiro - 1 dia de luto nacional (14 de julho, dia do funeral) 

1924 - falecimento de Teófilo Braga - 1 dia de luto nacional (31 de janeiro, dia do funeral - funeral de Estado) 

1924 - falecimento de Sacadura Cabral - 1 dia de luto nacional (15 de dezembro) 

1925 - falecimento de João Chagas - 1 dia de luto nacional (31 de maio, dia do funeral) 


1945 - falecimento de Adolf Hitler - 3 dias de luto nacional (2 a 4 de maio) 

1951 - falecimento de Óscar Carmona, presidente da República - 15 dias de luto nacional (18 de abril a 2 de maio, com funeral de Estado) 

1951 - falecimento da rainha D. Amélia - 1 dia de luto nacional (29 de novembro, dia do funeral) 

1970 - falecimento de António de Oliveira Salazar - 4 dias de luto nacional (27, 28, 29 e 30 de julho, dia do funeral - funeral de Estado) 


Fonte: Wikipedia


quarta-feira, 28 de julho de 2021

Textos em julho 28

 * Victor Nogueira

2012 07 28 Diz Soares do Santos, que em tempo de crise e fuga aos impostos se tornou o homem mais rico de Portugal, com familiares entre os 10 mais ricos -  que não vai despedir trabalhadores. 

Mas, como a lógica do sistema capitalista é a a maximização do lucro, não sei quais os salários médio e modal das suas empresas nem que regalias sociais dá aos trabalhadores. Para já o 1º de Maio, que deu prejuízo, foi pago pelos fornecedores e mesmo assim deu prejuízo, que sgd SS será compensado em futuras campanhas. 

Logo que SS arrume com o Modelo/Continente de Belmiro logo de outro poleiro cantará. 

Eles arrumaram - belmiros, SS, Jumbos, Lidl, Intermarché e Cia, arrumaram com todo o comércio tradicional e controlam todo o processo de distribuição desde a pequena mercearia até ao hipermercado. E como o pessoal que ainda tem algum dinheiro precisa de comer, enquanto houver dinheiro eles nunca perdem. Aliás, eles já entre si combinam os preços para dar a ideia de que há concorrência, mas o verdadeiro beneficiário será entre eles o que mais garras tiver. E neste momento é o SS como poderia ser o belmiro ou qualquer outro. 

É como nisto dos "mercados": logo que o capital financeiro tiver arrumado todos os países da união europeia, comerá a própria cauda, isto é, a República Federal Alemã por detrás da qual se acoita.

Não haja ilusões !

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2013 07 28 "Passos acredita que Constituição não irá impedir a redução dos funcionários públicos "

PREPAREM-.SE PARA A BORDOADA pois quem pia assim não é gago: o sujeito pensa, embora o seu pensar seja muito rasteirinho e duma escola  rançosa

A propósito, alguém ouve o seguro e companha do PS e da UGT a exigirem a imediata demissão do Governo, a dissolução da Assembleia da República  e a realização de eleições ?

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2018 07 28 Toda esta gente que faz alarido em torno de Robles/BE faz apenas um exercício pafioso cínico, pois nada se indigna com facilitadores de negócios na área do PS(d)CDS, das privatizações em regabofe por tuta e meia, das fraudes em torno da Banca, alguma falida como o BPP, BPN ou BES, ao serviço de amigos de peito, sem esquecer a CGD do Vara/Sócrates/Macedo, ou as Swap's, as PPP's, os off-shores (incluindo o da Madeira)  ou a submissão ao vampiresco capital financeiro transnacional da UE / FMI / BE sem esquecer a NATO

Qualquer militante que se reclame de esquerda, socialista ou comunista, não tem de viver num bairro de lata ou de habitação social ou auferir o SMN ou o RSI ou desvalorizar o seu património.

Mas sendo militante ou dirigente ou eleito dum partido que se reclama de anticapitalista, deve ter a inteligência  política de saber e assumir que “á mulher de César não basta apenas ser honesta  …”

Robles não deveria ser “eleito” e  deveria ter-se demitido, para salvaguardar o partido. Não o fez mantém a confiança do  BE. BE que já tem outros handicaps como os de Salvaterra de Magos ou do “Zé” sempre em pé no urbanismo da CM Lisboa ou do Chora da Comissão de Trabalhadores da AutoEuropa em Palmela.

"À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta".


terça-feira, 27 de julho de 2021

Textos em julho 27

 * Victor Nogueira








2021 07 27 Sem o povo indómito, entusiasmado, na rua em 25 de Abril e nos dias, semanas e meses subsequentes, não teria havido Revolução, mas apenas a mudança das moscas sob o comando de Spínola, moscas cujas larvas assomam agora em revoada à luz do dia e das trevas.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Textos em 2015 Julho 26 - SOBRE AS ALFORRECAS E A MIOPIA


* Victor Nogueira

Os EUA, onde brilham como mil sóis constelações como Hiroxima e Nagasáqui ou Pinochet, Noriega ou Fulgêncio  Batista, os coronéis gregos ou Salazar e Franco, são o que são porque nele "desaguaram" os foragidos europeus à miséria e à intolerância religiosa e política, os escravos arrebanhados por negreiros em África, os asiáticos expulsos das suas terras pelo império do Capital. Todos eles - incluindo os foragidos à "justiça", encontraram pela frente os ameríndios, chacinados em autêntico genocídio como o que os europeus também praticavam em África, na Ásia, na América do Sul.  

Destruídas a história a memória e o passado, na terra da intolerância e da miséria capitalistas, só por ironia e com humor negro se poderá falar dos EUA como exemplo e como "farol" da solidariedade e do respeito pelos direitos da Humanidade a seguir por quem quer que seja que ame a Vida, a Natureza e a Humanidade. 

Sem esquecer que esta Alemanha, que se seguiu à do III Reich, é uma criação do Plano Marshall contra os ideias comunistas na época personificados pela URSS. 

Quanto ao Kapital esse há muito que não tem Pátria, estando cada vez mais para além das nações. Afinal,  o Estado-Nação foi  necessário apenas para derrubar os limites, as barreiras  e as portagens dos senhorios feudais, entraves ao desenvolvimento capitalista, livre e sem fronteiras. Este, em que se degladiam entre outros a Alemanha de Merkel e os EUA de Obama.

2015 07 


domingo, 25 de julho de 2021

textos em julho 25

 * Victor Nogueira



2010 07 25 E porque hoje é domingo ...
 
Domingo é, dizem, o Dia do Senhor, embora não para os Judeus e não para todos os Cristãos pois para eles é o sábado! Do trabalho ao sábado não se fala, mas apenas do que é feito ao Domingo, não se percebendo afinal bem qual a razão de tanto escarcéu por se trabalhar ao ... Domingo. Se Domingo é o dia do Senhor e se os novos Senhores são Belmiros, Gates e Cia, nada melhor do que prestar homenagem aos novos Senhores no dia deles, trabalhado e contribuindo com generosos dízimos  vezes Y.
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Eureka ! 
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Neste domingo esteve mesmo calor, mesmo muito calor, um calor pouco paradisíaco, mas insondáveis são os pétreos  desígnios de S. Pedro !
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Fora isso vão começar as manobras da NATO junto à Coreia do Norte que as considera uma provocação e ameaça retaliar à bomba ... nuclear ! O Correio da Manha, à falta de outros assuntos, noticia até à exaustão, diariamente, crimes, assassinatos, assaltos e uma ou outra falência. Felizmente os bancos portugueses passaram nos testes de robustez mas à  cautela dificultam o acesso ao crédito à habitação e aumentam as  comissões e  as despesas de gestão de contas inactivas. Sacam do que não é deles, ganham dinheiro com o que não é deles e sacam ... sobre as contas "inactivas"  ou de pequeno valor. Ao pé disto, Ali Bábá seria um artolas e a sua caverna um buraco ! Quanto ao Zé Pagode e à Maria Paciência afundam-se de buraco em buraco até ao atoleiro final !
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E como hoje ainda é domingo, por aqui me fico !
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Publicado no Mu(n)do Phonographo em 2010.07.25



2010 07 25 Tudo ao molhe ...
Assunto:  Tudo ao molhe ...
Data:  25/Jul 3:26

* Victor Nogueira
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As grandes superfícies esfregam as mãos de contentes, por finalmente poderem abrir aos domingos e feriados, com o argumento de que vão criar milhares de postos de trabalho .. numa altura de (quase) total desregulamentação do trabalho, do crescimento do desemprego e da diminuição do poder de compra de vastas camadas da população. (1)
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Em contrapartida a Confederação do Comércio Português esbraceja contra tal medida porque levará à falência milhares de empresas e aos desemprego milhares de trabalhadores. Do ponto de vista dos trabalhadores, entre uma e outra que venha o Diabo e que escolha. Ambas se estribam na mão de obra barata e desqualificada, na sanguessunguisse da exploração da mais-valia e na acumulação de capital, na desregulamentação laboral!
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Seraficamente a Igreja Católica propõe que os políticos cristãos doem (ai se doem) 20 % dos seus rendimentos para obras de misericórdia ! Venda, que voltará a apresentar a feriadal proposta a partir da bancada do PS na próxima legislatura (2), diz que Não. Desta vez, acertadamente, Alegre, o poeta/político ou o político/poeta diz que é em sede da fiscalidade que se alcança a justiça social. E Joana Amaral Dias levanta a questão da contribuição como exemplo das "riquezas" da Igreja, cuja origem, montante e proveniência ninguém controla e que, até onde sei, é um dos piores patrões nas "Misericórdias" e nas Instituições Particulares de Solidariedade Social. (3)
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Um escriba de serviço em Correio da Manha, de sua graça João Pereira Coutinho, afirma que a possibilidade das grandes superfícies abrirem aos domingos e feriados é um avanço civilizacional, pois a populaça poderá ir às compras sem estar espartilhada por anacrónicos horários de funcionamento. Que a populaça esteja no desemprego ou com salários e reformas de miséria, portanto sem poder de compra, é algo que escapa ao escriba do Correio da Manha. E que seja essa mesma populaça transformada em exército "industrial" de reserva que assegurará o funcionamento de cerca de 200 grandes superfícies é algo que escapa ao escriba Speedy Gonzales ou Pepe Rápido! (4)
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Como escapa à Igreja Católica assumir uma contabilidade clara e "séria e um tratamento humano e justo dos que para ela trabalham e a prescindir das benesses fiscais da Concordata.

Quanto aos comentários dos leitores do Correio da Manha a propósito do artigo de Joana Amaral Dias,(3) apesar dos reparos ao artigo referido em (4),cabe-me parafrasear Brecht: primeiro levaram a aristocracia operária da Cintura Industrial de Lisboa e não me importei pois nada tenho a ver com o Zé Ferrugem, embora seja ele que crie riqueza; em seguida atacaram os magistrados, os professores e os médicos do sector público e eu não me importei porque não sou magistrado, médico, juiz ou professor com salários e reformas "milionárias" (Se PS/PSDCDS e a TV o dizem deve ser verdade); A seguir atacaram os Mangas de Alpaca e não me importei pois muitos deles acolhem-me com desleixo e sobranceria; agora atacam os burgueses da classe média e não me importo, pois estou desempregado ou vivo de esquemas e fugas aos impostos e não estou para aturar malandros que, embora paguem impostos, vivem à custa de todos nós.
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Eu sou Xico-Esperto e não me fazem o ninho atrás da orelha, embora não enxergue dois palmos à frente do nariz e não questione os salários e as vendas milionárias de futebolistas com isenções fiscais nem veja escarrapachados os rendimentos da Igreja Católica, da Igreja Universal do Reino de Deus ou dos cem mais ricos de Portugal, os tais que esfregam as mãos de contentes graças à minha inteligência.
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Num país súcialista e laico, poder-se-á dizer "haja Deus!?"
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 (1) - Horário do comércio ao Domingo - Governo cede à grande distribuição
.(2) - As Luminosidades do Reyno em Comédia de Enganos !
.(3) - Pensar Alto, por Joana Amaral Dias
.(4) - A Voz da Razão ou a Ditadura dos Horários, segundo Pereira Coutinho

sábado, 24 de julho de 2021

Textos em julho 24

 * Victor Nogueira





2010 07 24 Traulitadas e bom fim de semana !  
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Na Assembleia da República o PS ajudou a "chumbar" o projecto feriadal de Venda e Carneiro, mantendo-se assim os feriados religiosos e outros nos dias certos, como são o 1º de Maio, o 25 de Abril e o 5 do Outubro. Mas ... ao arrepio da Assembleia da República o Governo aprovou a abertura das grandes superfícies comerciais transferindo a decisão para as autarquias, com protestos da Igreja Católica pois o domingo deve ser o dia da família e não consumista. Mas hoje as catedrais são outras e delas beneficia a Igreja Católica por portas e travessas.
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Os Passos do Tango ao pretender subverter o que resta da Constituição em termos de direitos individuais e colectivos dos trabalhadores e das populações permitem a Sócrates esganiçar-se em defesa do Estado Social, do Serviço Nacional de Saúde e do Sistema Público de Ensino, que ele tem escavacado com enorme alegria do patronato na senda de ilustres antecessores como Sá Carneiro, Mário-Só-ares e Alegre, Cavaco, Durão, Barroso & Cia.
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Tricas de comadres para desviar a atenção da alienação do que resta de "lucrativo" em sectores estratégicos da economia, delapidando o património público na senda servil da União Europeia do grande capital sem rosto, honra ou pátria.
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No fundo, no fundo, PS/PSD/CDS lá se entendem encenando divergências à boca da cena escamoteando o que se passa por detrás dos bastidores e nos camarins com muito fumo nebolento mas rápido! Campeões da democracia deles, pretendem mandar às urtigas o Zé Pagode e a Maria dos Tremoços preparando-se para governar cada vez mais longe do escrutínio nacional em nome do interesse nacional. Que interesse é o destes capatazes já o Povo sabe e sente na pele, mas incapaz do salto qualitativo que vara, quero dizer, que varra a tropa fandanga fardada de mandarete que desgoverna a maioria dos trabalhadores e das populações, num país sem futuro, mas cada vez mais cinzento e frio para quem não for gestor ou futebolista de "sucesso" ou pequeno patrão com a corda no pescoço mas que pretende não se afundar à custa da mão de obra barata e pau para toda a obra, estilo come e cala, sem que daí saia fois-gras.
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Na verdade, uma verdadeira revisão constitucional deveria ter poucos e sucintos artigos, que consagrassem;
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artº 1º - Todo o poder aos empresários de sucesso, incluindo a banca, as seguradoras e as grandes superfícies comerciais
artº 2º - Todos os trabalhadores têm o dever de comer e calar sendo-lhes assegurado que saibam soletrar as primeiras letras e contar pelos dedos das duas mãos, proibindo-se o uso dos pés, reservado aos futebolistas de sucesso.
parágrafo único - Todos os pedidos de reforma ou de aposentação serão obrigatoriamente acompanhados da certidão de óbito, sem a qual não terão seguimento.
artº 3º - A todos os inválidos, doentes e velhotes é reconhecido o direito de escolherem o local em que piamente levarão um tiro por detrás da orelha ou em que serão gaseados.
artº 4º - A presente Constituição vigora ad aeternum
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publicado no Mu(n)do Phonographo em 2010.07.23


2012 07 24 Calvin e Hobbes, de Bill Masterson - Já em nota anterior referi personagens "infantis" da BD, em  Dennis, o Pimentinha (the Menace) ou Luís, o Traquinas e outras crianças
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Calvin e Hobbes são dos meus preferidos, pois Calvin é um miúdo "natural", com muitas "saídas"  semelhante às de muitas crianças que eu  conheço, nas suas aventuras, inventividades e tropelias, incluindo-me.  Hobbes, o tigre de peluche incarnado, compincha de travessuras e voz filosófica e ajuizada da consciência e que funciona como o alter ego de Calvin,  Outros personagens da série são os pais - uma mãe stressada com as tropelias e um pai paciente, para além de Susie, que Calvin frequentemente finge ignorar e às suas tentativas de aproximação e  brincadeira. Um outro personagem é vítima dos "ataques" de Calvin: a "martirizada" Rosalyn, a baby-sitter que permite aos pais do miúdo saírem para espairecer.

Pubiicada e republicada durante anos no jornal "Público", a primeira secção a ler - antes de todas as outras - é presentemente reeditada no "Correio da Manhã"


2017 07 24 Isto é uma guerrilha contante dos Pafiosos a que a comunicação "súcial" dá guarida amplificada, em que vale tudo para levar a água a certos moinhos, desde certos valentes apadrinhados com  Coelho, até ao "colapso" do Estado [neo-liberal e capitalista] em Pedrógão e Tancos. Cansa tanta "miséria" moral, tanto despudor de quem é apenas a voz do dono, os dos envolvidos em manigâncias financeiras de alto coturno, sediados em off-shores ou na alva Suíça, especialistas em fugas aos impostos, traficantes de influências e exploradores de mão de obra barata, sem direitos, com que amalgamam as suas grandes e obscenas riquezas.

São os lacaios dos senhores donos disto tudo, os lacaios dos 1% e seus capatazes, que mexem em (quase) todos os cordelinhos !

IMAGEM - Edvard Munch - O Grito


sexta-feira, 23 de julho de 2021

Textos em julho 23

 * Victor Nogueira




2018 07 23 Foto victor nogueira . a várzea de Setúbal é solo agrícola de elevada produtividade (Reserva Agrícola Nacional) que deveria ter sido protegido   ocupado por quintas agrícolas paulatinamente substituídas por loteamentos urbanos na sequência  da especulação urbanística desenfreada iniciada a partir dos anos ’60 do século XX a que 16 anos de gestão PS/Mata Cáceres, o  «Manel do alcatrão», não teriam posto termo mas que a subsequente gestão da CDU tem procurado inverter.

Há uma história sobre o actual traçado da variante da EN 10 que atravessa a várzea, da iniciativa da gestão PS/Mata Cáceres, e do mirante da Quinta da Azeda, que escapou à natural  demolição por parte de quem nos anos ‘90/’80 nenhuma preocupação teve pela preservação do património histórico, natural, cultural, paisagístico ou edificado do município.

Este troço parcial deste aqueduto e duma nora que não sei se ainda existe, para além do mirante da Quinta da Azeda, uma das 1ªs obras em betão armado, são dos poucos testemunhos que as desordenadas e desenfreadas especulações urbanísticas não arrasaram. Malgré tout.

A memória desses tempos persiste ainda no nome de urbanizações como as das Quintas do Freixo, da Azeda, do Alves da Silva, do Aranguez ou de Vanicelos.   

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Os textos em 2013 07 19

 Victor Nogueira


2013 07 19 Em declarações ao PÚBLICO, o coordenador do Bloco afirmou que a declaração do secretário-geral do PS, António José Seguro, é alvo de uma contradição: "As palavras que ouvimos de António José Seguro levantam uma grande dúvida, que é saber porque  é que dialogou à direita durante uma semana, dando um balão de oxigénio a um Governo moribundo, e recusou dialogar à esquerda".


2013 07 19 DOS JORNAIS

* Seguro reage a Passos "com silêncio" para não perturbar o diálogo
* Passos censura a incerteza introduzida por eleições antecipadas em 2014. e perturbam regresso aos mercados.
* Cavaco destaca sinais "muito positivos" das reuniões
* "O partido - PS - vai surgir aos olhos da opinião pública como um partido que deu a mão a um Governo que estava morto", disse Vítor Ramalho. "O PS deixará de ser a referência da oposição ao próprio Governo. Nós temos que ser claros, não podemos estar dos dois lados", acrescentou.
* "Tenho a certeza de que não vai haver acordo entre PS e a direita do Governo, porque isso ia criar uma cisão no PS e só iria beneficiar o PCP". Palavras de Mário Soares, na mesma altura em que o Presidente Cavaco Silva destacou os sinais "muito positivos" que saem das reuniões que decorrem entre PSD, PS e CDS com vista ao compromisso de "salvação nacional"


2913 07 19 .DOS JORNAIS

* Ronda negocial terminou e líderes dos três partidos vão a Belém
* PCP e PEV consideram que PS está a fazer "frete" ao GOVERNO
http://www.publico.pt/.../oitava-reuniao-entre-psd-ps-e...

EM TEMPO E COM RUMO CONTRÁRIO
* PCP e Bloco sublinham "grande convergência" no final de reunião conjunta


2013 07 19 DOS JORNAIS
* Famílias em "modo de sobrevivência" já compram menos pão, azeite e fruta
* Metade dos alunos melhorou aproveitamento depois de a escola garantir pequeno-almoço
* Seguro reage a Passos "com silêncio" para não perturbar o diálogo
*"Em guerra não se limpam armas", garante Passos
* Cavaco pede aos partidos que ouçam a UGT e os patrões

PARA ALÉM e para lá DA ESPUMA DOS SILÊNCIOS E DAS PALAVRAS ...
Os interesses partidários são os interesses que cada partido defende e que beneficiam ou não determinadas classes sociais e, dentro destas, as várias camadas ou estratos sociais. 
Diz-me, partido, quem para lá da aparência das palavras, beneficia da tua política e dir-te-ei que classes sociais tu representas e então perceberás que água e azeite não se podem misturar e que ,água é água - H2O - que pode aparentemente parecer diferente graças aos corantes, sal ou açúcar, e que aezite é azeite, pesem embora os vários graus de acidez.
Os dirigentes do ps-psd-cds, seguros com portas abertas por passes de coelho mais ou menos sócretinos, são obesas criaturinhas, mais ou menos mumificadas ou  nao  crianças mas  adultos envilecidos que dão cartas e destrunfam sempre para o lado dos m€Smo$.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Textos em 2013 julho 07

 * Victor Nogueirita


2013 07 07 Nada entenderemos da dinâmica das marés e como aproveitá-la se nos ficarmos pela espuma das ondas que morrem na praia envoltas em neblina ou fumaça. Ou se pensarmos que os artistas não têm quem nos bastidores os apoie, se não quiserem ir pela borda fora, descartáveis. Nada entenderemos se ficarmos pelos juízos de valor como se se tratasse apenas do caracter das pessoas. 

Nada entenderemos se tomarmos como nossa uma vergonha que é a deles. Nossa, será a honra de correr com eles - os que estão no palco ou na comunicação social e - sobretudo - os que nos bastidores escrevem as narrativas e manobram nas águas turvas. A nossa vergonha e a nossa honra não são a deles, que enchem o bandulho e vivem à custa da miséria e do divisionismo que fomentam entre a esmagadora maioria dos que por eles são explorados, roubados e desprezados.

Aproveitando a boleia de gaspar, portas - que sempre esteve com um pé no governo e outro fora dele, deu um salto, para que se cumprisse, Bilderberg - eleições e tózé apoiado em portas. Mas o salto foi sem rede e paulo estatelou-se. Perdeu o apoio da facção do grande capital cujos interesses representa ? Talvez não. 

Mas o salto foi sem rede, não só pk não avisou os seus colegas de partido nem no Governo - uns apressando-se a escrever a posteriori inúteis cartas de demissão para o baú de pedro - nem na direcção do CDS, que atarantada não o seguiu, bem pelo contrário.

Quem apoia paulo não conseguiu vencer quem interna e externamente apoia(va) Gaspar e Maria Luís, dos swaps e da banca que não quer investir senão na especulação. Cavaco - um turista acidental e sem garra - naturalmente, tomou a decisão que está ao seu alcance - perante a recusa de seguro/ps num Governo de salvação do capital, pedido por muitos sectores dominantes - manteve o ajuntamento ou conúbio de pedro e paulo, com o reforço do poder de quem apoia paulo -  Trata-se no entanto dum remendo, de manter um governo terminal ligado à máquina. 

E seguro ? Seguro, esse exige eleições, mas foge das multidões, das greves gerais e das manifestações de rua como o diabo da cruz ! Porque será ?

A solução está na nossa mão. Correr com a troika e os vendilhões acoitados no ps-psd-cds. Aqui e em todo o mundo, dar a voz e o leme a quem trabalha e produz. Conquistar a voz e manter o leme. Evitando que a força da maré se perca em sinuosos riachos divergentes

QUE FORÇA É ESSA AMIGO ?  


Que força é essa, amigo?, por Sérgio Godinho


2013 07 07 dos jornais ou diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és ?

* Governo na primeira missa do novo patriarca de Lisboa. Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva foram alguns dos políticos presentes na primeira missa do novo patriarca de Lisboa, onde foram recebidos com aplausos. (Expresso)

* Palmas para D. Manuel Clemente, Cavaco Silva e Passos Coelho (Público)

* Em dia de Entrada Solene na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, D. Manuel Clemente apelou à paz e à concórdia.

* D. Manuel III, um patriarca para tempos difíceis

* Manuel Clemente enaltece capacidade de resistência das populações do Norte

Da historia - É possível misturar água com azeite ? Há algo de comum entre António Ferreira Gomes (bispo do Porto) e Manuel Martins (bispo de setúbal) e o cónego Melo da Sé de Braga e que esteve à frente de quem pôs o norte a ferro e fogo e à bomba contra o 25 de abril ? Há algo de comum entre a teologia do cónego melo e a perseguida Teologia da Libertação e dos padres-operários ? Porque procurou Mário Soares em 1975/76 mudar a Assembleia Constituinte para o Norte, onde imperava o terror das redes bombistas de extrema direita e spínolistas, para permitir o esmagamento do que ele dizia ser a comuna de Lisboa (e de setúbal e da reforma agrária no alentejo?) Foi de Braga que partiu o Movimento dos Tenentes capitaneados pelo general gomes da costa que pôs fim à I República (parlamentar) e instaurou a Ditadura Militar que desembocou no fascismo ! E foi o Norte capitaneado pelos padres que apoiou a monarquia absoluta e caceteira de D Miguel, das Cortes à moda antiga contra a Monarquia Parlamentar.. E foi no Minho que se iniciaram) os movimentos da Maria da Fonte e da Patuleia (tentando impor o regresso ao passado, ao absolutismo) com os padres à frente (um deles o  ultramontano Padre Casimiro) . Porque em Lisboa falou o novo patriarca (de todos os bispos) apenas nas "populações do Norte" ? As do Sul, incluindo os "mouros" e "as comunas", não fazem parte do Povo de Deus ?  

A escolha do Mosteiro dos Jerónimos tem um significado. Foi nele que em 2007 se assinou o tratado de Lisboa (post Maastrich) , que nos conduziram ao estado "súcial" do "súcialismo" em liberdade. E porque tem um significado, a que parte do chamado Povo de Deus pertencem aqueles que, aclamando o novo "patriarca para tempos difíceis", não se coibiram de aclamar quem – de norte a sul de Portugal - é rejeitado, assobiado e apupado pela maioria do povo português, seja ou não católico, apostólico, romano ? Tão crentes e devotos que ao anjo da guarda preferem o corpo de segurança da PSP !

Havendo quem diga que Cristo não veio à terra trazer a paz mas sim a guerra, dando-se a César e Deus o que a cada um é, sem misturas, devido, e não falando as bem-aventuranças senão dos oprimidos, que paz e concórdia foram as que levaram os presentes nos jerónimos a aplaudirem Aníbal e Pedro ? A uns e outros, que lhes faria Cristo se à terra e ao Templo regressasse?

EM TEMPO - A “entrada solene”, que constitui uma apresentação “formal” à diocese de Lisboa, contou com a presença de 278 padres e bispos e 65 cónegos de todo o país bem como de um conjunto de convidados da esfera política e económica.

https://www.publico.pt/2013/07/07/politica/noticia/palmas-para-d-manuel-clemente-cavaco-silva-e-passos-coelho-1599552


2016 07 07 Mais um paredão a separar a cidade do rio, depois do porto de setúbal ? E os golfinhos e uma das mais belas baías do mundo convivendo e sobrevivendo com a poluição sonora e ambiental provocada pelos "yatchs" ? Não confundir estes com o "iate de setúbal", que esse apodreceu nas margens e nos esteiros da reserva natural do estuário do sado. E as alterações climatéricas provocadas na cidade pelo referido paredão ?

A "marca" distintiva de setúbal é a natureza, a Reserva Natural do Estuário do Sado e o Parque Natural da Arrábida, bem como a dimensão humana que ainda tem. Projectos como este não apostam na preservação e divulgação daquilo que distingue setúbal duma qualquer Monte Carlo numa economia de casino..(VN)

Revolução na zona ribeirinha de Setúbal

 A zona ribeirinha de Setúbal poderá ser alvo de uma verdadeira revolução muito em breve.  A Câmara Municipal de Setúbal assinou hoje, em Macau, um memorando de entendimento com investidores daquela região administrativa especial chinesa no qual se prevê a construção de uma marina e dois hotéis de luxo de quatro e cinco estrelas na zona onde hoje se situa a Doca de Recreio. 

O projeto inclui um edifício com sessenta apartamentos, um yacht club, uma gare de embarque para Troia, um Retail Village, um Hot Market e Grocery Store, estacionamento e um equipamento cultural, além de novas instalações para o Clube Naval Setubalense. 

No conjunto dos vários equipamentos, está prevista a criação de cerca de três mil novos postos de trabalho. (CONTINUA EM https://www.facebook.com/notes/456065005361511/?comment_id=1189245001146660)

em évoraburgomedieval - Direito Natural e Doutrinas Sociais - duas aberrações

 

* Victor Nogueira

Também havia e alguns foram meus professores, docentes arrogantes, para quem os estudantes não contavam, meros degraus para ascender à cátedra, ou exibicionistas, apesar de competentes, ou duma incapacidade pedagógica atroz, Também os havia e alguns foram meus professores no então denominado Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, na Universidade Técnica de Lisboa. 

Para salvaguarda e para sossego de antigos colegas  meus, então estudantes, arvorados sem mandato outorgado  em defensores do Templo, detentores inquestionáveis da Verdade, a Única, a Deles, esclareço que a maioria dos professores do ISESE (Instituto Superior Económico e Social de Évora) eram pessoas minimamente competentes, muitos excelentes docentes, sem juízo de valor sobre o conteúdo e programas das matérias que leccionavam. Reconhecidamente incompetentes eram o professor de Direito Natural e de Psicologia Social, bem como dois dos três ligados ao regime - um, deputado à Assembleia Nacional, outro delegado do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência Social, apesar de pessoalmente considerar este último uma boa pessoa. E havia outro que não o considerando incompetente,  dava as aulas de Doutrinas Sociais duma forma completamente aberrante e contraproducente do ponto de vista que eu supunha e continuo a supor fosse a que pretendia a Direcção do ISESE. Porque em todas as aulas lecionadas pelos sacerdotes da Companhia de Jesus  e pela maioria dos professores leigos, incluindo o delegado do INTP,  havia abertura, tolerância e apresentavam-se  e/ou permitiam-se outras perspectivas ou formas distintas de interpretar a realidade, sem que alguma  vez me tivesse sentido prejudicado por questionar ou discordar mais ou menos abertamente a linha "oficial", nas aulas, nos exames e nos trabalhos escolares. 

Também havia um cuja sebenta de Estatística era uma cópia mal plagiada e incompreensível da que eu tivera no ISCEF, para azar dele e sorte minha, e que eu levava para as aulas de Estatística e nelas a consultava em vez da dele.

Percebo porque  eram admitidos e tolerados professores incompetentes abertamente  ligados ao regime, uma minoria minoritária, mas sobre os quais a contestação estudantil não assumiu a radicalidade e conflito  das do professor de Direito Natural , sobre  cujas aulas a Direcção da Associação dos Estudantes presidida pelo João Lucas, em 1968/69, havia lançado um inquérito anónimo  aos estudantes cujos resultados  foram francamente desfavoráveis ao personagem e comunicados por escrito à Direcção do ISESE sem que esta retirasse do seu quadro de docentes quem manifestamente não  prestigiava o Instituto.

Quanto ao professor de Doutrinas Socias, pessoa que  não considero fosse intolerante ou soberbo, admito que a forma que as suas aulas assumiam seria uma atitude errada  ou inábil  de auto-defesa para esconder a insegurança quanto ao papel que lhe fora atribuíd 

 

 As aulas de Direito Natural [e as de Psicologia Social]

 1968/1969

Daqui irei até ao correio e depois para o "colégio" da Sé, ler mais umas coisas de Direito Natural, esse Direito cuja razão de ser ainda não encontrei; razão de ser como disciplina autónoma da Moral e oposta à Filosofia do Direito, dos tão negregados (pelo prof.) civilistas.

Este é o protótipo do professor cheio da sua sabedoria, vendendo banha da cobra que só é comprada por quem come tudo o que lhe ponhem à frente ou é obrigado a fazê-lo!  Que pensar dum professor de Direito Natural, sacerdote católico [não membro da Companhia de Jesus] , que usa expressões como "a estúpida moral protestante", "esses malditos ingleses", "os generalecos comunistóides", que aproveita as aulas para fazer a sua propagandazinha facciosa e proclamar as suas ideias e convicções ultrapassadas, convicto da sua superioridade e da inferioridade dos alunos, que achincalha se ousam fazer-lhe frente?! (1)

Que me diz em plena aula que a missão dos alunos é comer e calar (para mais não têm capacidade) e riposta que as dúvidas proponhem-se e tiram-se no exame? Parece-me que em cinco anos do Instituto fui o único aluno a fazer-lhe frente abertamente nas aulas e (facto inédito) a abandonar uma aula depois do professor se recusar a responder directamente à questão proposta, não encontrando melhor argumento que mandar-me calar.

Esta é a história das pegas entre mim e o Rola. Vamos ver quem será colhido dentro de dias! (2) (NSM - 1969 ?)

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1 - Este professor era um poço de pedantismo e soberba. Leccionava também Psicologia Social com absoluta incompetência. O que nos valia eram os livros base, do Stoetzel e do Klineberg.

Dava por exemplo e por vezes as aulas em alemão, indiferente ao facto da totalidade ou da maioria dos alunos não perceber aquele idioma. Em muitas das aulas abordava reacionariamente múltiplas questões [que nada tinham a ver com a matéria do curso]. (...) Uma vez insurgia-se numa aula contra o facto de correr que tinha uma amante. Que não, como podia ele ter uma amante com o ordenado que auferia!?

Numa das aulas de Direito Natural assentava este em Deus. Intervindo, disse que tudo aquilo era muito bonito, mas em que se baseariam as suas normas se Deus não existisse ou se nele não acreditássemos? Cala te, cala-te, Victor! e não valeu a pena insistir. Terminada a aula, chamou-me ao estrado, para me aconselhar: Quando quiseres pôr questões dessas, fá-lo em particular, porque doutro modo estás a desvirtuar os espíritos jovens que estão a ouvir-te! Eu, com 22 anos e que era apenas 2 ou 3  mais velho que a maioria dos meus colegas !

2 - Passei nos exames de Direito Natural e de Psicologia Social com ... dez valores em cada uma das cadeiras.!


1970 / 1971

 Évora e o Poeta

(...) Falei te dum poeta açoriano, admirador do Antero de Quental. É um jovem entusiasta, extremamente emotivo, com os nervos à flor da pele; é um catavento agitado por emoções e sentimentos, para quem Évora é contra indicada. Para ele tudo é extremamente belo e maravilhoso.

Falei também da sua intervenção na ASSEMBLEIA de Dezembro, que sabe, mas não diz, que isto é uma "pileca velha, sarnenta e cheia de moscas." Pois o Carlos M.O. que é um temperamental, não suporta o professor de Direito Natural.  Perante uma intervenção daquele, o Rola começou a desviar a conversa e a falar na imaturidade / impreparação dos estudantes para discutirem, pela falta de visão panorâmica da matéria - blá, blá, o que levou o Carlos M.O. a abandonar pura e simplesmente a aula. Mostrou-me o rascunho da carta [que ia enviar à Direcção do ISESE] mas não consegui convencê-lo a suprimir o final do primeiro período do sexto parágrafo [de A CONSCIÊNCIA]! Não sei o que lhe sucederá ! (1) (NSM - 1971.01.14)

1 - Entretanto o Carlos abandonou o ISESE e nunca mais soube dele. Sei que tem livros de poesia publicados porque os tenho visto em livraria. (1998)


1973 / 1974 

 Por seu turno, no 1º ano, o curso em peso resolveu começar a aplaudir as "bacoradas" do Rola em Direito Natural e outro dos professores tem crises de nervos nas aulas de Doutrinas Sociais.   (MCG - 1974.03.08) 

Após o 25 de Abril o Rola foi saneado pelos alunos. Na aula em que os representantes da Associação dos Estudantes lhe comunicaram que os alunos não lhe permitiam que continuasse a dar aulas, conforme decidido em plenário, pretendeu expulsá-los, pelo que tive de retorquir-lhe: Até agora o senhor mandou calar toda a gente, agora o tempo é outro e o senhor senta-se, cala-se, ouve e acata a deliberação dos estudantes. E pronto, lá se calou e não voltou a dar aulas. Desta cena já não me lembrava, mas contou-ma o Gavela anos mais tarde, numa reunião em Lisboa: Lembras-te daquela vez ...?

 

 O professor de Doutrinas Sociais

O Manuel Antunes e o Professor (1) discutem direitos naturais e personalismo - estamos numa aula de Doutrinas Sociais.  O resto da malta está-se nas tintas. Um zunzun, denunciador do desinteresse da maioria da malta, percorre a sala. Uns passam a limpo os apontamentos de Contabilidade Industrial. O Aristides  tomou me como aparelho receptor das suas habituais críticas a todos estes assuntos. Faltam 8 minutos para tocar para a saída. (...) (NID - 1970.11.03)

1 - Este era utópico e um dos  jesuítas não completamente auto-controlado, mas as aulas de Doutrinas Socias eram perfeitamente intragáveis ao contrário do que sucedia noutra das cadeiras que leccionava: Direcção de Empresas I, onde não havia prolemas e a "sebenta" completamente diferente.

Na oral desta última tivemos uma "discussão", porque ele sustentava que o director do Pessoal podia nas empresas tomar o partido dos trabalhadores e da melhoria das condições de trabalho, ao que eu lhe retorqui que o director de pessoal era um simples empregado que ou cumpria as orientações da Administração ou então era despedido. Naturalmente nenhum de nós convenceu o outro! (classificação final de 13 valores)

sebenta de Doutrinas Sociais era intragável e os exames escritos eram extensos e à base de encornanço e pergunta-resposta: não havia tempo para reflexões. A filosofia da cadeira era: o capitalismo tem algumas coisas más, o socialismo algumas coisas boas, mas a verdade está na Doutrina Social da Igreja. A propósito e a despropósito, página sim, página não, desancava no Marx. Tanto sectarismo fez com que para rebatê-lo, bastantes alunos de Sociologia passassem a estudar e ler os livros de Marx e Engels, existentes na Biblioteca do Instituto, e se politizassem.

Numa aula, perante o desinteresse ostensivo da maioria dos alunos, descontrolou-se, foi para o meio das carteiras de braços abertos clamando: Matem-me! Matem-me! Aproveitando a deixa eu, que era subdelegado do curso eleito por Sociologia, [e nesse ano também Vice-Presidente da Direcção da AE] (1)  retorqui-lhe: Ninguém quer matá-lo; só não estamos interessados nas suas aulas. Então que querem que eu faça? perguntou. Que não sejamos obrigados a vir às suas aulas, até ao fim do ano. respondi-lhe. Ah! mas isso não pode ser, por causa do regime de faltas. respondeu. Bem, lá se assentou que no início de cada aula assinaríamos o ponto e quem quisesse poderia ausentar-se sem mais consequências.

E na(s) aula(s) seguinte(s) fazia-se uma bicha enorme no corredor central, assinava-se o ponto e ala que se faz tarde, ficando o curso às moscas, salvo duas ou três engraxadoras e um lambe-botas.

Mas aquilo era um escândalo no Instituto, pelo que entretanto o Piricas afixou um aviso dizendo que a partir da terceira parte do curso, em que seria abordada a Doutrina Social da Igreja, voltava a ser obrigatória a assistência às aulas. Fizeram-se reuniões mas, perante a perspectiva de perder o ano por faltas, a maioria resolveu acatar a determinação,pelo que os recalcitrantes foram obrigados a comparecer às aulas.

Na 1ª aula, levantei-me quando o professor entrou na sala e disse-lhe que ele faltara à combinação com os alunos, pelo que estava ali obrigado, para não perder o ano por faltas, mas que continuava a não estar interessado nas aulas pois não havia modificações. Disse e sentei-me. Sucessivamente, levantam-se o Viegas [também membro da Direcção da AE] e o Pingarilho que declaram: Faço minhas as palavras do Victor! E pronto, acabou a contestação.

Incapaz de encornar a sebenta e não querendo nem sequer tentar nem submeter-me a uma prova pergunta-resposta fui desistindo ou adiando a apresentação a exame de Doutrinas Sociais, até que chegou a altura em que se tornava necessário fazê-lo para terminar o curso. Pelo que me dirigi ao Pe. Augusto da Silva, sj, secretário do Instituto, comunicando-lhe uma vez mais que aquele género de exames eram uma violência e não apuravam conhecimentos, antes mediam apenas a capacidade acrítica de memorização, pelo que em alternativa me propunha apresentar e desenvolver um trabalho e defendê-lo perante o júri, e que se o professor não aceitasse a minha proposta eu não faria a cadeira e ficaria com o curso incompleto. Pelo que se chegou a uma solução de compromisso; exame escrito e trabalho escrito [sem oral e portanto sem qualquer discussão perante o júri], escolhendo eu o tema "A Doutrina Social da Igreja e a Paz no Mundo", em que com base nos documentos do concíílio  Vaticano II e na encíclica Populorum Progressio, Desenvolvimento dos Povos, de Paulo VI, defendia o fim da Guerra Colonial.

No dia do exame, em 1973/74, tracei a folha da prova escrita e entreguei em branco, apenas assinada, bem como o trabalho que me propuser fazer. E assim terminei Doutrinas Sociais, com a brilhante classificação final  de ... 10 valores.

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 (1) . No ínicio de cada ano lectivo em cada ano e cursos de Economia e de Sociologia eram eleitos os Delegados e Subdelegados de Curso, que constituiam a Junta dos Delegados de Curso.Naturalmente alguns dos membros das Junta dos Delegados de Curso eram dirigentes eleitos da Associação dos Estudantes.Era através dos Delegados de Curso e da Junta e da Direcção da Associação dos Estudantes que se estabeleciam as relações e ligações com a Direcção do Instituto e desta com os cursos.

A principal tarefa da Junta dos Delegados de Curso, de que sempre fiz parte, era acertar com a Direcção do ISESE os calendários dos exames de frequência e finais. A Associação dos Estudantes, cujos órgãos dirigentes eram eleitos  por estes, era autónoma  e responsável pela Secção de Papelaria e Editorial (vulgo Folhas), pela exploração do Bar e pelas actividades desportivas e culturais, colaborando também com as Comissões de Festas dos Finalistas e na Recepção aos Novos Alunos. A Associação dos Estudantes mantinha contactos mais ou menos regulares com as outras Associações, nomeadamente as da Academia de Lisboa.

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Gostei Vitor.Um abraço.

Deolinda F. Mesquita

Muito curioso Victor. Gosto mesmo! bjs

Aristides Silva

O «Rola» Vitor era uma desgraça completa. Quanto a Doutrinas Sociais, bem aqui ou escrevias o que a sebenta do professor dizia ou então não passavas. Eu passei à terceira vez só porque resolvi escrever o que ele queria. Deu-me 13 e veio dar-me os parabéns convencido que eu já estava de acordo com ele. Simplesmente como ele não ía ser mais meu professor disse-lhe queele não tinha nada que me dar os parabéns pela simples razão de que eu continuava a pensar do mesmo modo e que tinha escrito aquilo só para não voltar a chumbar. O homem ficou atónito.

Victor Barroso Nogueira

Pos, Aristides Silva Eu recusei-me a fazer o exame, entreguei o ponto em branco e o trabalho de que falo no texto e tive também uma nota brilhante: 10 em 20 Mas sabia mesmo da Doutrina Social da Igreja e ter-me-ia aguentado se me tivessem dado oportunidade de defender o "meu" trabalho. LOL

Quanto ao Rola tinha seguramente "padrinhos" muito poderosos, que ambos imaginamos quias fossem ! Abraço, amigo 

    •  · 9 anos

Aristides Silva

Apesar de alguns professores serem umas nódoas, por exemplo o professor de Antropologia era um tipo muito competente, apesar de ser padre e por isso que sempre o admirei, nas aulas fartava-se de nos dizer, «nunca façam juízos de valor a partir da nossa cultura». Se a frase não era esta pelo menos a ideia era esta. Não sei se todos compreendiam o que ele queria dizer, porque havia gente que entrou quadrada e saíu da mesma maneira, mas isso deve acontecer em todo o lado. Houve colegas nossos que estiveram ali aqueles anos todos e que saíram os mesmos mentecaptos que entraram. Decoraram umas coisas que papagueavam nos testes mas nunca aprenderam a pensar pela sua cabeça. Infelizmente é assim, e acontece em todo o lado. O Bush filho não andou numa das mais famosas universidades americanas? Entretanto a pensar era um mongoloide absoluto, se calhar passou nos exames como o Sócrates e o Relvas.

Victor Barroso Nogueira

LOL Aristides Silva Numa das próximas duas notas surgirá o Pe. António da Silva, antropólogo. Mas voltando a Doutrinas Sociais, todo o esquema do curso era uma falácia e uma salgalhada: "Capitalismo", "Socialismo" e "Doutrina Social da Igreja" quando se deveria era falar em "ideologia Capitalista", "Ideologias com base no marxismo" e "ideologia Católica".

E era também uma redundância pois o capitalismo, os socialismos e o marxismo eram dados sem sectarismo e com mais "inteligência" em História da Sociologia e em História das Teorias Políticas. Para além disso a teoria económica capitalista era dada em Economia 1, a marxista Economia II e as teorias das classes sociais eram dadas em Sociologia II, rebatendo-se nesta a marxista a favor da "estratificação social" e do Max Weber.

 · 9 ano(s)

 

Aristides Silva

Isso que dizes é verdade mas a intenção deles em Doutrinas Sociais era diferente. Aliás a metodologia era absolutamente aciêntifica. O que eles pretendiam era formatar os alunos para que dali saíssem os missionários leigos, que iriam difundir a «fé e o império» do cristianismo. Aquela cadeira era o «curso de cristandade» dos jesuítas. No fundo o que eles queriam era que saíssemos todos como o beato seminarista Granadeiro. Um pobretana «ingénuo» que chegou , à pala dos Jesuítas, onde chegou!

Victor Barroso Nogueira

Oh! Aristides Silva , eu frequentei em Luanda Cursos de Férias do Centro de Estudantes Católicos dirigidos por sacerdotes da Companhia de Jesus abertos e na perspectiva do Vaticano II e documentos post conciliares. E em Lisboa durante alguns anos mesmo depois de ir para Évora e já não ser católico desde 1967, encontrava-me e convivia com os universitários católicos, que conhecera nos cursos, e cujo director espiritual almoçava por vezes connosco.

O que se passava em Évora nas aulas de Direito Natural e de Doutrinas Sociais era uma autêntica aberração. Nem mesmo o Deputado à Assembleia Nacional ou o Delegado do INTP em Évora criavam entre os estudantes, especialmente em Sociologia, anti-corpos tão virulentos como o Rola e o Piricas

Isabel Maria

Não era só em Coimbra ou Lx que se lutava,tb vocês tinham as vossas lutas ...mesmo passados estes anos gostei que partilhasses comigo