* Victor Nogueira
A
Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) ou I Internacional, criada
em 1864, é a 1.ª
organização operária internacionalista, reunindo diversificadas correntes
ideológicas da Europa e dos EUA. Karl Marx, que redigira os Estatutos, proferiu
o discurso inaugural (1) (2)
A AIT, onde participaram movimentos
camponeses, teve um papel crucial na organização do movimento operário,
desenvolveu a consciência internacionalista de classe, lutou pela jornada de
trabalho de 8 horas e reivindicou a igualdade entre homens e mulheres (3).
Membros seus participaram na Comuna de Paris (1871), alvo de sangrenta
repressão.
A organização cindiu-se em 1872, fruto
da divergência entre as vias reformista e revolucionária, sendo dissolvida em 1876.
Mas o seu legado foi assumido e continuado pela II (1889/1916) e pela III
Internacional (1919/1943).
Há 150 anos, a I Internacional
contacta os socialistas portugueses para a criação da Associação dos
Trabalhadores da Região Portuguesa, apoiando as lutas operárias e contribuindo
para a fundação do Partido Socialista Português (1875/1933).
Em Portugal houve um crescendo nas
lutas operárias desde o séc. XIX, movimento que apoiou a implantação da
República, em 1910. O golpe militar de
1926 levou à violenta repressão sobre as organizações operárias, com restrição
de direitos e liberdades, proibição de partidos políticos e formação de
sindicatos “corporativos”, de “conciliação de classes”, o que não impediu a continuação
das lutas dos trabalhadores, com intervenção activa do PCP, fundado em 1921, incluindo
manifestações e greves por melhores condições de vida e de trabalho.
Em
1971, vários sindicatos fundam a Intersindical (actual CGTP) e aprovam, em 1972,
o Programa Básico, no qual exigem as liberdades e direitos de reunião, associação,
negociação e sindical, incluindo o direito à greve, entre outros. (4)
(1)
www/snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300844724_ARQUIVO_ArtigosobreMarxeaComunadeParis.pdf
(2)
www/marxists.org/portugues/marx/1864/10/27.htm
(3)
analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223913233Q1vMV4bm8Dx81FA4.pdf
(4)
www.cgtp.pt/
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)