segunda-feira, 2 de agosto de 2021

150 anos da I Internacional e 50 anos da CGTP-IN


* Victor Nogueira

A Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) ou I Internacional, criada em 1864, é a 1.ª organização operária internacionalista, reunindo diversificadas correntes ideológicas da Europa e dos EUA. Karl Marx, que redigira os Estatutos, proferiu o discurso inaugural (1) (2)

 

A AIT, onde participaram movimentos camponeses, teve um papel crucial na organização do movimento operário, desenvolveu a consciência internacionalista de classe, lutou pela jornada de trabalho de 8 horas e reivindicou a igualdade entre homens e mulheres (3). Membros seus participaram na Comuna de Paris (1871), alvo de sangrenta repressão.

A organização cindiu-se em 1872, fruto da divergência entre as vias reformista e revolucionária, sendo dissolvida em 1876. Mas o seu legado foi assumido e continuado pela II (1889/1916) e pela III Internacional (1919/1943).

Há 150 anos, a I Internacional contacta os socialistas portugueses para a criação da Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa, apoiando as lutas operárias e contribuindo para a fundação do Partido Socialista Português (1875/1933).

Em Portugal houve um crescendo nas lutas operárias desde o séc. XIX, movimento que apoiou a implantação da República, em 1910.  O golpe militar de 1926 levou à violenta repressão sobre as organizações operárias, com restrição de direitos e liberdades, proibição de partidos políticos e formação de sindicatos “corporativos”, de “conciliação de classes”, o que não impediu a continuação das lutas dos trabalhadores, com intervenção activa do PCP, fundado em 1921, incluindo manifestações e greves por melhores condições de vida e de trabalho.

Em 1971, vários sindicatos fundam a Intersindical (actual CGTP) e aprovam, em 1972, o Programa Básico, no qual exigem as liberdades e direitos de reunião, associação, negociação e sindical, incluindo o direito à greve, entre outros. (4)



(1)            www/snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300844724_ARQUIVO_ArtigosobreMarxeaComunadeParis.pdf

(2)            www/marxists.org/portugues/marx/1864/10/27.htm

(3)            analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223913233Q1vMV4bm8Dx81FA4.pdf

(4)             www.cgtp.pt/











Jornal do STAL 120 - 2021 09

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)