terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

(quase) diário da campanha 14 - o(s) dia(s) seguinte(s)

 * Victor Nogueira

Parte significativa do eleitorado das "esquerdas" concentrou o voto no PS enquanto o das direitas se repartiu pelos IL e Chega e por um PSD que não rejeita(va) acordos com o Chega, descartando o CDS, que não foi um dos fundadores da democracia post 25 de Abril, antes tendo sido o único que votou contra a Constituição de 1976, que ainda "resiste", apesar de amputada e limitada por sucessivas revisões de iniciativa e aprovadas pelo PS/PSD/CDS).

Daqui resulta que, sem a pressão á esquerda no Parlamento e sob a tutela e vigilância do Presidente da República que o PS Costa solicitou, para que lado se virará a maioria absoluta do PS? Para que bolsos cairão a bazuca dos "Fundos Europeus"? Qual o conteúdo dos Orçamentos de Estado do Governo PS cuja aprovação á partida é garantida pela sua maioria absoluta, sem necessidade de negociações e acordos com as "esquerdas"?

Que sucederá ao Serviço Nacional de Saúde, á Escola Pública, á Segurança Social Pública, ás leis laborais (que continuam a ser as da troika PSD/Portas/Cavaco e o PS se recusou a reverter durante seis anos de estabilidade e de aparente acalmia nas ruas, apesar dos trabalhadores terem continuado a manifestar-se e a fazer greves, reivindicando melhores condições d vida e de trabalho, silenciadas pela generalidade da Comunicação Social e pela totalidade das TV's?)

O Chega, truculento e monossilábico, com um programa eleitoral de 20 páginas, foi o grande espantalho agitado e amplificado. Mas em termos de objectivos políticos, de consequências socio-económicas, que o distingue da melíflua Iniciativa Liberal, com um programa de 600 páginas que quase ninguém terá lido e escalpelizado, ou dum PSD, de momento ás aranhas, depois de acalentar em si os ovos da serpente?

Com estes resultados eleitorais, que força terão no PS aqueles que foram contra o apoio dado á reeleição de Marcelo/PSD por Costa, Santos Silva, Ferro Rodrigues, Francisco Assis, Carlos César e outros, muitos dos quais na sombra?

Com estes resultados eleitorais, que força terão no PS aqueles que foram/são contra um acordo PS/PSD ou contra os que defenderam que o PSD deveria formar Governo e o PS viabilizá-lo caso não tivesse a maioria, mesmo que as “esquerdas” fossem/continuassem maioritárias no Parlamento, soluções defendidas por Santos Silva, Jorge Lacão, Francisco Assis, Sérgio Sousa Pinto, Carlos César e outros, muitos dos quais na sombra?

No conjunto PS/PSD/IL/Chega, mas não só, quem porá em causa os tratados não referendados nem discutidos de adesão/submissão às directrizes da chamada União Europeia e das suas políticas neoliberais e federalista,  sob a batuta do grande capital económico-financeiro nacional e transnacional, em detrimento dos povos e do mundo do Trabalho, na raiz dos graves problemas que os trabalhadores, incluindo as mulheres e a juventude, enfrentam acrescidamente?


GRANDE PATRONATO E "AGÊNCIAS DE RATING" MUI FESTIVOS,  FELIZES E DE MÃOS DADAS PELO FIM DA CHAMADA "GERINGONÇA" E DE GOVERNOS DO PS CONDICIONADOS PELO PCP, BLOCO E VERDES.

«Moody's diz que "ter governo maioritário é um bom augúrio para a capacidade de o Governo de cumprir" o PRR. DBRS diz que fim da "geringonça" significa "estabilidade num momento importante".»

2022 02 01 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)