quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Textos em fevereiro 23 (01) - A involução na continuidade e a social democracia .. à portuguesa

 * Victor Nogueira

23 de fevereiro de 2013  · 

Numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo  em que  direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Fernando Assis e Santos Silva, entre outros(deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao venerando chefe de Estado, ou a "Sua Excelência" o Presidente do Conselho de Ministros e seus membros, Sendo assim não é espantoso que sem desmentido altos dirigentes do PS digam que se este não tiver a maioria se aliará ... ao psd ou ao cds

Em 1968 Marcelo Caetano, sucessor de Salazar, era notícia. Era o tempo da pide, da censura, da repressão, da guerra colonial, da emigração em massa.

Em 1969 Américo Tomás era notícia. "Educadamente", Alberto Martins, então Presidente da Associação Académica de Coimbra, pediu a palavra em nome dos estudantes. Américo Tomás balbuciou e retirou-se pouco depois apressadamente. Logo de seguida os dirigentes da Associação Académica de Coimbra foram presos pela Polícia Política  e os estudantes declaram a greve académica às aulas e aos exames. Coimbra foi ocupada pela PIDE, pela GNR, pela Polícia de Intervenção. Nessa altura os estudantes, para além da prisão e da tortura, se reprovassem ou se expulsos da Universidade tinham duas guias de marcha - a guerra colonial ou a emigração.

Em 1969 Américo Tomás foi de novo notícia. A Académica de Coimbra esteve na final da Taça de Portugal e os estudantes planearam para o estádio do Jamor uma jornada de contestação política.

"O venerando chefe do estado", como "respeitosamente"  a imprensa e o regime fascista de então designavam aquele que o povo chamava de "Cabeça de Abóbora", como sempre convidado de honra, não compareceu devido a "impedimento de última hora".

Nós bem sabemos que nessa altura não havia um Partido Socialista em Portugal,  pois autodissolvera-se após o Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, ao contrário do PCP, que manteve a sua actividade apesar da feroz repressão. E muitos de nós sabemos que o actual Partido Socialista foi previdentemente fundado na Alemanha, em 1973, financiado pela social-democracia alemã, ao contrário do ppd/psd (da ala liberal ou tecnocrática de Marcelo) e  do cds/pp, que se "descuidaram" e só surgiram à luz do dia após o 25 de Abril e graças a este. Note-se que são todos "populares" - acção nacional popular, sucessora da união nacional (e dos Governos de Salvação Nacional), partido popular democrático-psd e  . .. cds-partido popular.

Mas com mil diabos, numa altura em que o Presidente da República e o Governo não honram o juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, de 1976, num tempo  em que  direito à existência e a uma vida condignas bem como as liberdades, a democracia e os direitos dos trabalhadores e das populações em Portugal são negados pelo psd-cds com a ajuda do PS e da UGT, é espantoso que dirigentes do PS como António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Fernando Assis e Santos Silva, entre outros (deputados) e João Proença (dirigente da UGT) saiam a terreiro em defesa da honra de Relvas, Passes de Coelho e companhia e que se demarquem das manifestações que não acatem o princípio salazarento do "respeitinho" ao venerando chefe de Estado, ou a "Sua Excelência" o Presidente do Governo ou seus Ministros, às autoridades administrativas e policiais bem como, lá chegaremos, ao "Pater Familias"  .

23 de fevereiro de 2013  · 

~~~~~ Leio esta frase 

«Sabemos hoje que é possível fazer como os nossos pais e avós: juntarmo-nos, organizarmo-nos e não esperarmos por estruturas governamentais, partidárias, sindicais ou organizacionais pré-existentes para fazermos a mudança social hoje!»

Há uma pequena rectificação, para além do "bem-vindo à luta". Todos os tempos exigem imaginação e formas de organização e de manifestação adequadas. E no tempo do fascismo e no tempo entre abril e maio, isto é entre abril de  74 e novembro de 1975 e mesmo desde então, os trabalhadores e as populações lutaram por melhores condições de vida e de trabalho, para muitos  numa outra sociedade que não a capitalista. 

E reportando-me ao tempo do fascismo, os que então eram jovens e adolescentes,  hoje avós, pais ou companheiros de quem  hoje desperta para a luta,  lutaram organizados também no partido comunista português e noutras organizações políticas, violenta e sangrentamente reprimidas. E lutaram dentro dos sindicatos fascistas e das associações de estudantes, sobretudo universitárias, conseguindo conquistá-los por dentro. 

E lutaram também nas praças da jorna, nos piquetes de greve, no movimento cooperativo, organizando-se e manifestando-se e fazendo greves mesmo no tempo em que tal era proibido e sujeitos à prisão, à tortura, ao assassinato pela polícia política e pelas restantes forças policiais.. . E lutaram na comissões de moradores. de trabalhadores, de utentes, sindicais ... 

A luta e a resistência à exploração, à repressão  e à ditadura, mesmo que esta última pareça democrática, não é de hoje nem de ontem. Tem milénios. Não é só de Portugal mas de todos os povos. Os que agora despertam não estão a inventar a pólvora. 

Embora haja a consciência de que não tão poucos como isso descerão do comboio ao longo dos apeadeiros intermédios, esperemos que este possa um dia alcançar o obectivo final que, no entender de muitos de nós se encontra não no capitalismo ou no  "súcialismo" mas sim no socialismo, dia após dia construído.

Bem vindos à LUTA !

Todos não somos demais !

Quadro - Volpedo - O 4º Estado


23 de fevereiro de 2014  · - O marcello das homilias no congresso 

O marcello das homilias, sobrinho do Marcello e filho do Baltazar é um "equilibrista" da escola do portas irrevogável; no fundo no fundo isto significa apenas que são marionetas dos donos dos cifrões, que são para eles como para o senhor silva quem mais orden(h)a.


23 de fevereiro de 2014  · 

social democracia .. à portuguesa onde, segundo JPP, cabem exemplarmente, o Aníbal Cavaco e a Manuela Leite  

A prática e a história já (de)mo(n)straram o que são a social-democracia e o socialismo em liberdade . Mas ... da amálgama que é PPD/PSD tentar JPP lá encaixar Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite como lídimos representantes da social-democracia - mesmo à portuguesa - é obra. Para o actual Governo  PSD/CDS para quem a Constituição é um trapo, tendo como antecedentes Ferreira Leite que a quis suspender durante 6 meses para arrumar a casa ? E este Governo, que - fora da lei - governa contra a Constituição "aprovada" por Carneiro e Soares, sucessivamente revista pelo PS/PSD, não é contra ventos e marés sustentado por Cavaco, que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição? Não são Coelho e Sócrates os aplicados executantes das políticas iniciadas por Mário e Aníbal ?

https://www.publico.pt/2014/02/23/politica/opiniao/o-que-diria-no-congresso-1625791

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)