* Victor Nogueira
2022 03 03 - Poderá concluir-se que as tropas ucranianas estavam a usar os civis ucranianos como "escudos humanos", impedindo a sua saída do complexo industrial de Azovstal, em Mariupol? Relata a notícia que:
«Começaram no domingo a ser retiradas as primeiras pessoas que se encontram há semanas encurraladas nos túneis subterrâneos da siderurgia Azovstal, em Mariupol. Os grupos retirados ainda não chegaram ao centro de acolhimento de Zaporijjia esta segunda-feira, mas já relatam o “terror” vivido nos abrigos do complexo industrial. (...)
Quando percebemos que [as tropas russas] estavam a aproximar-se ficámos cada vez mais assustados, tentámos deixar [a cidade]. Sabíamos dos corredores humanitários, sabíamos das evacuações. Não nos deixaram sair”, disse este domingo aos jornalistas à chegada à vila de Bezimenne, na região de Donetsk, controlada pelos separatistas pró-russos, numa primeira paragem antes de viajar para
Zaporijjia.
(...) Ao New York Times, a mulher de 35 anos descreve a cidade como inabitável, mas refere que nas últimas semanas houve sinais parcos de recuperação – não há luz nem água, mas já existe sinal telefónico intermitente. Nas ruas, começam a surgir alguns mercados com os mantimentos trazidos pelas forças russas.
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“Começaram a retirar o lixo, pelo menos. Os corpos, o lixo e os fios que estão espalhados por todo o lado”»
2022 05 03 - O Governo e as instituições da República Portuguesa estão sob protectorado da Embaixada da Ucrânia e dos dirigentes da Associação de Ucranianos em Portugal, como Pavlo Sadokha, uma das sete que existem em Portugal e a única que se pronuncia nos termos em que o tem feito, com lugar cativo na comunicação social? Ah! Também existe aquela outra, a de “refugiados ucranianos”, tendo um dos seus dirigentes, Maksym Tarkivskyy, reconhecido filtrar os sócios não admitindo pró-russos e admirando-se que num país democrático seja permitida a existência do Partido Comunista Português pretendendo que idêntica filtragem fosse feita nas autarquias e noutras instituições e organismos do Estado Português.
Note-se que este dirigente da UAPT declarou á imprensa:
«"Custa-me perceber como é que não filtram - as câmaras, as organizações... -, não filtram as pessoas dentro das próprias associações". "Quem são, o que é que fazem e quais são as ideias deles", apontou o presidente da Refugiados Ucranianos UAPT, em declarações à Lusa. (...) "Nós não temos nenhum russo, nenhuma pessoa que tenha posição ou alguma política pró-russa de forma nenhuma, e todos os que quiserem nos pôr uma imagem negra vão ter problemas graves, vamos se for preciso ao tribunal". »
A Embaixada da Ucrânia e o Presidente da AUP já decidem sobre quem pode fazer parte dos órgãos de soberania da República Portuguesa e quem dela deve ser excluído? Incluindo decidir sobre a liberdade de associação, ao arrepio da CRP?
Os diplomatas ucranianos e os dirigentes de associações de ucranianos deveriam frequentar, com aproveitamento, cursos sobre a Constituição da República Portuguesa e respeito pelos Direitos Humanos?
Desconhecem que em Portugal, ao contrário do que sucede na Ucrânia, o Artigo 46.º da CRP garante a Liberdade de associação? Isto é "1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal. 2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial. 3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela. 4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista. "(Victor Nogueira)
Diz a notícia que:
«Há um mês, a AUP reuniu-se com a Alta-Comissária para as Migrações, Sónia Pereira, e manifestou a sua preocupação com a representação da sua comunidade, diz o presidente da associação, Pavlo Sadokha, ao PÚBLICO. Na última lista publicada pelo ACM, de 2021, havia sete associações que representavam a comunidade ucraniana em Portugal, sendo uma delas a Associação dos Imigrantes dos Países de Leste (EDINSTVO), envolvida na polémica de Setúbal.
“O ACM disse que retirava da lista a Associação MIR, que era assumidamente pró-Putin”, diz Sadokha, mas que não faria o mesmo em relação a outras porque não quereria “entrar em questões políticas”. O PÚBLICO tentou a confirmação junto do ACM, que, até ao fecho da edição, não respondeu às questões. “A única exigência era que estas associações não devem representar ucranianos”, sublinha Pavlo Sadokha. (…)
Depois de conhecida a situação em Setúbal, com o texto publicado pelo jornal Expresso, surgiram também notícias, com base em declarações de Sadokha, de que situações semelhantes estariam a acontecer nos municípios de Aveiro, Gondomar e Albufeira. “Foi um mal-entendido”, esclarece o presidente da AUP, dizendo que pode não se ter expressado bem. Queria dizer que “naquelas cidades existem outras associações” que terão ligações ao regime russo, mas não que estão envolvidas com as autarquias, corrige.»
2022 05 03 - A arte de cavalgadura do PSD, um dos partidos dos vistos Gold, cuja finalidade é "cativar" oligarcas e plutocratas de todos os matizes. E a nulidade dos vereadores do PS, que aprovaram as ajudas financeiras conjuntamente com os vereadores do PSD e agora levantam poeira para sacudirem a água do capote.
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Gente desta merece alguma consideração e crédito? Gente perita em chicana política, tentando instrumentalizar tudo e todos com vista a ínvios objectivos!
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A ignorância ou má fé do vereador do PS ou dos dirigentes de associações como a AUP é tanta que desconhecem que quem representa os Estados num país são as embaixadas e consulados e não associações de cidadãos ou naturais deste ou daquele país.
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Aparentemente, não estamos em vésperas de comemorar os 50 anos do 25 de Abril e da queda do fascismo e o fim da guerra colonial, mas sim de comemorar os 97 anos do golpe fascista de 28 de Maio de 1926 e os 90 anos da Constituição de 1933! Aquela que fazia tábua rasa de direitos, liberdades e garantias que o 25 de Abril permitiu fossem repostas.
2019 05 03 - Em 25 de Abril de 1974 a Direcção do ISESE não permitiu a realização dum Plenário dos Estudantes nas respectivas instalações e tentou nomear para a Associação dos Estudantes uma nova Comissão Administrativa de sua inteira confiança. O Plenário realizou-se a 26 d Abril nas instalações da CDE, que havia entretanto ocupado a sede da Legião Portuguesa, em Évora. A 1 de Maio realizou-se o 2º Plenário de Estudantes, que deliberou saudar as manifestações do 1º de Maio, as primeiras realizadas em liberdade após 48 anos de fascismo. Neste mesmo Plenário foram aprovadas 4 outras moções, relativas ao ISESE, deliberando-se convocar um 3º Plenário para 3 de Maio, tendo sido incumbido de sintetizá-las num único documento. Esse documento, uma PROCLAMAÇÃO, foi aprovado a 3 de Maio, passando a nortear as Comissões Coordenadoras das Actividades da Associação dos Estudantes e a sua luta,. E esse documento que ilustra esta foto da cronologia.
Proclamação aprovada em RGA (Reunião Geral de Alunos) de 3 de Maio de 1974
Os estudantes do Instituto Superior Económico e Social de Évora reunidos em 3 de Maio de 1974, saúdam todos quantos, sobretudo na clandestinidade e com risco da sua segurança e bem-estar, têm lutado contra todas as formas de repressão e violação dos Direitos Humanos em sociedade, nomeadamente a partir da instauração da ditadura fascista em Portugal.
Incluem nesta saudação o Movimento das Forças Armadas
Na sequência lógica das Declarações Universais dos Direitos Humanos e da Doutrina Social da Igreja;
Considerando os poderes discricionários da Direcção do ISES, exclusivamente formada por membros da Companhia Portuguesa de Jesus e dela directa e exclusivamente dependentes,
REIVINDICAM
- o direito de participação na gestão do ISESE.
DECLARAM que o direito de participação na gestão do ISESE implica:
- o reconhecimento imediato dum Conselho de Estudantes (cuja constituição será objecto duma próxima RGA)
- a liberdade de expressão do pensamento e na procura da verdade, o que implica a abolição do ensino dogmático e magistral;
- o reconhecimento imediato do direito de participação na constituição dos júris de exame;
- a liberdade de comparência às aulas, o que implica a abolição imediata do regime de faltas;
- a liberdade de reunião nas instalações do ISESE.
RECONHECEM aos empregados o direito de participação e decisão na resolução dos próprios assuntos.
SAÚDAM todos os professores do ISESE que de forma inequívoca e expressa adiram ao conteúdo da presente Proclamação.
PROCLAMAM que prosseguirão na sua luta contra todos quantos, de qualquer modo, se oponham às declarações e reivindicações da presente Proclamação
Évora, 3 de Maio de 1974
2019 05 03 - Do Cartaz para as Festas de Finalistas do ISESE 1971/72, desenhado por Camilo Monteiro com a malta do Arcada. O fundo era vermelho e faltam as letras. Embora tivesse ganho o Concurso para os cartazes, nunca chegou a ser editado. Nesse ano um dos Jesuítas clamava nas aulas que ou os estudantes demitiam a Direcção da Associação de Estudantes, de que eu fazia parte pela 2ª vez, ou a Direcção do ISESE demiti-la-ia. Nem uma coisa nem outra sucederam mas em 1972/73, dada a falta de condições e pela 1ª vez não houve lista para as eleições dos Corpos Gerentes da AE, pelo que a Direcção do ISESE nomeou uma Comissão Administrativa. Em 1973/74 os estudantes mais ou menos clandestinamente reuniam-se para retomar o controle da AE através de eleições, processo que decorria quando ocorreu o 25 de Abril, tendo o Plenário de Estudantes de 26 de Abril eleito uma Comissão Coordenadora das Actividades da Associação dos Estudantes, de que fiz parte, com a responsabilidade da coordenação geral e contactos com os Partidos Políticos e Movimento Associativo Estudantil de Lisboa, Porto e Coimbra.
2016 05 03 - foto victor nogueira - Palácio da Comenda, de Raul Lino, na foz da Ribeira da Ajuda, em Setúbal
O murete em 1º plano protege do movimento das marés o que resta da estação arqueológica romana. Lá no cimo, como que suspenso das nuvens, não de água mas de verdura, o Palacete que foi projectado por Raúl Lino, que faz parte do imaginário de muitos dos que por ali passam ou "estacionam" no Parque das Merendas.
Neste Palácio e nas redondezas, em 1987, foi parcialmente rodado o filme "Balada da Praia dos Cães", de José Fonseca e Costa, baseado no romance homónimo de José Cardoso Pires, com uma fabulosa interpretação de Raúl Solnado.
2014 05 03 - foto Victor Nogueira -1974/75 - cartazes e murais de abril 07 - Barreiro (1980)
Vencendo as 1ªs eleições legislativas, em 25 de Abril de 1976, o PS/Mário Soares de imediato arrumou o socialismo na gaveta e deu início ao desmantelamento das "conquistas de Abril" consignadas na Constituição da República.
António Barreto foi o ministro da Agricultura encarregado de proceder ao desmantelamento da Reforma Agrária. É o personagem de muitos murais em Portugal.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)