2022 06 06 - Os dias passam, somam semanas, meses, quase uma década e tudo vai ficando envolto nas brumas do templo e da memória. E no que a mim diz respeito, ficam a memória dos gestos, havidos ou irremediavelmente negados, as perguntas sobre a(s) vida(s), passada(s), pretéritas.
A meu pedido a Lili e a minha mãe escreveram as histórias da(s) suas vida(s), aquela também sobre os Nogueira da Silva, e o Paulo Lobarinhas deu-me a conhecer algumas relacionadas com os Vitorino e os Barroso, de Goios. A Susana recolheu memórias da Lili no tempo em que esteve com os pais e irmãos na Fazenda Tentativa, em Angola. A Isabel fez a história dos Castro Ferreira, a juntar á breve que o José João escreveu do meu bisavô. Do José João tenho algumas breves notas por ele escritas, pouco autobiográficas. Os cadernos manuscritos da minha mãe acabaram por transformar-se no registo duma profunda solidão, num fim de vida que não fora a que sonhara e desejara.
Do meu avô Barroso tinha uma entrevista que lhe fiz poucos anos antes de falecer, registada numa cassete que não sei se se extraviou, se está por aí algures, sem que a encontre.
Hoje é o 9º aniversário da morte do Manuel, meu pai.
2019 06 06 foto victor nogueira - Manuel (Porto 1921.09.04 / Setúbal 2013.06.06)
2018 06 06 foto de família - Em Luanda, os Nogueira da Silva na Rua Frederico Welwitsch, em 1951, no Bairro do Maculusso O jipe na foto, ao fundo, foi construído pelo meu pai no quintal, aproveitando o chassis e o motor dum outro veículo.. Hoje é o 5 º aniversário da morte.do Manuel - Porto (1921.09.04) - Setúbal (2013.06.06)
Em Luanda as pessoas eram englobadas numa "família": os Nogueira da Silva, os Coimbra, os Wolfgang, os Andrade Ferreira, os Ferreira de Almeida, os Van der Kellen, os Sequeira, os Birrento, os Antunes, os ;Mesquita da Silva ...
2014 06 06Do passado e da vida ficam uns escritos e as memórias, as memórias do que de bom e alegre houve, os escritos (re)lembrando que também houve maus momentos, quezílias, desencontros ...
Fiquem as boas memórias !
O MUNDO É COMPOSTO DE FAZENDA E MUDANÇA
Cada um de nós é só ele próprio
E a sua boa ou má circunstância,
Procurando em tudo uma substância,
Com arte ou não, o alfa milenário.
Há na terra quem faça santuário
Do sentir ou razão, em abundãncia;
Mas é do cacau terna a fragância
Do fado ter um bom ou mau solário.
O tempo bem diz que é tudo ilusão;
O amor, doçura, felicidade,
Em lixo ou pó substanciando.
Honra, beleza, sentir, no caixão;
Erramos, pelo campo ou na cidade,
No mundo, bem ou mal, vagueando.
Pinhal Novo 1989.09.10
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Com desconcerto, há na vida tempo
P'ra estar sózinho ou na companhia,
Em paz ou na guerra do dia-a-dia
Com grã siso ou sem qualquer assento.
Devagar na viagem correndo,
Çom má tristeza ou boa alegria,
Os pés em terra ou na fantasia,
Palrando ou nada mesmo dizendo;
A casa com ou sem comodidade,
Com comida em fartura ou faltosa,
Com amor, ódio, carinho ou secura.
Vivendo ou não, onde a felicidade,
Na vida, destemida ou receosa,
Perdida ou na doce candura?!
Setúbal 1989.09.10
E para terminar, em vez de ópera, de flamenco, de coros alentejanos ou do Exército Vermelho ou de fados de coimbra ou orquestras de música ligeira, que ouviste e cujo gosto me foi transmitido, sem esquecer a música de dança como o tango ou a valsa, aquela que me parece retrata uma vida:
Dança de Balcão, pelos Virgem Suta
Virgem Suta - Dança de Balcão @ Nokia On.Live (2009)
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)