* Victor Nogueira
2021 07 20 Foto victor nogueira - Avenida 5 de Outubro, em Setúbal - Mural contíguo à Adega dos Passarinhos (2010 12 30 GEDC0096)
Este é um pano da muralha medieval eaqui se situava o Postigo do Sapal, chamado o Buraco d'Água, troço entretanto demolido para permitir a ligação da Praça do Bocage à Avenida 5 de Outubro, através da Rua Tenente Valadim.
2020 07 20 Tintim e a Lua, criação de Hergé
"Objectivo Lua" (1953) e "Tintin na Lua" (1954) são dois saborosos álbuns de Hergé, na sequência dos romances "De la Terre à la Lune", (1865) e "Autour de la Lune" (1869) de Jules Verne, e do filme "Le Voyage dans la lune", de Georges Méliès (1902), todas elas obras de ficção científica, pois a ida do homem à Lua ocorreu apenas em 1969.
Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin alunaram em 20 de julho de 1969. Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar a superfície lunar e, seis horas depois, foi já no dia 21, seguido por Aldrin vinte minutos depois.
O registo que transcrevo de seguida aconteceu mesmo, .não é ficção mas realidade: «UM HOMEM NA LUA
Ontem um bêbado abordou-me quando via os livros na montra da Livraria dos Salesianos [Évora]. Queria saber qual era a melhor história que ali estava. Ou a maior ? A de todo o mundo! De todos os tempos. Que todos aqueles livros eram mentiras. Para as pessoas comprarem pensando serem verdades. Era a máquina! Se eu acreditava que o homem tinha ido à Lua, se eu vira com os meus olhos. Que os jornais e os livros só diziam mentiras. Que nenhum homem pudera ter ido à Lua porque ele não vira. E que eu tinha sido enganado pelos jornais. Era mentira, talvez tivessem ido, mas tinham morrido todos. Que isso dos submarinos andarem debaixo de água era diferente: era a Terra. Quanto pagaria eu para ele me contar uma história daquelas, vinda do fundo do coração? ( E vai daí, faz um gesto como que proveniente das profundezas do mesmo mas, ou pela bebedeira, ou lá porque fosse, o gesto iniciou-se baixo demais e não pude deixar de comentar com a minha habitual ironia: "O seu coração está baixo demais!". ) Quis saber o que eu fazia - se era escritor e já escrevera o meu livro - e não acreditava que eu vivesse do ar e do vento. Enfim, que se tivesse 25 anos como eu estava mas é em Lisboa, que isso sim! E lá se ia agitando desequilibradamente o velho (de 57 anos), num asilo, convidando-me (ou convidando-se) para um copo ali na taberna, beata ao canto da boca com um grande morrão e deitando perdigotos como nuvem rota em dia de inverno. Mas nem queiras saber a insistência com que ele duvidava da ida dos homens à Lua. (MCG - 1972.10.23)
Georges Méliès havia imaginado assim a Ida à Lua
Viagem à Lua / A trip to Moon (1902) - Georges Melies
2019 07 20 foto victor nogueira - chez moi - Nesta imagem da era digital, as secções de teatro, poesia e cartoon. Invisíveis, por detrás da negra porta e nas gavetas, os negativos de milhares de fotos em rolos fotográficos não digitais, alguns deles históricos.
O suporte físico, milenar, é mais duradouro e paradoxalmente mais acessível que o digital, este em suportes que os interesses e a voracidade do capitalismo tornam inacessíveis.
Centenas de disquetes e algumas dezenas de zip drives são hoje um cofre hermético, inacessível ao comum dos mortais, devido à acelerada obsolescência ditada pelas necessidades do Kapital.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)