* Victor Nogueira
2010 10 15 - A esta hora da madrugada, quando tudo é silêncio e há muito deveria estar em Vale de Lençóis nos braços de Morfeia ou de Joana Pestana, ouço ainda o dedilhar nas teclas e o taque seco na tecla de espaços. Olho pela janela e sobre a terra um denso nevoeiro que não permite ver para além da avenida, lá em baixo. No entanto, lá no alto, brilhante e como que recostada num sofá, a Lua em quarto minguante, uma Lua mentirosa, pois tem uma forma de C reclinado, tal como estudávamos em Angola, onde era um anacronismo o que nos metiam pelas goelas abaixo pois os programas eram idênticos aos de Portugal, no Hemisfério Norte. Também nos era impossível orientarmo-nos pela Estrela Polar, por mais garantias que os compêndios nos encaixavam, pois o que encontrávamos era o Cruzeiro do Sul. E desmentindo os "livros únicos" de Portugal do Minho ao Timor, a serra mais alta de Portugal não seria a da Estrela, pois em Angola e Moçambique alcançavam-se maiores altitudes! E nos livros da primária, por mais multi-racialidade que fosse apregoada, só apareciam criancinhas brancas e a única negra era vestida com trajes "primitivos".
Tento lembrar-me do que fiz durante o dia, mas não me lembro nem creio que isso tenha grande interesse para quem me lê ou para a posteridade.
Depois do jantar deitei-me um pouco para descansar e fui acordado há pouco, que já foi ... há horas, pela voz da minha mãe a despedir-se de mim porque se ia deitar. Estava mergulhado num pesadelo opressivo, que metia nazis, uma criança, vigiada por um guarda armado de metralhadora e uma enorme explosão que destruiu o que era um mercado, tudo volatilizando-se numa enorme girândola incendiária que o destruiu bem como a um edifício contíguo. O resto dos prédios não sofreu grandes prejuízos e eu passeava pelas ruínas e pelas ruas a ver os estragos, uma vez mais como se fosse apenas um espectador que ia registando o que via. A explosão inicial dera-se no último andar dum prédio que ficara esventrado como se fora o cenário dum filme, Acordei gelado, pois deitara-me sobre a colcha e destapado. No momento em que fui acordado estava lendo no que restava de duas paredes do mercado: uma enorme frase, numa escrita desconhecida e da direita para a esquerda, em caracteres negros sobre fundo azul.
Ao jantar comemos comida que já havia cozinhada no hipermercado; empadão de carne, camarões e leite creme. Apenas tinha arrumado no frigorífico (geleira, como se dizia em Luanda) e no congelador os alimentos que se estragariam. O resto ficara nos sacos; é possível que entretanto a minha mãe tenha arrumado parte das compras, pois tem de estar sempre a fazer qualquer coisa, quando não está a ler os jornais ou livros da minha imensa biblioteca. Por ter adormecido, ficou por cozinhar o borrego que queria cozer de estufado. Tem de ser mesmo amanhã, ou antes, mais logo, para não se estragar.
... ... ..
Acordei cheio de dores de cabeça, mas já passaram. Vim ver se havia correio electrónico pessoal, mas não! Apenas mail's de newsleters que subscrevo, alguma das quais alimentam os meus blogs. Paciência! Apenas no hi5 há sinal de vida!! E pronto; vou até à cozinha tomar os remédios e depois voltar a deitar-me. Acho que vou deixar de ir à fisioterapia, pois não creio que os exercícios que o médico fisiatra me receitou de nada servem e já não ajudam a recuperar a mão direita. Depois dos electromiogramas e de ouvir novamente o médico ortopedista consultarei outro médico fisiatra noutro centro de fisioterapia.
Já são 05:15 no alto da madrugada e há muito que deveria estar a dormir, pois à hora de almoço tenho consulta de otorrinolaringologia.
... ... ...
Passei pela cozinha e a minha mãe já tinha arrumado a maior parte das compras. Acabei de arrumar quase tudo. No hipermercado comprei vários livros, mas neste momento o tempo dedicado à leitura é insuficiente para a resma que se vai amontoando na mesa da sala e no meu quarto de dormir. Um dos livros é do Ricardo Araújo Pereira: «Novas Crónicas da Boca do Inferno». Embora tenham piada, trata-se dum humor datado, não intemporal, que só é entendido para quem está a par do quotidiano. Não resistirão pois ao correr do tempo, contráriamente às de Eça de Queirós ou de Miguel Esteves Cardoso, cuja ironia aprecio imenso.
Para não dizerem que não falo de flores e dos seus frutos
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• Carmen
Não vá ainda, que tenho uma surpresa para si! E ainda tenho
de ler esta crónica ; - )
o 12 ano(s)
• Carmen
Tenho andado nas pesquisas, rsrsrsrsrs...
o 12 ano(s)
•
Victor Barroso Nogueira
Fui repescar isto a um texto abandonado nos rascunhos do Ao
(es)correr da Pena e do Olhar A minha
meta é publicar pelo menos um post diário em cada um dos meus oito blogs.
"Conquistado" pelo facebook tenho descurado o hi5, como já deves ter
notado, para além do Jornal dos Blogueiros
o 12 ano(s)
•
Victor Barroso Nogueira
Que pesquisas? Pepitas de ouro? Diamantes e pérolas?
o 12 ano(s)
• Carmen
Também tenho o Hi5 ao abandono, rsrsrs! Pesquisava pinturas!
o 12 ano(s)
• Carmen
Agora vou ler a nota : )
o 12 ano(s)
•
Victor Barroso Nogueira
Ah! E deixas-me ver a tua galeria?
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Vou lá dentro à cozinha pois estou com sede. Já volto.
o 12 ano(s)
• Carmen
Espero que goste do quadro ...
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
A nota tem erros de concordância, mas não consigo editá-la
para corrigi-los
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Onde está o quadro?
o 12 ano(s)
• Carmen
A nota está boa! Gosto de ler coisas sobre o quotidiano das
pessoas! Quanto ao quadro, vai ter de descobrir, rsrsrsrs! Bem, eu é que vou
agora para os braços de Morfeu... Depois, gostava de saber o que achou do
quadro (foto de uma pintura, rsrsrsrs) Um beijinho, com carinho!
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Já vi! És uma joia. Esta noite não dormirei nos braços de
Joana Morfeia mas em sonhos com tão delicada e melancólica figura, e o sonho me
dirá o que verei daquele corpo para além do que meio encoberto está LOL A
sério, o quadro comoveu-me. Pena que não passe de um jogo de luzes e se não
materialize junto de João Baptista Cansado da Guerra ou do Conde Niño, dois dos
personagens dos meus "rimances"
o 12 ano(s)
• Carmen
Também há a Teresa Batista Cansada da Guerra ...
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Que não és tu mas um personagem do Jorge Amado, se errado
não estou 🙂
As damas de João Baptista chamam-se Maria do Mar, Maria
Papoila, Joana Princesa dos Muitos, cálidos e ásperos nomes, Maria Vai com as
Outras, F´fá das Caldas, and so on. Todas têm existência real mas a chave essa
está comigo fechada a sete chaves 🙂
Tenho de inventar um nome para ti 🙂o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Bem, vou deitar-me, Carmen
Bjo grande e bons so(n)nos
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Ela sumiu e nada disse, nem um até logo, Victor
o 12 ano(s)
• Carmen
Rsrsrsrsrsrsrs, já tinha dito, e ainda vim comentar, mas
volto a dizer: até amanhã, bons sonhos!
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
sorry rssssss (respeitando os direitos da autora) Vou pensar
se ficarás a ser a "Aguia que Ruge!" ou apenas "Carmencita
Nectarina dos Deuses". Não. Mereces melhores nomes literários
o 12 ano(s)
Alice Coelho
obrigado victor....adorei!!!!
o dia a dia fascina-me.....
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Grato, Alice das Maravilhas
Tens aqui com que te entreteres
https://aoescorrerdapena.blogspot.com/search/label/S%C3%A9rie%20Dia%20a%20Dia
o 12 ano(s)
Victor Barroso Nogueira
Boa noite e bons so(n)hos
o 12 ano(s)
Alice Coelho
claro amigo... eu vou entreter-me....fica descansado!!!
já espreitei e gostei!!! agora volto para lá para me
entreter....obrigado pelo entretenimento....
o 12 ano(s)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)