domingo, 6 de novembro de 2022

$ Textos em novembro 06

 * Victor Nogueira

2022 11 06    Marcelo de Sousa soma e segue botando falazar sobre  (quase) tudo e sobre nada, sem freio nem medida, como se fosse Deus na terra, omnipresente e omnisciente, ou um Presidente Rei-Sol numa monarquia absoluta, tripudiando sobre as suas atribuições e competências, constitucionalmente definidas!

2019 11 06     mindelo 2019.11.06 - auto-retrato monástico, sem que se vislumbre qualquer Penélope no horizonte. Carago, está um frio do caraças, gelidamente envolvente e cortante, o cansaço infiltrando-se por todos os poros.

Tudo está cinzentonho, os sonhos transformado em pesadelos, como tecida teia que não ateia nem incendeia, não aquece mas arrefece, o tempo, o corpo e a alma.

Fernando Pessoa - Do vale à montanha

Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por casas, por prados,
Por quinta e por fonte,
Caminhais aliados.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por penhascos pretos,
Atrás e defronte,
Caminhais secretos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por plainos desertos
Sem ter horizontes,
Caminhais libertos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por ínvios caminhos,
Por rios sem ponte,
Caminhais sozinhos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por quanto é sem fim,
Sem ninguém que o conte,
Caminhais em mim.

24-10-1932
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995)

2019 11 06    foto victor nogueira - De quantas roupagens e de quantos espelhos se veste o amor?

Manuela Vieira da Silva  Apenas a roupagem da cor do amor 🙂



2014 11 06  foto de família - picnic em Luanda - cerca de 1960 - á esquerda em pé o meu pai  e ao lado o meu  tio José João. Em terra, em 1º plano, o meu irmão e  o escriba.  Não estando a minha mãe, a fotógrafa deve ter sido ela.

As carrinhas eram de caixa aberta, com uma grade atrás das cabines, como se vê na  foto. Um dos prazeres da miudagem era viajarmos na caixa, de pé,.agarrados  à grelha, com o vento a bater no rosto.

Era  costume usar-se a camisa por fora das calças ou dos calções. Tal prática era proibida no liceu, onde por essa altura o contínuo me tentou impedir a entrada, apesar de lhe dizer que as balalaicas ou camisas casaco (com bolsos de chapa por altura da cintura)  não se enfiavam por dentro dos calções. Depois duma acesa argumentação lá o consegui convencer e deixou-me entrar.


Nos idos de 1966 em Lisboa ainda usava balalaicas, no verão, peça de vestuário muito comum entre os que regressaram das colónias depois de Abril, como o meu pai, o ,meu tio e muitos outros.

2013 11 06   

De rajada gosta
como quem aposta
e
na encosta
limpa a casa
na leitura relampejante
despachada mente
chamejante
na brevidade
do mundo do zapping
o likedislike
não lê nem vê
dedilha apenas
a pluma
pula
sem penas
Setúbal 2013.11.06







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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)