segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Textos em janeiiro 02

 Victor Nogueira


2022 01 02 - Putin faz uma guerra de memória, afirma Maria Stepánova. E vai daí, lê-se o texto desta escritora russa, best-seller no «ocidente», e pasma-se com os laudatórios a quem de nós quer fazer tótós. E perguntar-se-á: apenas a Rússia e a Polónia fazem Guerras da Memória, embora por motivos diametralmente opostos? A história é ou não contada e afeiçoada na versão / visão dos vencedores e dos senhores, mas não a  do pé descalço e dos vencidos? E que faz a Ucrânia, quando faz o banimento da cultura russa, persegue os cidadão ucranianos russófonos e russófilos, ao mesmo tempo que reabilita e glorifica os banderantes colaboracionistas com os Eiszengruppen nazis?

«A que chama guerra de memória?

Tenho pensado muito na memória da Guerra Fria, sobretudo em países como a Rússia ou a Polónia, que estão tentar construir uma memória completa ao adoptar uma certa versão da história e prometer uma pena para os que não a apoiarem ou para quem apontar incongruências acerca de alguns acontecimentos que não sejam reconhecidos pela polícia de estado. Por exemplo, a Polónia está a criminalizar todas as menções a cidadãos polacos envolvidos no Holocausto durante a ocupação alemã.

A Rússia está a prometer consequências sérias para aqueles que compararem a União Soviética dos anos trinta e quarenta à Alemanha de Hitler, ao ponto de a visão da História promovida pelo estado ser profundamente problemática para a população. Há uma guerra promovida por um estado e parte da população discorda do abuso de poder por parte desse estado; um abuso que se apoia na promoção de uma versão da História em relação ao país vizinho. E está a fazê-lo usando qualquer coisa parecida com a velha guerra de trincheiras.

Já não é a memória da Guerra Fria, mas continua a ser uma memória de guerra. Os métodos são bem arcaicos. Há um anacronismo nesta guerra. Não vemos drones, nem novos instrumentos de guerra. E sabemos que a Rússia soube usá-los na Síria. Mas agora o que fizeram foi praticamente uma encenação de algumas memórias, ou talvez de alguns filmes sobre acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Só que na Rússia. Ataques, bombardeamentos. Se no dia 7 de Agosto de 1941 começaram a bombardear Kiev, agora, uns oitenta anos depois, a Rússia volta a bombardear Kiev usando os mesmos métodos, a mesma lógica. É bizarro.

Tenho a convicção de que Putin e os seus apoiantes estão profundamente insatisfeitos por viverem no século XXI. E não é que quisessem apenas viver no século XX, mas era mais fácil organizarem as suas máfias debaixo da mesa e continuarem como se nada fosse, numa sociedade em que não havia qualquer espécie de activismo, movimentos de mulheres, blá blá... Era apenas o grande jogo oligarca dos que estão no poder. Não sabemos o que vai sair daqui, mas acho que estamos sob uma grande ameaça.» (

Que diz a autora noutro passo da entrevista: 

«Este é um livro de não-ficção porque não inventei ou acrescentei qualquer espécie de enredo. Não é um trabalho de jornalismo, mas é uma tentativa de escrever o que aconteceu como aconteceu. Comecei a escrever fisicamente este livro quando tinha dez anos. 

Rebobinando, que diz Stepánova?:

«Por exemplo, a Polónia está a criminalizar todas as menções a cidadãos polacos envolvidos no Holocausto durante a ocupação alemã.

A Rússia está a prometer consequências sérias para aqueles que compararem a União Soviética dos anos trinta e quarenta à Alemanha de Hitler, ao ponto de a visão da História promovida pelo estado ser profundamente problemática para a população. Há uma guerra promovida por um estado e parte da população discorda do abuso de poder por parte desse estado (...)» (in Público 2023 01 02)

Estamos conversados sobre a bizarria desta salgalhada em torno da(s) memória(s) distorcida(s) de Maria Stepánova.

EM TEMPO - Escreve um -dos comentadores no Público, on line;

Francisco M. INICIANTE

«A memória como outros elementos sociais é sempre negociada. Pode ser colectiva mas também tão individual ao ponto de se tornar irreconhecível. Nós em Portugal tanto cremos que a carreira da Índia acabou com as caravanas terrestres e pelo Mar Vermelho e Golfo Pérsico entre Ásia à Europa que nada se conta que as caravanas simplesmente foram desviadas para norte, para a Rússia. Que São Petersburgo só vingou depois de Pedro I ter "forçado" os comerciantes a trazer as suas mercadorias ao novo Bazar de São Petersburgo em vez de Moscovo. Que o "grande jogo" dos ingleses na Ásia central tinha como objectivo acabar com essas caravanas que faziam uma tal concorrência ao comércio por mar. A memória de Moscovo da Sr.a Stepanova é bem diferente da de um Russo de Vladivostok ou das dos do Donbass.*



2022 01 02 HÁ 4 ANOS, MARCELO DE SOUSA, O GLOBE-TROTTER, PARABENIZANDO O SEU IRMÃO BOLSANERO, O INGRATO QUE SE NÃO CANSOU DE DESFEITEÁ-LO E FAZÊ-LO ENGOLIR SAPOS: «“Como eu disse e como disse o Presidente Bolsonaro, era uma reunião entre irmãos e entre irmãos o que há a dizer se diz rápido, como se diz em família”.

2018 01 02 - Foto Victor Nogueira - em setúbal, fogo de artifício na passagem do ano visto duma das varandas no cimo da torre no alto duma encosta. Não tão majestoso como o da beira rio, para nornordeste também houve festa: no Faralhão e Praias do Sado, na Azeda e muito mais para lá, talvez no Montijo ou Pinhal Novo, embora neste caso muito minúsculo. Suponho que também terá havido em Palmela,  mas não reparei nele,caso tenha sido lançado.

2018 01 02 foto victor nogueira - Super Lua-Cheia em Setúbal, ao anoitecer do 1º de Janeiro

Num jogo de esconde não esconde  vislumbro a Lua na rua, lá no alto, com as nuvens que placidamente deslizam em vai-vem.como se fossem fantasmas vaporosos e eu pergunto-me: vais ou vens ? Muito ?  Pouco ? Nada ?

Ver a anterior Super Lua Cheia de 2017 em  A Super Lua de 2017, em Setúbal

 
2017 01 02 A propósito de quem "cobrou" no inFaceLock porque apenas cerca de 25 dos cerca de 5 mil amigos no inFaceLock lhe desejou "Boas Festas".
.
Olha, [...] Bom Ano. E tu, lembraste-te de mim, [telefonaste-me ou ao menos enviaste-me um SMS ou MSG no chat] ? Lembraste-te de mim, que deixaste de partilhar comigo até que eu deixei de fazê-lo contigo [ou continuo a fazê-lo, porque ainda te considero] ? Gosto de ti, gosto do modo como escreves mas ... A amizade e a estima vivem da realidade, do gesto e do afecto físicos.
.
Bom ano, [...] A vida é feita de palavras sem conteúdo ? Se estivesses em Portugal, eu convidar-te-ia para minha casa, para saireis comigo ou ajudar-te-ia se fosse caso disso. E tu, se estivesses em Portugal ou eu na tua terra, farias o mesmo em relação em mim [sobretudo na festinha da família, a do Natal, mas não da Amizade, em que todos somos Irmãos, diz a conversa da treta ]?
.
A tua seria para mim uma casa aberta como a minha é para quem dela precise e tenha a minha estima, como para toda a gente era a dos meus pais em Angola mas não é a casa da maioria das pessoas no inFaceLock ? Sabem as pessoas do inFaceLock se estou só ou acompanhado, triste ou alegre, doente ou cheio de saúde, se estando doente, a minha doença é terminal e dolorosa ou não ?
.
Bom Ano, [...], sem tretas!


2015 01 02 foto victor nogueira - pôr-do-sol na foz do Rio Ave (Vila do Conde - entrada da barra) 2015.01.01

Por estas bandas nortenhas está muito frio e gélido, mas sem as temperaturas negativas de setúbal. Dizem que de manhãzinha por vezes os campos estão cobertos de neve, mas deve ser geada. Fora isso, os dias estão soalheiros, de céu azul. com núvens boas para fotografar o pôr-do-sol. Contudo o entardecer do 1º dia do ano esteve neblinado.

Ali na varanda - batida pelo sol o dia inteiro - o tempo está quentinho, para ler estirado numa cadeira desdobrável.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)