* Victor Nogueira
2023 01 13 - Um assessor é mais uma ...."demissão" no Governo?
Se se demitir o porteiro da residência de S. Bento ou a telefonista num qualquer Ministério ou Secretaria de Estado, isso será contabilizado e anunciado como mais uma demissão no Governo do PS? Considerando que a exoneração dum Ministro implica a exoneração de todos os seus Secretários e Subsecretários de Estado, se o referido Ministério tivesse 10 (dez) Secretárias e Subsecretários de Estado, a demissão do Ministro conta como uma ou a comunicação social vai dizer que são 11 (onze) demissões, misturando alhos com bugalhos!?
Que se cudem os Governos do PS(d) e seus acólitos: não criem Ministérios cada um com mais que uma ou duas Secretarias e Subsecretarias de Estado, não vá desventuradamente o Diabo tecê-las!
PS e PSD são siameses, duas caras da mesma "moeda". A "oposição" de direita não tem programa alternativo ao da irmandade do PS, pelo que vive de "escândalos" e da "corrupção" e "nepotismo", em que ambos dão cartas. A política do PS(d)Chega da Iniciativa Liberal e do CDS é a mesma, indigesta, com maior ou menor embrulho agridoce, melado ou azedo. Livre dos "empecilhos" e dos freios à esquerda (PCP, Bloco e Verdes), o PS, estribado na maioria absoluta, desenvolve o programa do PSD/IL/CDS e demais acólitos na irmandade e confraria!
Já se organizam manifestações no Largo do Rato contra a "vergonha" do 25 de Abril, "a maior desgraça" na História de Portugal, vozeiam os manifestantes. Dentro em pouco talvez já se organizem ajuntamentos não para comemorar o 25 de Novembro, mas para celebrar o 28 de Maio.
Os “liberais” fazedores de opinião aparentemente demarcam-se daqueles com quem mais se identificam cada vez mais abertamente, subitamente preocupados com o "povo sofredor" que se manifesta invadindo e depredando os edifícios "símbolos e pilares da democracia", tentando inverter as derrotas eleitorais dos seus líderes, como Trump ou Bolsanero.
Ventura do Chega, face ao aparente fracasso do povo sofredor em Brasília, acaba por declarar que tais manifestações prejudicam, não a extrema-direita mundial, em que se insere, mas a “direita mundial”, a do sistema, em que se insere, de facto.
JMT, o João Miguel Tavares, insurge-se contra os manifestantes, que na opinião dele ultrapassaram as linhas vermelhas, insurgindo-se pelo facto de as forças policiais não terem usado a força letal para dispersar os manifestantes.
Com eleito, para JMT e seus confrades, ouro sobre azul seria que tivesse havido um banho de sangue na tomada de posse de Lula, com Bolsanero recolhido num hospital em Miami!
Mas a catilinária de JMT, na verdade, é a defesa do uso de força letal contra a populaça que se manifeste no quadrante do chamam “extrema-esquerda" caso se insurjam contra os pilares da “democracia” com que ele, Ventura e outros que tais se identificam e defendem, cada vez mais "liberal" e despudoradamente!
Pois JMT esclarece: «Mas atentar simbolicamente contra os pilares da democracia, e vandalizar as sedes do poder executivo, legislativo e judicial – que no Brasil, ainda por cima, acumulam com o génio do poder artístico nos edifícios deslumbrantes de Oscar Niemeyer –, é não menos ameaçador. É ensaiar um golpe revolucionário que uma democracia não pode tolerar.»
Empolgado e venturoso, JMT acrescenta:
«Linha vermelha é isto. Neste contexto, pouco interessa que Lula seja corrupto, como eu acredito que ele é. Infelizmente, a democracia tem muitas falhas, e não garante a eleição de anjos ou querubins. Mas ainda ninguém encontrou melhor sistema político. Não há alternativa disponível mais eficaz. Lula é corrupto? Esperemos que daqui a quatro anos apareça um político melhor para tomar o seu lugar.
(...) Daí a minha defesa do uso de força letal nestas circunstâncias. Ver a polícia recorrer a canhões de água ou a gás lacrimogéneo é um grande avanço civilizacional no controlo de manifestações violentas, em relação a um passado que acabava com gente morta. Mas a polícia não pode deixar as armas no bolso quando uma multidão ululante invade e destrói a casa da democracia. É tibieza. É fraqueza. E é trágico, porque passa a imagem de que é possível fazê-lo sem grandes consequências.»
Não lhe treme a pena nem fraqueja a voz quando classifica como “revolucionário” um golpe contra-revolucionário, ao bom estilo fascista do Golpe Militar fascista em 28 de Maio de 1926, que abriu caminho ``a chamada “Revolução Nacional do Estado Novo”, o tal que aparentemente teria morrido ,envilecido, em 25 de Abril de 1974.
Mas na sua catilinária, JMT desvenda o cerne dos pilares e princípios da "sua" democracia: Os Tribunais não condenaram Lula, na sequência dum processo judicial nebuloso conduzido po Sérgio Moro. É bem verdade que sob Bolsanero e seus familiares impedem suspeitas de corrupção. Mas, passando por cima disto como cão por vinha vindimada, JMT e seus confrades "c ****-**" para o poder judicial, um dos três pilares da democracia parlamentar. JMT entende que Lula é corrupto, como corruptos são todos os Governos do PS, mandando às malvas o princípio da presunção da inocência e do priomado dos Tribunais, passando uma esponja sobre os Governos do PSD e de Bolsanero!
Todos eles iludindo conveniente e ardilosamente uma questão fulcral! Se há políticos corruptos, quem são os empresárias e as empreses que pagam e recompensam a corrupção de que largamente e na sombra beneficiam?!
Quanto ao Governo de Lula da Silva, este é um saco de gatos com interesses antagónicos, lacraus e víboras, na senda duma inconciliável “conciliação de classes”! Quanto ao PS em Portugal, cavalga à desfilada rumo ao abismo, abrindo caminho à contra-revolução! Está-lhe no ADN e na massa do sangue da social-democracia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)