* Victor Nogueira
25 de julho de 2014
·
Conteúdo partilhado com: Público entre eros e afrodite 29 - cartas a penélope 15
foto victor nogueira - paço de arcos (centro histórico) -
Eis-me aqui sentado, rodeado de livros e papéis, o reflexo das luzes nos vidros, o eterno zumbido nos ouvidos. Tudo é silêncio, silêncio total em meu redor, o silêncio que enche as minhas solitárias madrugadas, silêncio neste momento quebrado apenas pelo dedilhar compassado no teclado negro com caracteres brancos de neve e o roncar de esparsos e liliputianos automóveis lá em baixo na avenida. Para lá das vidraças o negrume duma amena noite de verão, com mil luzernas cintilantes como se pirilampos fossem. Na sala, a porta da varanda aberta para que entrasse a fresca brisa nocturna, temperada pelo cheiro da terra molhada e o leve agitar dos espanta-espíritos, permitia que de longe viesse o ruído da feira de Santiago, nas Manteigadas, para lá do parque verde da Belavista, enquanto via um filme que me agradou, “The Shadow Dancer”, mal traduzido para “Paixões Sob O Sol Da Toscana”. Não é de “paixões” que o filme trata, mas sim do dom da escrita, da arte e da capacidade de voar, usando as palavras e dando outra dimensão à descrição da realidade, sendo o escritor aquele que assumindo o dom supera desse modo os sonhos não realizados, dele ou de quem o lê, para isso necessitando duma dose maior ou menor de loucura, não se confundindo com o mero habilidoso no manejo das palavras e dos sons nelas contidos. É o jogo de luz, cor e sombras, no processo criativo, aquilo de que nos fala a película.
Era um texto para complementar a foto aquele que pretendia gravar no monitor. O que me faz lembrar outra cena do filme quando o velho escritor dá ao neófito uma máquina de escrever, daquelas com teclado, fita e carreto, em substituição do computador que dificultaria o processo criativo pois tudo é facilmente apagado, sem a obrigação de pensar e de escolher melhor as palavras. Pessoalmente não penso assim, pelo contrário, que facilita e o único óbice é perder-se o registo da evolução do processo criativo,, umas vezes rápido, outras dificultoso, em torno duma palavra ou duma descrição..
Mas a única semelhança ou ligação entre o jogo de cores e formas do azul da foto e o castanho dourado debruado de verde e vermelho do filme é a suavidade. E o silêncio que me rodeia e no qual estou mergulhado. Como pássaro de asas cortadas.
~~~~~~~~~~
é penélope
a musa
em calíope
in-fusa.
e à janela
míope
a gazela;
e o antílope,
A galope
o chavalo
sem hissope
a cavalo.
E lucifera é
sem que ensope
em rapa-pé
o frangope.
Onde o magma
que de penélope
abra o enigma
com chope?
vem de entre eros e afrodite 27 - cartas a penélope 13
·
Conteúdo partilhado com: Público Do amor escrevem os poetas mil
canções que os jograis na corte cantam,
e aos mores os pares se espantam
em suspiros, lânguidos, rico ceitil.
Os peixes, as aves, no mundo voam, enchendo de lágrimas o barril,
tudo rodando com arte, mui gentil,
com esmeraldas, diademas, que soam.
Todos em mel do Olimpo mergulhando,
com cítaras, harpas, os serafins,
que bem langorosos vão navegando.
Como se mosqueteiros, espadachins
fossem, rindo, correndo, salteando,
entroando d'alvorada clarins
·
Conteúdo partilhado com: Público Queria joâo que no horizonte,
sem que no céu os dias escurecessem.
Penélope, em barca-bela, viessem,
assim esperando na velha ponte.
Mas os fios, espalhados, ao monte, não permitiam que amanhecessem,
p'ra que novas cores reverdecessem,
o sol, o sal, o mar, a lua, na fonte,
E neste vái-vém, movimento infindo,
mal caracoleava joão baptista
com mau penar, sem dona sorrindo
Das escritas, letras, mau avalista,
sem alma, sem coração, se partindo,
com seca faladura, em má pista.
Nascimento Maria - Lindo poema neste vai-vém infenito bem haja
9 ano(s
·
Conteúdo partilhado com: Público Foi de laranjais o vale,
é azul o estuário,
e brilhante o mar de sal
com a tróia um solário.
Na serra mãe, verde manto, o branco convento-novo
para aedos, um espanto,
de cangarras, porto covo.
Com os golfinhos vogando
esvoaçam nos sapais
muitas aves, encantando
os pescadores,no cais.
Sem riqueza do pescado,
varados no areal
os galeões 'ruinados
na praia são lamaçal.
A indústria conserveira
foi exploração infrene,
sem tostão na algibeira
ou noitada que serene.
Das Figueiras, Mal-Talhado,
ou na Cova do Canastro,
moravam mal apeados
os que não viam os astros.
De S. Domingos ao Tróino,
Santa Maria e Palhais,
Anunciada com sino,
S. Sebastião e mais.
É de Bocage a cidade
cantando Todi, Luísa,
Gravando a liberdade,
é do Sado a Princesa.
24 de julho de 2014
·
Foi de laranjais o vale,
é azul o estuário,
e brilhante o mar de sal
com a tróia um solário.
Na serra mãe, verde manto,
o branco convento-novo
para aedos, um espanto,
de cangarras, porto covo.
Com os golfinhos vogando
esvoaçam nos sapais
muitas aves, encantando
os pescadores,no cais.
Sem riqueza do pescado,
varados no areal
os galeões 'ruinados
na praia são lamaçal.
A indústria conserveira
foi exploração infrene,
sem tostão na algibeira
ou noitada que serene.
Das Figueiras, Mal-Talhado,
ou na Cova do Canastro,
moravam mal apeados
os que não viam os astros.
De S. Domingos ao Tróino,
Santa Maria e Palhais,
Anunciada com sino,
S. Sebastião e mais.
É de Bocage a cidade
cantando Todi, Luísa,
Gravando a liberdade,
é do Sado a Princesa.
setúbal 2014.07.24
24 de julho de 2014
·
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Público
é penélope
a musa
em calíope
in-fusa.
e à janela
míope
a gazela;
e o antílope,
A galope
o chavalo
sem hissope
a cavalo.
E lucifera é
sem que ensope
em rapa-pé
o frangope.
Onde o magma
que de penélope
abra o enigma
com chope?
24 de julho de 2013
·
Maria Jorgete Teixeira - Já cá volto...
10 ano(s)
Margarida Piloto Garcia - Esta sou eu quando fico perplexa com a vida e com certas coisas e pessoas. Claro que é um comentário um pouco egocêntrico. 🙂 Às voltas andamos todos resta saber se o abismo se abre.
10 ano(s)
Carlos Rodrigues - Imagem ego-centrica, psicótica, mas de narrativa aberta, a personagem visada nem sequer pesa no abismo, passa por cima dele.Muito interessante.
10 ano(s)
Susana Garcia Ferreira - Ilusão óptica. Mas também a vida dá muitas voltas,também pode ser isso.Também parece assim um túnel e a pessoa que está na imagem ,viu uma luz ao fundo do túnel .bjs
10 ano(s)
Aldina Miranda - eu penso é que estamos mais perto de ir parar ao buraco
10 ano(s)
Maria Rodrigues
😃
10 ano(s)
Maria Lisete Almeida - Espiral ... estamos com o pé direito no fundinho mesmo do buraco ... Grata pela partilha!
10 ano(s)
Vânia Cairo - Mto bom, querido
10 ano(s)
Clara Roque Esteves - Na prática, a espiral recessiva. Do ponto de vista da arte, OP ART, Vsarely??? What do you mean???
10 ano(s)
Isabel Maria - Estamos a ser sugados!!!
10 ano(s)
Donzilia Conceiçao -
E vamos na espiral recessiva até mesmo ao fundinho, meu amigo obrigada pela partilha,um beijo.
10 ano(s)
Ana Maria Madail - Gostei...
10 ano(s)
Luisa Neves - Excelente. Abraço. 😉 🙂
10 ano(s)
Manuela Miranda estou quase a chegar aonde quero ao cimo de uma montanha é a meta que queria atingir. Obrigada amigo Pela sugestão beijinhos
10 ano(s)
Alice Coelho Estamos no poço da morte..... subimos!!!
10 ano(s)
Maria Jorgete Teixeira Por entre os dedos do tempo
A vida escorre
some-se na voragem do Universo...
10 ano(s)
Margarida Ourives Um pouco confuso
9 ano(s)
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é azul o estuário,
e brilhante o mar de sal
com a tróia um solário.
Na serra mãe, verde manto, o branco convento-novo
para aedos, um espanto,
de cangarras, porto covo.
Com os golfinhos vogando
esvoaçam nos sapais
muitas aves, encantando
os pescadores,no cais.
Sem riqueza do pescado,
varados no areal
os galeões 'ruinados
na praia são lamaçal.
A indústria conserveira
foi exploração infrene,
sem tostão na algibeira
ou noitada que serene.
Das Figueiras, Mal-Talhado,
ou na Cova do Canastro,
moravam mal apeados
os que não viam os astros.
De S. Domingos ao Tróino,
Santa Maria e Palhais,
Anunciada com sino,
S. Sebastião e mais.
É de Bocage a cidade
cantando Todi, Luísa,
Gravando a liberdade,
é do Sado a Princesa.
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Conteúdo partilhado com: Público é penélope
a musa
em calíope
in-fusa.
míope
a gazela;
e o antílope,
A galope
o chavalo
sem hissope
a cavalo.
E lucifera é
sem que ensope
em rapa-pé
o frangope.
Onde o magma
que de penélope
abra o enigma
com chope?
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Conteúdo partilhado com: Público Proposta / Sugestão - comentários livres a partir da imagem
Maria Jorgete Teixeira
Já cá volto...
10 ano(s)
Margarida Piloto Garcia
Esta sou eu quando fico perplexa com a vida e com certas coisas e pessoas. Claro que é um comentário um pouco egocêntrico. 🙂 Às voltas andamos todos resta saber se o abismo se abre.
10 ano(s)
Carlos Rodrigues
Imagem ego-centrica, psicótica, mas de narrativa aberta, a personagem visada nem sequer pesa no abismo, passa por cima dele.Muito interessante.
10 ano(s)
Susana Garcia Ferreira
Ilusão óptica. Mas também a vida dá muitas voltas,também pode ser isso.Também parece assim um túnel e a pessoa que está na imagem ,viu uma luz ao fundo do túnel .bjs
10 ano(s)
Aldina Miranda
eu penso é que estamos mais perto de ir parar ao buraco
10 ano(s)
Maria Rodrigues
=d
10 ano(s)
Maria Rodrigues
(Y)
10 ano(s)
Maria Rodrigues
😃
10 ano(s)
Maria Lisete Almeida
Espiral ... estamos com o pé direito no fundinho mesmo do buraco ... Grata pela partilha!
10 ano(s)
Vânia Cairo
Mto bom, querido
10 ano(s)
Clara Roque Esteves
Na prática, a espiral recessiva. Do ponto de vista da arte, OP ART, Vsarely??? What do you mean???
10 ano(s)
Isabel Maria
Estamos a ser sugados!!!
Ver tradução10 ano(s)
Donzilia Conceiçao
E vamos na espiral recessiva até mesmo ao fundinho, meu amigo obrigada pela partilha,um beijo.
10 ano(s)
Ana Maria Madail
Gostei...
10 ano(s)
Luisa Neves
Excelente. Abraço. 😉 🙂
10 ano(s)
Manuela Miranda
estou quase a chegar aonde quero ao cimo de uma montanha é a meta que queria atingir. Obrigada amigo Pela sugestão beijinhos
10 ano(s)
Alice Coelho
Estamos no poço da morte..... subimos!!!
10 ano(s)
Maria Jorgete Teixeira
Por entre os dedos do tempo
A vida escorre
some-se na voragem do Universo...
10 ano(s)
Margarida Ourives
Um pouco confuso
9 ano(s)
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a musa
em calíope
in-fusa.
míope
a gazela;
e o antílope,
A galope
o chavalo
sem hissope
a cavalo.
E lucifera é
sem que ensope
em rapa-pé
o frangope.
Onde o magma
que de penélope
abra o enigma
com chope?
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Maria Jorgete Teixeira
Já cá volto...
10 ano(s)
Margarida Piloto Garcia
Esta sou eu quando fico perplexa com a vida e com certas coisas e pessoas. Claro que é um comentário um pouco egocêntrico. 🙂 Às voltas andamos todos resta saber se o abismo se abre.
10 ano(s)
Carlos Rodrigues
Imagem ego-centrica, psicótica, mas de narrativa aberta, a personagem visada nem sequer pesa no abismo, passa por cima dele.Muito interessante.
10 ano(s)
Susana Garcia Ferreira
Ilusão óptica. Mas também a vida dá muitas voltas,também pode ser isso.Também parece assim um túnel e a pessoa que está na imagem ,viu uma luz ao fundo do túnel .bjs
10 ano(s)
Aldina Miranda
eu penso é que estamos mais perto de ir parar ao buraco
10 ano(s)
Maria Rodrigues
=d
10 ano(s)
Maria Rodrigues
(Y)
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Maria Rodrigues
😃
10 ano(s)
Maria Lisete Almeida
Espiral ... estamos com o pé direito no fundinho mesmo do buraco ... Grata pela partilha!
10 ano(s)
Vânia Cairo
Mto bom, querido
10 ano(s)
Clara Roque Esteves
Na prática, a espiral recessiva. Do ponto de vista da arte, OP ART, Vsarely??? What do you mean???
10 ano(s)
Isabel Maria
Estamos a ser sugados!!!
Ver tradução10 ano(s)
Donzilia Conceiçao
E vamos na espiral recessiva até mesmo ao fundinho, meu amigo obrigada pela partilha,um beijo.
10 ano(s)
Ana Maria Madail
Gostei...
10 ano(s)
Luisa Neves
Excelente. Abraço. 😉 🙂
10 ano(s)
Manuela Miranda
estou quase a chegar aonde quero ao cimo de uma montanha é a meta que queria atingir. Obrigada amigo Pela sugestão beijinhos
10 ano(s)
Alice Coelho
Estamos no poço da morte..... subimos!!!
10 ano(s)
Maria Jorgete Teixeira
Por entre os dedos do tempo
A vida escorre
some-se na voragem do Universo...
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Margarida Ourives
Um pouco confuso
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)