* Victor Nogueira
Nos meus tempos de menino e moço no Salvador Correia, em Luanda, nas aulas de Desenho, à vista, este seria um dos modelos recorrentes, por causa do jogo de luz e sombreado.
O quintalejo está despido de flores, apenas um raro jarro, de corola branca e estames amarelos, pois tudo foi podado para florescer, em força e viço, na Primavera. Persistem apenas as frutíferas e arbustos, de folha perene na companhia de ramos e caules desnudos ou despidos, esquálidos, cortados quase rente, como os das roseiras e das hortenses.
De Ferreira de Castro estou a ler o romance "A Selva" (amazónica), situada nos seringais brasileiros, plantações de "Hevea brasiliensis". De pesquisa em pesquisa descobri que aquela planta ornamental vulgarmente designada como árvore da borracha nada tem a ver com a seringueira.
Com efeito a "Ficus elastica" ou falsa-seringueira distingue-se daquela pela folhagem, podendo atingir 15 a 20 metros de altura, como existe uma em Azurara, mais maneirinha, no início da ponte que a liga a Vila do Conde.
Diz a Wikipedia que, "Quando cortada, a planta derrama um látex tóxico, esbranquiçado e muito viscoso. Este látex foi utilizado como matéria-prima no fabrico de borracha, embora não tenha a mesma abundância e qualidade do produzido pela seringueira.»
A planta na jarra nada tem a ver com árvores da borracha, falsas ou verdadeiras.
A chuva e o mau tempo, tempestuoso, amainaram. Os campos estão verdejantes, com o céu azulado e nuvens espreguiçando-se, diáfanas, levemente acinzentadas. Mantém-se a frialdade gélida, entranhante, mas um pouco mais suportável.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)