quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Poesia em 2014 fevereiro 28

 


* Victor Nogueira

28 de fevereiro de 2014 
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são ocas
as
tuas
palavras
balofas
balelas
sem velas
desfolhadas
são de areia
a tua determinação
uma
efabulação
brlham talvez
com a leveza
etérea
do pechisbeque
uma borboleta
que volteia
e
não
aquece
a
chama
os teus mimos
não são arrimos
mas pantominas
Setúbal 2014.02.28

28 de fevereiro de 2014 
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calamos as palavras
e morremos
sem as dizermos
resguardamos os gestos
dos afectos
e partimos sem
os
partilharmos
em semi-breve
enleamos de nós
a meia-voz
a vida
vivida
e
morremos
sem cantarmos
setúbal 2014.02.28


28 de fevereiro de 2014 
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com teu receio
de
permeio
as flores
fenecem
nas
dores
e
o
cais
deserto
de naus
setúbal 2014.02.28

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Poesia em 2014 fevereiro 25

 


* Victor Nogueira

25 de fevereiro de 2014 
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abril
das águas mil
em maio
no funil
otário
na boca larga
o povo
'tormentado
no estreito
canal
em cornucópia
os cifrões
crescente
de bolsa
a(ba)rrotando
os salafrários
e
os
seus patrões
setúbal 2014.02.25

25 de fevereiro de 2014 
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na festança
da abastança
o povo
com apneia
e a classe média
pequena ou média burguesia
com azia
todos proletários
os otários
ricos
os mafarricos
setúbal 2014.02.25

 
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hoje não falamos
de flores
nem de amores
ardores
ou andores
hoje falamos
dos nós
sem voz
lassos de embaraços
hoje falamos
de nós
(quase) todos
sem pauta
e
a malta
sem acordo
desafinando
e
desfiando
setúbal, 2014.02.24

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Persistência da memória - Lili (1926 - 2017)

 


2024 02 24 - Fotos victor nogueira e Penélope - A Lili nas suas costuras, em Paço de Arcos, e as violetas.


24 de fevereiro de 2023 · Persistência da memória - Lili (1926 - 2017)

Diz-me Penélope que as violetas da minha tia Lili continuam viçosas, as violetas que me pediu como lembrança depois do seu falecimento.

Desde a minha juventude até 2017 a Lili, minha amiga e confidente, conheceu não poucas das minhas amizades e a casa dela esteve sempre aberta a todas elas, desde o Zamith, dos bancos da "primária" em Luanda, e a Emília, das aulas em Económicas, em Lisboa, passando pela malta do Arcada, em évoraburgomedieval, até ao Gilberto e o Filipe, sem esquecer a minha Mana Flor, já falecida, e Penélope, entre outros e outras.

Os que partiram continuam vivos enquanto estiverem na memória dos que os conheceram e com eles con-viveram!

Setúbal, 2020.05.06 

Poesia em 2014 fevereiro 24



* Victor Nogueira 


 24 de fevereiro de 2014

 
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em casa minha
os
livros são como coelhos
e de joelhos
estou
do chão ao tecto
não em adorações
de andores
mas em arrumações
com dores
tarefa infinda
dia-a-dia
na berlinda
pum catrapum
setúbal 2014.02.24

o cansaço do baraço às braçadas é meu
teu o abraço ?

setúbal 2014.02.24
Madalena Mendes Estás muciogoeando 10 ano(s) Madalena Mendes Parabéns! 10 ano(s) Victor Barroso Nogueira que significa "muciogoendo" ? Estou num brevíssimo intervalo de arrumar livros, tarefa ciclópica, de sísifo, prometeuístico 🙁 10 ano(s) Editado Madalena Mendes os teus poemas são do estilo do Múcio de Lima Góes, poeta pernambucano. 10 ano(s) Victor Barroso Nogueira ou os dele como os meus LOL Quem primeiro terá escrito ? 10 ano(s) Victor Barroso Nogueira

Poemas de Múcio Lima de Góes, poeta brasileiro e d'outros

10 ano(s)

tiritas de medo ou de frio
não sei e não rio
setúbal 2014.02.24

triste traste all-quebrado e cansado
vegetando na ínsula

setúbal 2014.02.24

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Poesia em 2014 fevereiro 23


 23 de fevereiro de 2014

 
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gato
que brincas
na rua
a beira-mar
ao luar
não é minha
mas
é
tua
a liberdade
de
vadiar
setúbal 2014.02.23

nús
com pús
purulentos
e
macilentos
na rede
com sede
enleados
e
oleados
capacho
são
ou não ?
setúbal 2014.02.23

Bem vindos à LUTA ! Todos não somos demais! (2013)

 


23 de fevereiro de 2013  · 

* Victor Nogueira ~~~~~Leio esta frase 

«Sabemos hoje que é possível fazer como os nossos pais e avós: juntarmo-nos, organizarmo-nos e não esperarmos por estruturas governamentais, partidárias, sindicais ou organizacionais pré-existentes para fazermos a mudança social hoje!»

Há uma pequena rectificação, para além do "bem-vindo à luta". Todos os tempos exigem imaginação e formas de organização e de manifestação adequadas. E no tempo do fascismo e no tempo entre abril e maio, isto é entre abril de  74 e novembro de 1975 e mesmo desde então, os trabalhadores e as populações lutaram por melhores condições de vida e de trabalho, para muitos  numa outra sociedade que não a capitalista. 

E reportando-me ao tempo do fascismo, os que então eram jovens e adolescentes,  hoje avós, pais ou companheiros de quem  hoje desperta para a luta,  lutaram organizados também no partido comunista português e noutras organizações políticas, violenta e sangrentamente reprimidas. E lutaram dentro dos sindicatos fascistas e das associações de estudantes, sobretudo universitárias, conseguindo conquistá-los por dentro. 

E lutaram também nas praças da jorna, nos piquetes de greve, no movimento cooperativo, organizando-se e manifestando-se e fazendo greves mesmo no tempo em que tal era proibido e sujeitos à prisão, à tortura, ao assassinato pela polícia política e pelas restantes forças policiais.. . E lutaram na comissões de moradores. de trabalhadores, de utentes, sindicais ... 

A luta e a resistência à exploração, à repressão  e à ditadura, mesmo que esta última pareça democrática, não é de hoje nem de ontem. Tem milénios. Não é só de Portugal mas de todos os povos. Os que agora despertam não estão a inventar a pólvora. 

Embora haja a consciência de que não tão poucos como isso descerão do comboio ao longo dos apeadeiros intermédios, esperemos que este possa um dia alcançar o obectivo final que, no entender de muitos de nós se encontra não no capitalismo ou no  "súcialismo" mas sim no socialismo, dia após dia construído.

Bem vindos à LUTA !

Todos não somos demais !

Quadro - Volpedo - O 4º Estado

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

A poesia em fevereiro 21

 


21 de fevereiro de 2016

Tantas fronteiras com barreiras
tantos muros e morros
em socalcos
tantos palavras vazias
sem fantasia
com azia
Um poema
sem rima
O riso conciso
no chão que piso

Setúbal 2014.02.21
21 de fevereiro de 2014 
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Público
o operário
com mau solário
o camponês
sem a rês
e a classe média
que ria
pequena ou média burguesia
com azia
do capital
a razia
é fatal ?
Setúbal 2014.02.21

21 de fevereiro de 2014 
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Público
mobiliza a dor
da fome

acende o lume
do perfume
liquida o estrume

Setúbal 2014.02.21

 
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Público
grão a grão
aumenta o cifrão
e
o milhão
do patrão
é
a canção
do ladrão
(des)graças
do sono teu
noss
o pesadelo

Setúbal 2014.02.21

 
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Público
claro o dia
que esfria
a
luminosidade
de
cinzas

Setúbal 2014.02.21

 
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Público
faz sol
em
dó ré mi
à sombra
arrefece
ao sol
não aquece
luminoso o dia
que esfria
de cinza
a claridade
Setúbal 2014.02.21l 2014.02.214.02.2121