Paço de Arcos - auto-retrato em 2017.08.24 - após o desbarbeamento -
1. - Quando era pequenina, "a long time ago", ao ver-me depois de eu ter rapado a barba e o bigode, exclamou a minha filha susana: "olha, outro victor!"
2. - Aqui, à minha esquerda [no Café Arcada, em Évora], está o velhote pequenitates que anda à Charlot; costuma pôr uma flor no copo de água que normalmente acompanha a bica, fala em verso - os dois últimos primam quase sempre pela falta de rima e métrica - e oferece moedas da sua colecção às personalidades importantes que passam por Évora e às caras bonitas. Fala com toda a gente e não sei se falará com alguém. Quando regressei de Luanda reparou que eu tinha rapado a barba ... largos meses depois do acto solene que me tornou irreconhecível ao espelho, provocando me, durante alguns dias, ataques de hilaridade frente àquela face rejuvenescida e francamente risonha, sem o sorriso voltaireano que dizem ser o meu - irónico e trocista - de que muitas vezes me apercebo mas não contenho, mesmo nos momentos mais solenes e sérios, de gravidade de circunstância. (...) (NSF - 1971.01.31)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)