* Victor Nogueira
2023 04 24 Nos 49 anos do 25 de Abril, para que a memória não esqueça - O Homem da bicicleta, ao nascer do sol (Foto victor nogueira) ~ Outrora, a bicicleta era o meio de transporte dos pobres, instrumento de trabalho, referido, por exemplo, no filme "Ladrões de bicicletas" (Ladri di biciclette), de Vittorio de Sica 1948), estando a bicicleta na origem dum desporto então popular em vários países, anualmente culminando na "Volta a [..] em bicicleta". Volta esta que em Portugal esteve na base dum outro filme, "O Homem do Dia", de Henrique Campos e Teresita Miranda (1958), interpretado pelo ciclista Alves Barbosa
Em Ladrões de Bicicletas, Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), na Itália do pós-guerra, é um operário a quem furtam a bicicleta. adquirida com enorme esforço, essencial para o seu trabalho e do calvário para tentar reavê-la.
A bicicleta era naturalmente o meio de transporte frequentemente utilizado pelos militantes comunistas, na clandestinidade, em muitas das suas deslocações, para estabelecer contactos, organizar as lutas, distribuir a imprensa clandestina. A essa actividade se refere Álvaro Cunhal na sua obra literária, designadamente em "Até Amanhã, Camaradas". (2023 04 24 / 2024 08 06)
Fui ver o filme "O Homem do Dia", no cine Restauração. É o primeiro filme português que eu vejo em Magnascope.
Alves Barbosa, o grande ciclista português, vai em 1º lugar. Lá longe, na sua terra, a noiva chora de comoção ao saber que ele vai em 1º lugar. O 2º classificado fá lo sair da pista e o Alves Barbosa fica gravemente ferido. Felizmente os médicos conseguem tirá lo ás garras da morte.
Então ele resolve ir á França, para concorrer á Volta á França em Bicicleta.
Antes de ir casa-se. Mas o ciclista que o tinha feito despistar-se e que o odiava comete um assalto á própria fábrica onde trabalhavam. As provas são contra o Alves Barbosa, que é preso, no meio da festa do casamento, mas liberto em seguida vai á França concorrer, voltando a Portugal pouco depois.
Entretanto a mulher dele, que estava grávida, foi dar um passeio pelos campos. De repente começou a sentir se mal e desmaiou. Todos andavam á procura dela, pois já se tinha dado pela sua falta. Eis que de repente ouvem um choro de criança. Dirigiram-se para esse sítio e viram a mulher do Alves Barbosa desmaiada e tinha dado á luz, ali, um filho.
O pai da rapariga telefonou para o hotel, onde estava o genro, para comunicar a boa nova, mas quem atende é o rapaz que odeia o Alves Barbosa, de maneira que ele recebe o recado e nada diz ao felizardo pai.
Ao irmão do Mário Pereira, assim se chamava o rapaz que odiava o A. Barbosa, pregou lhe um sermão, por ele odiar um dos seus melhores amigos.
O A. Barbosa, cansado, bem depressa é apanhado pelo Mário Pereira, que o ajuda, pois tinha ficado com remorsos do que tinha feito ao amigo. Então, para o encorajar, diz-lhe que a mulher teve um filho. Mas eis que a bicicleta dele cai e se quebra. Então o Mário Pereira dá-lhe a bicicleta dele, de maneira que depois do Alves Barbosa ter beijado o filho e a esposa, segue o caminho, mas agora em 2º lugar, mas chega á meta em 1º lugar. (1958.12.09 - Diário I)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)