sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Letras empilhadas, ano após ano, em Dezembro, 27, (re)colhidas em 2024

 * Victor Nogueira  

27 de dezembro de 2011

"Porto" - três significados, duas interpretações

Maria Jorgete Teixeira

Conheço bem estes três significados: o porto de abrigo, o Porto, cidade/sentida pela pena de Carlos Tê e interpretação de Rui Veloso e o Porto Côvo, aldeia onde tantas vezes estive, terra onde fui feliz, mas onde passei também alguns dos dias mais dolorosos da minha vida. Mas sem mágoas já.

13 a

Victor Barroso Nogueira

Durante muitos anos fiz inquéritos [Inquérito Permanente ao Emprego] para o INE para compensar os meses em que estava como professor sem trabalho e com família constituída, entre 1977 e 1981. Percorri assim todo o Distrito de Setúbal, desde a Margem Esquerda do Tejo até Cercal do Alentejo. Por alguns lugares fiquei apaixonado - Alcochete e a sua marginal, Barreiro Velho, Cabo Espichel, Nossa Senhora da Atalaia, S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém ... Mas Porto Covo foi um baque, ao fim daquela estrada estreita e rectilínea, desemboquei naquele largo depurado, então tipicamente alentejano de casas brancas debruadas a azul e um enorme silêncio. Um encanto renovado durante cinco anos, tantos quantos duravam as visitas anuais aos fogos selecionados, findos os quais eram escolhidos aleatoriamente outros. Nunca mais lá voltei !

13 a

27 de dezembro de 2012  · 

A mim o face nada pergunta. Mas tb quem me lê não me lê, de facto. Basta ver as minhas duas últimas fotos da minha cronologia. as do poema "sentir" e do moinho ao nascer do sol.

Nandinha Monteiro

Secalhar não pergunta porque não lhe dizes nada ? hehehhe a mim está sempre a perguntar, como estás? que se passa Nandinha?? lolllllllll

12 a

Victor Barroso Nogueira

Pois ...

12 a

Deolinda F. Mesquita

Só pergunta as meninas.

12 a

Victor Barroso Nogueira

Ah ! Malandreco, o inFaceLock

12 a

Nandinha Monteiro

hehehheh

12 a

Nádia Patricia

LOL

12 a


David Mourão-Ferreira - Abandono (Fado de Peniche), por Amália Rodrigues

27 de dezembro de 2012 
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Abandono ou Fado de Peniche
David Mourão-Ferreira
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.

Deolinda F. Mesquita
Penso muitas vezes .... os tipos não sabiam ler deixaram passar este poema lindíssimo na tristeza que encerra,
12 a


Rio Grande - Postal dos Correios


António Jacinto - Carta de um contratado

27 de dezembro de 2014  · 

foto victor nogueira -  MARCO DO CORREIO  em Beja e dois poemas - "Postal dos Correios" e "Carta de um Contratado"

 Fernando Lúcio

Recordar é viver, que saudades de receber postais de boas festas, na época natalícia. (Bom Ano Novo.)

10 a 

Bessa-José Bessa

Excelentes mensagens (postal e carta).

Bom Ano Novo. Que nunca se atrase o Correio.

10 a


27 de dezembro de 2016  · 

foto victor nogueira - felina inspecionando as prendas na noite de Natal em casa da Teresa

27 de dezembro de 2020  · 

foto victor nogueira - Praça de Bocage, em Setúbal, na gélida noite de 2020.12.25, com raros transeuntes, mais ou menos vagarosos, e com a esplanada dum antigo café, o único aberto, cheia de clientes.  Gabo-lhes a bizarria, apesar de alguns estarem no seu interior, aconchegados da frialdade externa.

27 de dezembro de 2022  · 

Foto victor nogueira - Rua do Freixo, no Porto (2022 11 01 IMG_0570)

Ampliando a foto, descobri que nela, à esquerda,  aparece um “Café Amarantino”. Pesquisando, verifiquei que se localiza na Rua do Freixo, nº 1695. 

Ao contrário do que sucede por exemplo em Setúbal, o Porto tem ruas com extensões quilométricas mantendo a mesma denominação, partindo do princípio que a cada metro corresponde um número de polícia.

Pela foto o estabelecimento nada aparenta de notável, mas na sua página na internet aparentemente desmente as aparências. Valerá a pena acreditarmos na auto publicidade?

«’Se estiver à procura dum café acolhedor para passar uma tarde relaxada, passe por cá. O nosso café Café Amarantino tem um atendimento simpático, uma belíssima atmosfera e muito espaço para tomar café, comer qualquer coisa ou embrenhar-se no seu livro favorito. Sinta-se em casa! Excelente café com uma ampla seleção de bebidas.

Será um prazer brindá-lo com iguarias tradicionais e portuguesas preparadas na hora pela nossa equipa. Somos famosos pelos nossos ótimos pratos locais e pelos nossos diversificados pratos regionais. Sinta-se bem no nosso espaço e saboreie os nossos pratos de tapas saborosos com uma chávena de café boa – temos todo o gosto em ajudar na escolha. 

As nossas tortas confecionadas com carinho ou os nossos deliciosos bolos vão seduzir os nossos convidados em momentos de pausa. Saboreie o seu pequeno-almoço connosco! Wi-Fi gratuita para que os nossos clientes possam navegar comodamente na Internet. Temos uma área especial onde pode fumar com toda a tranquilidade. Estamos à sua espera! Apareça quando quiser

27 de dezembro de 2022  · 

Auto-retrato no Mindelo, numa soalheira manhã com amena temperatura, vislumbrando o céu entre o azul e o cinzento, sobre os campos verdejantes para lá da vidraça, rodeado pelo silêncio, depois de ouvir o Concerto nº1 para piano, de Tchaikovski, no leitor de CD's, em 2022 12 27. 

Regressaram as aves, que em voos planados passam no horizonte. É tempo de ir almoçar:, estufado de coxas de frango ou de galinha  com arroz de tomate.  Para o jantar ficará a sopa de abóbora, produto ali do quintalejo.

Para o almoço a companhia musical será mais serena: dois dos imoromptus ou improvisos de Schubert, para piano.

EM TEMPO – Tchaikowski surge nas minhas cartas do meu exílio em évoraburgomedieval.

*** A tarde está tristonha. Dos alto-falantes do gira discos saem as notas da "Rapsódia Húngara" de Liszt. .

Não há dúvida que o piano é um instrumento agradável de ouvir. E a Rapsódia Húngara nº 6?!  Dá uma sensação de afirmação persistente, que nunca se quebra. Mas uma das minhas composições preferidas é o "Concerto para piano, nº 1", de Tchaikowski.  (NSF - 1970.03.21)

À "Rapsódia Húngara" de Liszt (o piano é maravilhoso!) junta-se o chilrear dos pássaros no telhado, o ronronar duma avioneta pelos ares e o ruído abafado do trânsito na Praça do Giraldo, aqui a dois passos. (NSF - 1970.05.17)»

*** «Ouço o Concerto nº 1 para piano, de Tchaikowski. Os sons desprendem-se em cavalgada, saem do piano pelo alto-falante, umas vezes de mansinho, outras violentamente, elevam-se, envolvem-nos, penetram em nós e arrebatam-nos. Neste momento os violinos dialogam com o piano, tentam impor-se-lhe, este assemelha-se a um riachozito saltitante. A voz daqueles eleva-se, tentam emudecê-lo. Os violinos perdem a sua delicadeza, tornam-se autoritários. Abafam o piano, o frágil, quem diria, piano! Veio a calma. Lentamente, a medo, uma flauta tenta quebrar o silêncio. Outras vozes vão-se-lhe juntando. Violinos e piano restabelecem o diálogo, secundados por outros elementos. Há uma quietude no ambiente. Uma voz grave, que não identifico, surge. O piano saltita pelo riacho, de pedra em pedra, apressa-se, corre ligeiramente pelos prados. Os outros seguem-no. Os sons misturam-se, elevam-se em cascata. O diálogo repete-se serenamente, em espiral. Termina mais uma cena.

Silêncio. Violência. Brusquidão. Violinos e piano defrontam-se de novo. Implacavelmente o piano tenta impôr-se. Consegue, com alguma luta. Os violinos aceitam a derrota e rendem-lhe homenagem. Ele aceita-la do alto da sua vitória. Os sons ora dialogam, ora competem entre si. Os violinos são os árbitros. Parece que nada mais pode deter o piano, soltito, com ternura, com delicadeza, umas vezes, com altivez, outras. Ah! os outros silenciaram-no.  Mas ele debate-se, liberta-se, corre, surdo à majestade dos violinos. Está sozinho. É perseguido, tenta fazer-se ouvir. Mas é tarde! Este final soberbo, empolgante, arrebatador! (NSM - 1969.01.23)

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Joana Espanca Bacelar

Adoro Schubert! Oiço muitas vezes....

Estás com ar satisfeito! 👌

2 a

Victor Nogueira

Joana Espanca Bacelar Agora já consegui ultrapassar as minhas inibições e já consigo "representar", olhando em frente, desassombradamente, para a cintilante luzinha verde do PC (entenda-se, personal computer)

2 a

Joana Espanca Bacelar

Victor, a experiência faz milagres.... 😄😄

2 a

Victor Nogueira

Joana Espanca Bacelar Tinha dez anos em Luanda quando fui designado para interpretar o "Príncipe das mãos vazias," um texto do livro de leitura, na récita da 4ª classe, e parece-me que nos ensaios desempenhava bem o papel. Mas, quando chegou o dia da representação pública deu-me uma branca e esqueci as minhas falas. Fiquei imensamente aborrecido por todos me aplaudirem, apesar do meu fiasco clamoroso.

Remeti-me ao silêncio até que decorridos 10 anos pedi a palavra num plenário de estudantes, em Económicas, em Lisboa. Meti os pés pelas mãos, não dise coisa com coisa e calei-me com uma enorme frustração:

Depois disso ganhei calo e passei a ser capaz de "enfrentar" audiências de largas centenas de pessoas, por vezes aplaudido pela assistência LOL.

2 a

Joana Espanca Bacelar

Victor Barroso, só te conheci quando já eras um grande comunicador e com sucesso. Um líder...

Desconhecia até, das tentativas falhadas 😄

2 a

Victor  Nogueira

Joana Espanca Bacelar Gracias pela gentileza 🙂

2 a

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)