terça-feira, 25 de novembro de 2025

(06) - Guia das Azenhas e Moinhos de Maré do Tejo e do Sado

 



* chat GPT

Introdução

Os estuários do Tejo e do Sado constituem duas das zonas historicamente mais ricas de Portugal no que toca a estruturas molinológicas. Entre moinhos de maré, azenhas ribeirinhas, canais artificiais, engenhos hidráulicos e sistemas de moagem associados a afluentes, formou-se, ao longo dos séculos, uma paisagem tecnológica que serviu populações rurais, comunidades piscatórias, ordens religiosas, estaleiros navais e zonas industriais. Este guia reúne, de forma consolidada, todas as referências recolhidas ao longo desta sessão, estruturando-as por bacia hidrográfica e distinguindo azenhas (moinhos de água de ribeira ou rio) de moinhos de maré (instalados em esteiros ou sapais, utilizando a energia da maré). Incluem-se descrições, localizações aproximadas e fontes com ligações digitais.


1. RIO TEJO E AFLUENTES

1.1. Azenhas

Azenhas de Mouriscas — Canal de Alfanzira (Abrantes)

Conjunto histórico de azenhas ligadas ao Canal de Alfanzira, uma obra hidráulica filipina que desviava águas para alimentar cerca de quinze moinhos. Há registos textuais e fotográficos que referem ainda 2–3 azenhas diretamente no Tejo.
Fontes:

Ribeira da Arcês (Mouriscas / Rio Frio)

Afluente do Tejo onde existiam aproximadamente 15 azenhas distribuídas ao longo das margens, documentadas em estudos locais e em Wikitejo.

Azenhas de Rio de Moinhos (Abrantes)

A ribeira que dá nome à freguesia alimentava “numerosas azenhas”, segundo registos históricos e itinerários municipais.
Fonte:
https://turismo.cm-abrantes.pt/ (Rotas e Circuitos → Rio de Moinhos)

Outros afluentes do Tejo

O Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo e documentação técnica mencionam numerosas azenhas ao longo do Zêzere, Almonda, Ocreza e ribeiras menores. As imagens encontram-se dispersas em arquivos municipais e SIPA.


1.2. Moinhos de Maré no Estuário do Tejo

A margem sul do Tejo concentra a maior densidade histórica de moinhos de maré documentados em Portugal.

Barreiro — Complexo Moageiro do Barreiro

Histórica “capital” dos moinhos de maré. Cerca de 12 estruturas referidas em levantamentos municipais e académicos, incluindo:

Seixal — Moinho de Maré de Corroios

Um dos mais importantes e melhor preservados moinhos de maré da Península Ibérica; Imóvel de Interesse Público e núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal.
Fonte: https://www.cm-seixal.pt/ecomuseu-municipal/moinho-de-mare-de-corrios

Montijo — Moinho do Cais (Aldeia Galega) e Moinho da Lançada

O Moinho do Cais encontra-se recuperado e visitável; a Lançada subsiste em ruína.

Moita — Moinho de Maré de Alhos Vedros

Estrutura registada em fichas patrimoniais e documentação municipal.

Alcochete, Almada, Lisboa (Alcântara)

A documentação histórica refere vários moinhos de maré e moinhos de vento com função complementar. Alcântara possui estudos sobre moinhos medievais ligados ao antigo esteiro.

Vila Franca de Xira / Alverca

Existem referências a moinhos e pequenas azenhas junto a antigas rias interiores hoje desaparecidas.


2. RIO SADO E AFLUENTES

2.1. Azenhas

Azenhas de Alvalade (Santiago do Cacém)

Registos históricos referem azenhas nos locais de Gaspeia, Monte Branco, Algêda, Gamita e Gamitinha, todas ligadas ao património moageiro tradicional de Alvalade. Algumas estruturas subsistem parcialmente.

Moinho / Azenha da Gamita (Ermidas-Sado)

Moinho de água considerado “importante exemplar do património molinológico local”. A arquitetura está adaptada às cheias do Sado.

Azenha da Ribeira de Campilhas (Alvalade)

Estrutura associada à rede moageira de Alvalade, mencionada nos registos locais.

Recursos fotográficos gerais

  • “Memórias de Alvalade”: secção dedicada ao património moageiro.
  • “Roteiro Fotográfico do Litoral Alentejano”: inclui mapas com pontos molinológicos.
  • Relatório municipal de 2023: fotografia do Moinho da Gamita.

2.2. Moinhos de Maré no Estuário do Sado (Setúbal)

Com base no levantamento fotográfico e textual do blogue Kant_O_Photomático, destacam-se três núcleos principais.

Moinho de Maré da Mourisca (Herdade da Mourisca, Setúbal)

Um dos mais emblemáticos moinhos de maré do país, totalmente restaurado, com centro interpretativo, passadiços e observatórios de aves.
Fonte / galeria:

Moinhos de Maré da Mitrena

Conjunto de estruturas hoje arruinadas, outrora ligadas à indústria marítima e à exploração de sal. Situam-se na zona industrial da Mitrena, junto ao estuário interior.
Fonte: idem (link acima)

Moinhos de Maré das Praias do Sado

Grupo de moinhos de maré dispersos ao longo das margens baixas e sapais das Praias do Sado, integrando-se num sistema tradicional de moagem relacionado com atividades de pesca e salinicultura.
Fonte: idem (link acima)


Conclusão

A região compreendida entre os estuários do Tejo e do Sado apresenta o mais vasto conjunto de estruturas molinológicas históricas de Portugal. No Tejo, destacam-se as azenhas do interior ribatejano, sobretudo em Mouriscas e Rio de Moinhos, e os grandes complexos de moinhos de maré da margem sul — Barreiro, Seixal, Montijo e Moita. No Sado, sobressaem as azenhas rurais de Alvalade e Ermidas-Sado e os moinhos de maré emblemáticos de Setúbal, especialmente o da Mourisca.

Gravura: montagem a partir de desenhos gerados pelo chatGPT

VER

Moinho de Maré no Seixal in https://www.geocaching.com/geocache/GC3BZ6D 

Os moinhos de maré em Setúbal

Moinhos de maré no Barreiro in htps://www.cm-barreiro.pt/conhecer/patrimonio-cultural-e-arquivo-historico/patrimonio-edificado/moinhos/ 

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)