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CIDADE
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Meti-me por setembro fora, a caminho do fulgor das maçãs, deixando para trás os bruscos golfos da tristeza e uma luz de neve quebrada de vidraça em vidraça.
Contemplava a cidade das pontes pela última vez, envolvida por lençóis encardidos e uma névoa que subia do rio para lhe morder o coração de pedra.
Era um burgo pobre, sujo, reles até - mas gostaria tanto de lhe pôr um diadema na cabeça.
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in Memória doutro rio
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RUA DUQUE DE PALMELA, 111
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Pelo lado dos lódãos ao fim do dia
depressa se chega agora no verãoà pedra viva do silêncio
onde o pólen das palavras se desprende
e dança dança dança até ao rio.
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in Escrita da terra
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JARDIM DE SÃO LÁZARO
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É um suspiro a água -
ergue-se
como os lentíssimos lábios do amor
descem pelas espáduas.
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Canção Breve
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Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.
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Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.
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Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.
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in «Os amantes sem dinheiro»
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http://www.icicom.up.pt/blog/passosnainvicta/arquivos/cat_cultura.html
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Para a menina da Cidade de Granito
escolha de Duarte Sousa Dias
OBRIGADA Victor!
ResponderEliminarAprendi a amar Eugénio de Andade com um Amigo, que há muito se perdeu de mim...
E é precisamente "Os Amantes sem dinheiro", aquele de que mais gosto!
Quanto à menina, só no espírito Victor, só no espírito.
Um beijo de ternura e de agradecimento.
PS.:-Obrigada a Duarte Sousa Dias pela escolha.
Maria Mamede
é aqui que queres que deixe os meus comentarios? desculpa mas hoje tou furiosa .bjo
ResponderEliminarcarla granja
Sabes eu tenho lido pouca poesia, mas gostei tanto destes poemas que resolvi que vou procurar e começar a ler Eugénio de Andrade.
ResponderEliminarUm beijinho