segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Eugénio de Andrade

Alguns poemas de Eugénio de Andrade sobre o Porto
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CIDADE
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Meti-me por setembro fora, a caminho do fulgor das maçãs, deixando para trás os bruscos golfos da tristeza e uma luz de neve quebrada de vidraça em vidraça.
Contemplava a cidade das pontes pela última vez, envolvida por lençóis encardidos e uma névoa que subia do rio para lhe morder o coração de pedra.
Era um burgo pobre, sujo, reles até - mas gostaria tanto de lhe pôr um diadema na cabeça.
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in Memória doutro rio
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RUA DUQUE DE PALMELA, 111
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Pelo lado dos lódãos ao fim do dia
depressa se chega agora no verãoà pedra viva do silêncio
onde o pólen das palavras se desprende
e dança dança dança até ao rio.
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in Escrita da terra
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JARDIM DE SÃO LÁZARO
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É um suspiro a água -
ergue-se
como os lentíssimos lábios do amor
descem pelas espáduas.
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Canção Breve
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Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.
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Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.
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Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.
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in «Os amantes sem dinheiro»
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http://www.icicom.up.pt/blog/passosnainvicta/arquivos/cat_cultura.html
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Para a menina da Cidade de Granito
escolha de Duarte Sousa Dias

3 comentários:

  1. OBRIGADA Victor!
    Aprendi a amar Eugénio de Andade com um Amigo, que há muito se perdeu de mim...
    E é precisamente "Os Amantes sem dinheiro", aquele de que mais gosto!
    Quanto à menina, só no espírito Victor, só no espírito.
    Um beijo de ternura e de agradecimento.

    PS.:-Obrigada a Duarte Sousa Dias pela escolha.
    Maria Mamede

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  2. é aqui que queres que deixe os meus comentarios? desculpa mas hoje tou furiosa .bjo
    carla granja

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  3. Sabes eu tenho lido pouca poesia, mas gostei tanto destes poemas que resolvi que vou procurar e começar a ler Eugénio de Andrade.
    Um beijinho

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)