Castelo de S. Jorge revela arqueologia
* Luísa Botinas
No ano em que se comemoram os 860 anos da tomada de Lisboa, a autarquia da capital vai abrir ao público, a 25 de Outubro próximo, a área arqueológica do Castelo de São Jorge. (... ) O projecto deverá permitir aos visitantes do castelo ver as escavações arqueológicas que revelam traços da ocupação islâmica e da Idade do Ferro. A intervenção resulta de um protocolo entre a EGEAC, o Instituto Português do Património Arquitectónico e o Instituto Português de Arqueologia e consiste na colocação de estruturas de protecção dos vestígios arqueológicos e de encaminhamento dos visitantes (cobertutra dos vestígios e passadeiras de gradeado metálico, sobrelevadas em relação às estruturas arqueológicas).
No ano em que se comemoram os 860 anos da tomada de Lisboa, a autarquia da capital vai abrir ao público, a 25 de Outubro próximo, a área arqueológica do Castelo de São Jorge. (... ) O projecto deverá permitir aos visitantes do castelo ver as escavações arqueológicas que revelam traços da ocupação islâmica e da Idade do Ferro. A intervenção resulta de um protocolo entre a EGEAC, o Instituto Português do Património Arquitectónico e o Instituto Português de Arqueologia e consiste na colocação de estruturas de protecção dos vestígios arqueológicos e de encaminhamento dos visitantes (cobertutra dos vestígios e passadeiras de gradeado metálico, sobrelevadas em relação às estruturas arqueológicas).
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A Praça Nova do Castelo de São Jorge, onde as escavações se iniciaram em 1996, terá um conjunto de estruturas à vista do público, incluindo um núcleo urbano do período islâmico, vestígios do Palácio dos Condes de Santiago e restos de habitações da Idade do Ferro. Na sala da cisterna e das colunas será instalado um núcleo museológico, com o espólio descoberto durante as escavações na Praça Nova. A sua abertura está prevista para 2008.
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A estação arqueológica do castelo revela um antigo bairro islâmico sobre o qual foi construído o Palácio dos Bispos, que ali funcionou até ao terramoto de 1755.
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Monumento nacional
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Declarado monumento nacional em 1910, o Castelo de São Jorge ergue-se na mais alta colina de Lisboa, datando do século II a. C. a primeira fortificação conhecida. As campanhas arqueológicas mais recentes permitiram registar testemunhos de ocupação desde pelo menos o século VI a.C. Fenícios, gregos, cartaginenses, romanos e muçulmanos por aqui passaram, sendo estes últimos os responsáveis pela definição dos limites da alcáçova, cujo perímetro corresponde, sensivelmente, aos limites da actual freguesia do Castelo. A partir do século XIII, o castelo albergou o Paço Real, tornando-se Lisboa a capital do reino. No século XVI, deu-se a estreia da primeira peça de teatro português Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, comemorativa do nascimento de D. João III, sucessor de D. Manuel. Do mesmo modo, foi o castelo palco da recepção a Vasco da Gama, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia.
.in Diário de Notícias 2007.03.01
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A partir do reinado de D. Manuel I o Paço Real passou para junto da Ribeira das Naus e dos estaleiros navais, com um vasto rossio que era o Terreiro do Paço e que o Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755 e a reedificação da chamada Baixa Pombalina, rebatizou com o nome de Praça do Comércio.
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O Castelo de S. Jorge, tal como muitos outros monumentos em ruínas, foi «reconstruído» segundo o imaginário do Estado Novo, tal como no século anterior muitos foram «reconstituídos» segundo o imaginário romântico, a obra final não correspondendo ao que seria o real.
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Basta ter em conta, por outro lado, o derrube de casario à sombra das Sés do Porto ou da Guarda, para não falar das muralhas de Évora, com a finalidade de isolá-las na sua monumentalidade. Por isso me causou uma certa estranheza o facto da Sé de Braga se encontrar ao fundo duma rua, sem «desafogo»
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Victor Nogueira
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)