quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Habitação operária - Ilhas e Vilas


* Victor Nogueira
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No Porto são as «ilhas: à frente a casa do «burguês médio», por detrás. no logradouro, a «ilha», por onde se entrava por um portão independente Da casa do meu avô materno, que morava num andar arrendado na Rua dos Bragas em frente à capela dos Anjos, avistava-se das trazeiras uma das tais «ilhas», cuja entrada se fazia por um prédio ao lado, com o portão sempre semi-aberto, Mais adiante, frente à Faculdade de Engenharia, era a Companhia Aurífera, que não sei se tinha habitações para operários ou empregados.
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Aqui para o sul também havia bairros operários, embora a maioria vivesse em anexos no quintal de operários mais abastados ou em barracas. Bairros construídos para esse fim lembro-me de haver na Amora, frente ao Seixal - construção naval - Barreiro - indústria química (CUF) - e em Setúbal (Baptista). Aqui havia também uma Vila Maria, um prédio de dois pisos com uma varanda corrida no 1º andar, que ainda fotografei, com habitações minúsculas (que visitei) e que entretanto já foi demolido para dar lugar a um bairro normal. Os operários sempre tinham vista para o rio, mas entretanto construíram um viaduto a essa vista ficou encoberta.

1 comentário:

  1. Tal como disseste, aqui no Norte, no Porto e arredores, que conheço melhor, havia , no tempo em que nasci, as tais "ilhas", algumas ainda não extintas, nem transformadas. Uma das atitudes normais dos grandes lavradores da minha terra, S.Mamede de Infesta e um pouco por todas as cercanias, era a de ao deixarem de trabalhar a mesma,principalmente por morte dos donos que a "faziam" e com o desinteresse dos herdeiros pela continuação do seu amanho, todos os espaços (cortes de gado, quinteiros on enchidas como aqui se chamavam, cortinhas, etc.) tudo foi transformado em pequenas habitações, de renda mais ou menos barata, com acomodação sem condições, mas enfim uma habitação,
    normalmente na sua maioria, insalubres.

    Maria Mamede

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)