sábado, 5 de janeiro de 2008

Conde Niño (2) - Poema sem rosto

* Victor Nogueira
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POEMA SEM ROSTO

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Numa noite azul clara,
Verde, da cor do céu,
Achei-te, moça rara,
Bonina, sem escarcéu!
Com andar pequenino,
Incerto, inquieto,
Bem frágil, toca o sino
Numa casa sem tecto.

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Vendo no teu olhar,
Tua voz e teu rosto,
Uma rosa a cantar
Com suave, belo mosto.
Toca toca telefone,
Mil vezes sem parar,
Cego e surdo, com fome,
De ver-te navegar.

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Onde estás, moça bela?
Onde estás, oh! sol nascente?
Menina vem à janela,
Não me deixes sedente!
Pois gaivotas são fonte,
Um areal, um jardim,
Vendaval, uma ponte,
Um cravo ou jasmim.

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Navega, barca bela,
No mar alto, sem rosto;
Cuida bem, sentinela,
Não me tragas desgosto.
Nela e' meu pen(s)ar. Nela,
Sinhá do sol nascente,
Ao luar uma gazela,
Graciosa, sorridente.

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A menina? Abalou
Deixando-me em caminho.
De mim não se encantou,
Perdendo-me sozinho!
Roseiral, brancaflor
Vem comigo namorar;
Serás sol ou ardor
Como ave a murmurar!

1992.03.02/03

SETUBAL

2 comentários:

  1. Gostei, pois fazes inúmeras referências á Natureza! :D

    Tiago'

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  2. Ó que grande confusão
    que a cachopa criou
    o Victor em "combustão"
    a "bela" não apanhou!...


    bj

    Maria Mamede

    ResponderEliminar

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)