quinta-feira, 27 de março de 2008

Caldas da Rainha

Antigo Hospital Termal



Igreja de N Sra do Pópulo - altar-mor



Campanário da Igreja de N. Sra do Pópulo





Campanário da Igreja de N. Sra do Pópulo


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Cerâmica das Caldas (Rafael Bordalo Pinheiro)


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Edifício do Hospital Termal, que substituíu o do Tempo de D. Manuel I

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Edifícios anexos ao Hospital Termal e lago do Jardim Público (Parque D. Carlos I)

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Praça da Fruta

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Praça da Fruta e antigo edifício da Câmara

* Victor Nogueira (texto)
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Caldas da Rainha


Caldas da Rainha, outrora chamada Caldas de Óbidos porque esta era a povoação principal, amuralhada, era para mim uma cidade onde a burguesia e a minha madrinha Cristina Santos iam veranear e como tal supunha que os seus edifícios teriam alguma monumentalidade e qualidade arquitectónica. Pura ilusão. A cidade é pequena e a parte antiga é triste, feia, incaracterística. No entanto persistem casas interessantes, algumas delas estilo arte nova. A parte nova, essa é igual à de outras cidades. O que me surpreendeu foi a existência de muitas "rotundas", maiores ou menores, com estátuas ou esculturas modernistas, (1) e alguns viadutos. Aliás Caldas é uma terra de ceramistas. Como não podia deixar de ser também tem os seus bairros pobres, como o das Morenas. Pelas ruas ainda se vêm carroças puxadas por um pachorrento e por vezes lazarento jerico ou mula.
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Edifício característico é o dos Pavilhões do Parque, com ar nórdico, erguendo-se aos céus, agora muito degradados, que inicialmente estariam agregados ao Hospital Termal fundado no século XV pela Rainha D. Leonor, que tem uma estátua insípida junta ao Parque. (2) Neste o Museu José Malhoa, contendo essencialmente pintura e escultura "naturalistas", como a do próprio José Malhoa, para além de Tomás da Anunciação, Silva Porto, Columbano e Henrique Pousão, e cerâmica de Bordallo Pinheiro. Numa sala central encontram-se estátuas características do Estado Novo, enaltecedoras de reis e descobridores.


O Parque D. Carlos I, que remonta ao século XIX, frondoso e fresco, onde agrada deambular, com um lago central, possui uma esplanada com péssimo serviço, como aliás muitas vezes sucede em casos similares, e estátuas espalhadas pelo relvado. Visitável o Museu da Cerâmica, como a tal do Zé Povinho e do manguito, figura popular tal como a Maria Paciência, que vi no Museu de Rafael Bordalo Pinheiro em Lisboa. Em muitas lojas exposta bonecada mais ou menos ou menos que mais artística sobre o «instrumento» das Caldas, para além de pequenas esculturas de humor mais imaginativo e refinado. No Museu José Malhoa existe também uma secção de cerâmica, com objectos da Real Fábrica do Rato e outros locais, como os dos Bordallos, Maria dos Cacos ou Manuel Mafra, a destes menos exuberante e multicolor e mais bisonha que a dos primeiros. No Museu da Cerâmica existe um atelier com azulejos e olaria executados pelas crianças das escolas da região, num projecto integrado.


Para além da olaria e cerâmica vidrada tradicionais, satírica ou naturalista, embora renovada, a estatuária. Para além das bienais de arte e da presença escultórica em tudo quanto é largo ou praceta, dois museus-atelier recolhem a obra de dois escultores locais: António Duarte (3) e José Fragoso.


De referir a doçaria tradicional: beijinhos, cavacas, trouxas de ovos e lampreias.



Achei interessante mas não entusiasmante a torre sineira manuelina, quadrangular, da Igreja do Pópulo, com um relógio em cada uma das faces e um telhadinho de duas águas por cima de cada um dos lados da torre. Este templo era a antiga capela do Hospital e nas traseiras deste encontra se uma frondosa mata e o antigo Paço Real. De referir a Praça da República (4). Trata-se duma praça sobre o comprido, como a do Giraldo em Évora, constituída por edifícios de dois ou três pisos, com varandas de sacada no primeiro andar, onde todas as manhãs se realiza o mercado de frutas e legumes, de que me lembrava apenas da Pastelaria Bocage.


A cidade possui um chafariz célebre, o das Cinco Bicas, na rua Diário de Notícias, embora lhe prefira o da Estrada da Foz, sendo ambos do século XVIII.



(Notas de Viagem, 1997/1998)


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1 - Esculturas provenientes das bienais aqui realizadas, promovidas pela Câmara local.


2 - O Hospital construído à custa de rendas e jóias da Rainha, que por esse facto não consta tenha ficado na miséria. Imagine se a riqueza de reis e rainhas! A traça actual deve se a Manuel da Maia, um dos arquitectos reconstrutores de Lisboa. Inicialmente possuia apenas dois pisos, a que posteriormente foi acrescentado umm terceiro, dando-lhe o aspecto actual.


3 - Foi este escultor que fez a máscara mortuária e o molde em gesso da sua mão direita, sem que posteriormente alguém se tivesse interessado por isso ou pago o trabalho.


4 - Largo, Praça ou Rua da República, 5 de Outubro e Miguel Bombarda encontram-se um pouco por todo o Portugal! Tal como o Marquês de Pombal.

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Fotos de autores não identificados
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Fotos de Victor Nogueira no Kant_O Photomático - Caldas da Rainha
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1 comentário:

  1. Parabéns pelo blogue. "Caí aqui de pára-quedas" porque chamou-me a atenção no google images, a foto do antigo hospital termal das Caldas da Rainha, e bateram as saudades... grandes memórias!

    anotherredesign.blogspot.com

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)