28 Fevereiro 2007
As minhas fotos preferidas
Madrugada de um dia que há-de vir...
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Figuras ilustres de Setúbal
Tive o condão de o ter como vizinho nos primeiros dez anos que vivi em Setúbal. Com ele me encontrava diariamente, mesmo que algum de nós não pudesse estar presente no convívio do Café Central.
O Eng. João Moniz Borba, filho do médico Dr.Paula Borba, foi Director do Museu de Setúbal e esteve ligado por várias vezes à Mesa da Santa Casa da Misericórdia.
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24 Janeiro 2007
Figuras ilustres de Setúbal
Mais afastada do centro é a rua Dr.Luís Teixeira de Macedo e Castro, lá para a zona oriental, ao pé do Bairro que foi "Marcelo Caetano", entre a Camarinha e o Peixe Frito.
O que nem toda a gente conhece é a figura destes dois Homens... que eu tive a sorte de ver estampada numa fotografia que o Dr.Soveral Rodrigues teve a amabilidade de me emprestar.
Ainda conheci, durante muitos anos, o Dr.Macedo e Castro que morava no edifício da Avenida Todi, onde é hoje o Millenium BCP. Era um homem de idade quando o conheci. Era um "velho charmoso" com uma bonita presença e que apesar da idade que tinha, gostava muito de passear, muitas vezes sozinho. Já não conheci o Dr.Paula Borba que havia falecido já quando cheguei a Setúbal em 1957... Já lá vão uns bons anos!...
Luisa Todi - 9 de Janeiro de 1753
Luisa de Aguiar Todi nasceu em Setúbal, na Freguesia da Anunciada. faz hoje 254 anos. Foi baptizada no dia 30 desse mesmo mês.
Era filha do músico de teatro do Bairro Alto, Professor Manuel José de Aguiar e de D.Ana Joaquina de Almeida.
Estreou-se naquele mesmo Teatro entre os 14 e os 15 anos no Tartufo. Aos 16 casou-se com o violinista italiano Francisco Xavier Todi que também ali trabalhava.
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. Luisa Todi na Avenida Luisa Todi
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Já reparou que na pauta musical que ladeia o busto de Luisa Todi as notas musicais simulam o seu nome? Há muito setubalense, farto de por ali passar, que nunca deu conta desse pormenor!...
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17 Dezembro 2006
A morte de Luciano Santos
o pintor Setubalense Luciano Santos
cujo nome está indelevelmente ligado à nossa Cidade.
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Luciano Santos - Auto retrato - Óleo - 1959
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O Tríptico de Luciano que preenche o topo sul do Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal é uma das suas obras de maior realce e dá àquela Sala uma Majestade sem confronto.
. O Tríptico dos Setubalenses Ilustres no Salão Nobre da CMS
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“Há pintores que são modernos (moderno, para mim, significa a verdade que parece mentira…) por simples temperamento; alguns por fria razão intelectual; outros por moda ou snobismo; outros ainda por deficiência de recursos técnicos que não conseguem mascarar com o seu falso vanguardismo; certos, finalmente (às vezes nem sabem nem querem saber que são modernos), por motivos de ordem poética, porque os seres e as coisas, para eles, têm sempre um halo que as transfigura…Luciano pertence, a meu ver, a esta última categoria de pintores.”
Segundo umas Notas Biográficas e Críticas escritas em 1960, por Óscar Paxeco, “a vocação que desde muito novo evidenciou para as Artes Plásticas levou a Câmara Municipal da sua terra natal a enviá-lo., como seu bolseiro, para a Escola de Belas Artes de Lisboa, a fim de fazer o curso de Pintura.”
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Como aluno daquela Escola foi-lhe concedida a “Pensão Ventura Terra” e conquistou depois o “Prémio José Malhoa”. O trabalho com que alcançou este “prémio” encontra-se na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Ainda estudante, viu adquirido um dos seus trabalhos para o Museu da Cidade.
Em 1940, recebeu em sessão pública e solene, das mãos do Chefe do Estado, Marechal Carmona, o “Prémio Nacional” da 3ªMissão Estética de Férias, atribuído pelo Ministério da Educação Nacional.
Exerceu o Ensino Técnico Profissional nas Escolas Industriais de João Vaz de Setúbal, Machado de Castro e Afonso Domingues de Lisboa..
Sobre Luciano, escreveu o Dr. Celestino Gomes:”A obra do pintor Luciano não precisa de explicação porque se explica a si própria: existe, colocada certa no tempo e no espaço.”
Em finais da década de 50, dizia de Luciano o “brilhante crítico de arte Dr. Fernando de Pamplona”:
“Na figura, abalança-se ao retrato – e fá-lo com vigor e simplicidade que surpreendem. Não procura a elegância, sequer a graça, mas tão somente a nitidez e a fria análise. Obtém, por vezes, efeitos impressionantes, apesar da intencional dureza do modelado e dos contrastes.
.(…) “Luciano soube descobrir e captar o carácter racial das mulheres da Nazaré, corajosas, rijas, afeitas às durezas da vida, às suas feras batalhas. Estão neste caso “Nazarena ”
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De toda a obra de Luciano é de salientar o seu recente “Tríptico dos Setubalenses Ilustres”, solenemente inaugurado por Sua Excelência o Ministro da Educação Nacional, no Salão Nobre do Município de Setúbal” (Óscar Paxeco dixit) .
Uma Sessão solene, em 08.06.1971
sobre Luciano dos Santos, diz sobre ele que:
“...tem agora integrada a sua alma de fina sensibilidade
Avenida dos Aliados - Óleo - 1944
01 Dezembro 2006
Notícias do "Setubalense" - 1949
3º Serão de Arte
A 7 de Maio realiza-se no Grande Salão de Recreio do Povo, o 3ºSalão de Arte.
Será uma festa caracteristicamente infantil.
Fará a apresentação Maria Manuela Madruga Antunes.
Não é de mais louvar a proficiente actuação de D.Maria Amélia Amil Matta cujas alunas, na sua maioria de 4 a 6 anos, exibir-se-ão em delicados motivos coreográficos.
09-05-1949
Obedecendo a uma ideia felicíssima, foi agora a vez dos mais pequeninos emprestarem o seu concurso e estes "Serões", cujo produto reverte a favor da organização dos Parques Infantis.
14-05-1949
Tribunal – Anúncio
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O Tribunal anuncia que correm éditos de 30 dias, citando quaisquer pessoas que se julguem com direito à quantia de cem escudos, depositada na Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, do legado deixado por António de Sousa Brito Maldonado Bandeira, Visconde de Montalvo, a Escolástica de Jesus Banha, que foi desta cidade.
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9 de Maio de 1949
O Juiz de Direito
M.Costa Reis
(Nota sobre o Visconde de Mantalvo,
Directório "Isolados" ,Arquivo "Dr.Soveral", Pág.11) :
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Uma viúva achou piada ao Bandeira, pegou namoro e casou com ele.
Passados meses morreu. O Bandeira herdou uma fortuna enormíssima e como queria entrar na Alta Sociedade, no tempo de D.Carlos, comprou ao Rei um título e uma herdade que ele tinha e era chamada Herdade de Montalvo.
Foi assim que ele ficou conhecido pelo Visconde de Montalvo.
Mas voltemos ao Bandeira inicial.
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O Calafate
"P'ra que serve ao senhor Bandeira
Na casaca ter primor?
E p'ra que serve essa flor
Que fede mais do que cheira?
P'ra que serve essa cacheira
Feita com tanto trabalho?
E mais um "pindoricalho"
Que à cinta fica pendente
A bater constantemente
Na cabeça do c...
Sim!!... P'ra que serve ao senhor Bandeira?!..."
Subentende-se que o Calafate poderia ter acrescentado:
Pela memória do Dr.José Soveral Rodrigues em 27 de Julho de 1994,
Nota 2: No "palacete" de rés de chão alto, atrás mencionado, e no qual moraram, naquele tempo, os "meninos" Zé Soveral e Leão Duarte, a família do primeiro ocupava o lado direito do prédio, i.é., do lado do Quebedo, enquanto que a família do segundo ocupava o lado esquerdo, ou seja, o lado poente.
27 Novembro 2006
Fernando Lopes-Graça - 27.Nov.1994
Fernando Lopes-Graça, nasceu em Tomar, a 17 de Dezembro de 1906 e foi uma figuras que muito marcou o panorama musical do séc. XX português. Desenvolveu uma intensa actividade cultural, artística, pedagógica e cívica.
Como compositor criou uma obra extensíssima que percorre quase todos os géneros musicais e que mereceu reconhecimento nacional e internacional ao longo da sua vida.
Fundou e dirigiu durante mais de 40 anos o Coro da Academia de Amadores de Música, para o qual escreveu centenas de arranjos de canções tradicionais, grande parte das quais recuperadas em colaboração com o etnólogo Michel Giacometti
Fernando Lopes-Graça com Dulce Cabrita e Michel Giacometti
O maestro Lopes-Graça tinha uma relação de amizade com a Mezzo-Soprano Dulce Cabrita, que era irmã do fotógrafo Augusto Cabrita com quem, na década de 70, tive muito bons momentos em redor da arte da fotografia, não apenas em actividades culturais relacionadas com a nossa cidade mas também na tertúlia da Filmarte, ainda no Chiado, no laboratório fotográfico do nosso comum e saudoso amigo António Paixão.
Foi com Dulce Cabrita que o maestro Lopes-Graça actuou no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, na noite de 5 de Novembro de 1971, fêz há poucos dias 35 anos, acompanhando-a ao piano em obras da sua autoria.
Três semanas mais tarde, em 26 de Novembro de 1971, fez ontem 35 anos, o maestro Lopes-Graça voltou a Setúbal, e de novo ao Salão Nobre dos Paços do Concelho mas, desta vez à frente do Coro da Academia dos Amadores de Música que dirigiu com muita segurança em Cantos Regionais Portugueses
O programa do 2ºConcerto, em 21 de Novembro de 1971
Maestro Fernando Lopes-Graça
A sua militância cívica e política na oposição ao Estado Novo, iniciada publicamente com a fundação em 1928 do jornal político-regionalista A Acção (Tomar) de que foi director com apenas 22 anos, valeram-lhe perseguições, prisões várias e um exílio temporário em Paris (1937-1939), impediram-no do exercício de funções docentes no Conservatório Nacional e, já nos anos cinquenta, do próprio exercício do ensino particular. A apresentação pelas orquestras nacionais das suas obras musicais foi, em várias ocasiões, interditada. Pelo vigor, a persistência e o alcance artístico e ético da sua acção multifacetada, Lopes-Graça tornou-se uma das grandes referências da cultura portuguesa.
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Lopes-Graça morreu, na sua casa da Parede, em 27 de Novembro de 1994.
14 Dezembro 2006
Tomás Mateus
Colaborou nos primeiros Livros de Despedida realizados pelos "setimanistas" nos anos lectivos de 1935/36 e 1936/37, tendo ficado célebre a sua autocaricatura em 1937.
Tomás Mateus - 1937
30 anos mais tarde, Tomás Mateus era já um pintor notável, de grande nível.
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18 Novembro 2006
Um Soneto com 85 anos...
“Eu sei que fiz um Amigo...”
Se fosse vivo,o Dr.José Soveral Rodrigues faria hoje 101 anos.
Era a melhor aluna do seu ano... a única que, naquele longínquo ano, conseguiria atingir a magnífica média de 14 valores!
O Zé Soveral teria 17 anos por essa altura e era um dos seis rapazes daquele pequeno grupo de finalistas...
Um dia, quem sabe se movida por uma onda de juvenil ternura, a Branca Rosalina fez um Soneto que ofereceu ao então jovem José do Soveral Rodrigues.
O Soneto
Oh! Quem me dera ser gentil criança,
Assim tão sedutora... uma alvorada...
Na minha idade, a vida mata e cansa
Buscando o bem...e nunca achando nada...
Ser pequenina, alegre e inocente
O ideal da minha triste vida
Que tem sido amarga, tão diferente
Sem amor, sem um beijo, entristecida...
Vejo-me agora cheia de alegria
Junto de alguém, e tanto lhe queria...
Com quanto amor batia o coraçäo
Mas tudo é sonho... Pudesse eu fitar
Suave e tristemente o teu olhar
E murmurar baixinho... Meu irmão...
Memória antiga e recente | |
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Memoria recente e antiga |
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)