terça-feira, 30 de junho de 2009

Interrogação ?

Alguém escreve: «Viver para quê, se o destino é morrer....»





E eu escrevo
Uma vez vi uma série documental em que se dizia que o nosso caminho a partir do nascimento é a morte. Até lá, algo depende de nós . Onde está aquela pessoa lutadora e alegre com quem falava quase diariamente no meu exílio emprateleirado?
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Que é o hi5?


* Victor Nogueira
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Que é o hi5? Uma comunidade? De quê? Que sou para quem me vê? Que é para mim quem eu «leio». O Nada será a resposta?

domingo, 28 de junho de 2009

Escrito num muro em branco ...

* Victor Nogueira
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Espero que o mundo e as pessoas,sem esquecerem o sonho, não esqueçam a realidade física da existência, do encontro e do Abraço.
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O Destino ...

O Alguém escreve no hi5: «O destino decide quem entra na minha vida, a "atitude decide quem fica"...»
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E eu comento: «o destino ! ... O que é o destino? E a vida? Quão limitado é o nosso poder sobre a vida e ténue a linha que num instante a transforma em nada.»
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Victor Nogueira
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sábado, 27 de junho de 2009

Donatília é bonita

* Victor Nogueira
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Donatília é bonita

mui bonina d’encantar,

veloz, bailando catita,

não deixa de m’espantar

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Na berma deste caminho

não deixa de m’espantar;

sozinho sem seu carinho

ando, sempre a vaguear

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É mal, triste minha sina,

andar sempre a vaguear;

em mim seu bem não atina

apesar de meu escribar.

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À nina digo adeus,

em mim seu bem não atina;

fraco sou, não sendo Zeus,

estou navegando à bolina!

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Victor Nogueira

Setúbal, 2006.07.08

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terça-feira, 16 de junho de 2009

A fluidez do pensamento e a vagarosidade da escrita

* Victor Nogueira

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AS PALAVRAS

Rede com dois gumes

letras do nosso pensamento

são

os olhos que nós temos

e os seus lábios os nossos lábios (1)

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Está um domingo chuvoso, frio, cinzento! Mas as palavras não chegam a formar se na consciência, enovelam se, enevoam se, liquefazem se e a máquina [de escrever] imprime apenas nada que talvez seja muito. Ou tudo. (MLF - 1969.02.23)

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Tinha uma carta já escrita, fluente na minha mente. Chegou a hora de escrevê la e ela ruiu, as palavras escorregaram por entre os dedos, em todas as direcções, e no papel nada fica senão uma pasta informe (...) Nunca liguei á poesia. Achava la inútil, algo inexistente para mim. Ouvi falar em rima (amor com fervor, queijo com vejo, morte com sorte), em métrica, etc. Das divisões silábicas apenas me lembro dos alexandrinos.... Bem, como a prosa é mais fácil, com mais canelada para a direita, menos cotovelada para a esquerda, resolvi escrever epístolas por gosto e exercícios de apuramento e chamadas escritas a contra gosto e relógio. Se alguém dissesse que eu acabaria um dia por escrever frases desiguais empilhadas umas em cima das outras a que a minha amiga chama poemas, eu rir me ia. Mas também nunca nos dias da minha vida sonhara viver em Évora e tirar um curso de sociologia. (NSM - 1969. Páscoa)

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Passa da meia noite. A hora é de silêncio e recolhimento. Contrastando com o meu estado de alma, o gira discos toca uma alegre e movimentada música espanhola. (...) A mão é muito mais lenta que o pensamento e tolhe o na sua fluidez. (NID - 1971.05.26)

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Pronto. Lá arrefeceu tudo ao pegar na caneta para dizer do meu espírito, do que nele se passa. Esvai se me por entre os dedos e nas mãos apenas o resto do que não é. (NSM - 1971.12.01)

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O discurso lógico trai a manifestação dos sentimentos; "as palavras são (redes) de dois gumes..." e o discurso lógico uma corrente que nos arrasta para onde não queremos. Um olhar, a mão que se levanta para acariciar um rosto, os dedos entrelaçados, o corpo que sentimos junto ao nosso, a simples presença, o saber se aqui nesta sala ou na outra, não entendes que tudo isto, na sua simplicidade, diz mais e responde e/ou acalma mais interrogações que todas as palavras? É preciso saber ler para além das palavras ou não recusar essa leitura. Lembro me dum poema do Alberto Caeiro, cuja humildade e simplicidade me atraem, humildade e simplicidade perante as pessoas e as coisas que talvez nunca sejam minhas. Levanto me e vou ali á estante buscá lo. Escolho o poema que trancreverei. Hesito na escolha. Será este!

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XLV - Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.

Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.

Renques e o plural árvores não são coisas, são nomes.


Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,

Que traçam linhas de coisa a coisa,

Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,

E desenham paralelos de latitude e longitude

Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso! (MCG - 1972.07.14)



Não era assim que esta carta estava escrita no meu pensamento. Aliás, no meu pensamento esta carta já teve várias formas. Mais fluidas. Variando conforme o estado de alma e o correr do tempo. Mas quando chegou a altura de fixar a fluidez do pensar, o que fica é esta pálida, imperfeita e distorcida imagem, feita de signos que se alinham em carreirinha uns a seguir aos outros. (FPG - 97.06.18)



1 - Poema escrito em Évora - 1971.Novembro

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domingo, 14 de junho de 2009

Ouvindo música

* Victor Nogueira
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O rádio transmite neste momento a valsa O Danúbio Azul [de J.Strauss]. E eu deixo me levar na onda dos seus acordes, vogando liberto deste quarto deserto. Mas a valsa terminou e alguém pediu um disco dum tipo qualquer que pede à querida que relembre os momentos felizes, para que ele possa esquecer todo o seu amargor. É o programa do Matos Maia. A malta telefona, repete uma frase publicitária, pede um disco e, frequentemente antes de desligar, pergunta: "Posso dizer o meu nome?" E ficam todos felizes da costa ! ... Pobres pessoas que se contentam com tão pouco! (ASV - 1969.02.29)

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Vivaldi é um compositor muito agradável de ouvir se. A sua música é sonora, alegre, colorida! (NSF - 1969.12.12.)

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A tarde cai e do gira-discos evolam se as notas da "Dança Macabra", que de macabra nada tem. (NSF - 1970.05.17)

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A tarde está tristonha. Dos alto-falantes do gira discos saiem as notas da "Rapsódia Húngara" de Liszt. Não há dúvida que o piano é um instrumento agradável de ouvir. E a Rapsódia Húngara nº 6?! Dá uma sensação de afirmação persistente, que nunca se quebra. Mas uma das minhas composições preferidas é o "Concerto para piano, nº 1", de Tchaikowski. (NSF - 1970.03.21)

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Como sempre ouço música. Desta feita o meu amigo Vivaldi e os seus concertos, que têm algo de primaveril, recordando bosques e pássaros e riachos. (NID - 1971.04.05)

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Bach no gira discos: a calma e a harmonia do velho Johann Sebastian. O turbilhão que é o meu espírito talvez se acalme com ele. Rios tumultuosos sobem dentro de mim. Eles preferiam Zorba (1) e o delírio até à exaustão: descansar o cansaço.

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Bach é agora um hino à alegria. Se fosse traduzir por imagens o que ele me desperta falaria de flores cujas pétalas se abrem lentamente, ao retardador, de qualquer coisa de esvoaçante, de saltitante, duma sensação de leveza. Bach permitiu que se rompessem os diques feitos das recusas, das negações, das violências destes dias de exames, calor e frustração. (MCG - 1972.07.14)

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1 - Do filme Zorba, o Grego.

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sábado, 13 de junho de 2009

Ouço o Concerto nº 1 para piano, de Tchaikowski

* Victor Nogueira
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Ouço o Concerto nº 1 para piano, de Tchaikowski. Os sons desprendem se em cavalgada, saiem do piano pelo alto-falante, umas vezes de mansinho, outras violentamente, elevam se, envolvem nos, penetram em nós e arrebatam nos. Neste momento os violinos dialogam com o piano, tentam impor se lhe, este assemelha se a um riachozito saltitante. A voz daqueles eleva se, tentam emudecê lo. Os violinos perdem a sua delicadeza, tornam se autoritários. Abafam o piano, o frágil, quem diria, piano! Veio a calma. Lentamente, a medo, uma flauta tenta quebrar o silêncio. Outras vozes vão se lhe juntando. Violinos e piano restabelecem o diálogo, secundados por outros elementos. Há uma quietude no ambiente. Uma voz grave, que não identifico, surge. O piano saltita pelo riacho, de pedra em pedra, apressa se, corre ligeiramente pelos prados. Os outros seguem no. Os sons misturam se, elevam se em cascata. O diálogo repete se serenamente, em espiral. Termina mais uma cena.

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Silêncio. Violência. Brusquidão. Violinos e piano defrontam se de novo. Implacavelmente o piano tenta impôr-se. Consegue, com alguma luta. Os violinos aceitam a derrota e rendem lhe homenagem. Ele aceita a do alto da sua vitória. Os sons ora dialogam, ora competem entre si. Os violinos são os árbitros. Parece que nada mais pode deter o piano, soltito, com ternura, com delicadeza, umas vezes, com altivez, outras. Ah! os outros silenciaram no. Mas ele debate se, liberta se, corre, surdo à majestade dos violinos. Está sozinho. É perseguido, tenta fazer se ouvir. Mas é tarde ! Este final soberbo, empolgante, arrebatador ! (NSM - 1969.01.23)

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

bARREdo TARA NO TARÓ DE FACA E ALGUIDAR ...

* Victor Nogueira

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Narro:

ferro o ferro na barra do carro

de gorro na berra corro

…………………………………pelo cerro

cerro o curro………….de samarra e cimitarra

jorro a jarra de barro com jarros

para o morro de jorro

com a borra e o sarro

…………………………………………………do cigarro

Serro com a serra o tarro

Em guerra, perro mas com garra

agarro o tira com um tiro

…………………………...atira ao perro

…………….varro a murro e a pera áspera serra

marro na parra da Dora

…………………………adoradora dadora

…………………………pura….loura

Porra! Chora cora (da) de choro

Berra a birra a cigarra:

farro não farro na farra o catarro

Com faro

zurra o burro

Gira corre a zorra, a pirralha

Ralha ralho acirro, sorri:

Sorry!

Mira-se vira-se e pira-se

à nora; gira para fora da nora

……………………...sem forro que aforre, forreta

Forro a desforra

A Sara com a vara sara na gare

…………………...gira para ler no bar: zero bares

devora na voragem carnívora:

…..………………...será uma hora

………………………….uma lira

………………………….uma léria

…………ou era o que lera na hera: cácárácá?

tira a tira e pira-se da pira de erva de hera

Fera quero vero ver

……………….........ser ter haver

Eros de cera

……de Ceres

paro a surra miro o mira através da mira

Neura a nora da nora nova demora onde mora

Cora

hora a hora

Ora!

Paro no laró!

De couro sem decoro decora

……………………….de couro cora com a corda!

o dori na barra

……………….no barreiro ou no barredo;

que dor adora a Dora no braseiro?

Atura a tora? Caturra urra Hurra!

Que ardor na alvorada alvoreada!

Desarvorada pelo arvoredo mirrado

Mirrada victória de Pirro. …Ou de Pirra?!

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Setúbal 1989 Março

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um dia quase estival


Um dia quase estival
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10/Jun 18:17

Texto e foto de Victor Nogueira

Aqui, no Estuário do Sado, faz sol, o céu está luminoso, azul e a claridade deslumbrante, com flocos brancos de «algodão». O Parque Verde, lá em baixo, visto do alto da torre onde moro, está verde, florido e vicejante :-)
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Os miúdos jogam à bola, andam de bicicleta, conversam ou jogam às cartas.
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Tal como os ciganos, de negro vestidos, em torno duma mesa e à sombra dum prédio

terça-feira, 9 de junho de 2009

A UMA PRINCESA QUE SE DIZIA AMIGA, TALVEZ, mas LEVIANA?

* Victor Nogueira

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Para uma bela Princesa

Boa amiga, muito mui mais

Que não manteve a chama acesa

Faltou sem dizer água-vais.

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À prima toda a gente cai:

Foi do livro, ida a Lisboa;

Telefonou, ficou um ai

De quem por ela se magoa.

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Pois fiquei em grande aflição

Não aprovei, mas lá passou.

Na segunda, oh! confusão

Nem cuidou nem telefonou.

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Que sucedeu? Caiu ao chão?

Ora, estava apenas cansada,

Na cama com chateação

Tudo varrendo com penada.

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À terceira ,”não falto, não"

“Até já!", foi a despedida.

O jantar deu nova canção

Boa disposição perdida!

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À quarta, a mesma hist6ria.

Adeus, bela conversação

Amigo p'ro lixo, sem glória:

Amor em má escuridão.

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Tu, em não me aparecendo

Assim, foi um ar que te deu;

Minha amizade fenecendo

E de mim te aparto eu.

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É duro, bem triste, tirar

Fiança que desmereceste,

Ao trair meu simpatizar

Por ti, que bem me pareceste!

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1989.09.15

SETUBAL

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

ANéMONA DO MAR

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* Victor Nogueira


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De um punhado

de branca areia salgada

fez-se

verde madeiro

.........................vogando

........................................ao sabor da corrente

na esteira de todos os sorrisos

De ilha em ilha

castelos no ar

que a chuva........gota .......a ........gota

...........................construiu

e o sol dispersou

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Victor Nogueira

Évora 1969 Fevereiro

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Variações e mil ...

Moranguinho Pereira (hi5)

diz:
3/Jun 22:16
O tópico foi alterado para CABEÇA A MIL............................................



Victor diz: 4/Jun 11:42

Cabeça a mil ...

Bem, poderia ser mote para um texto livre :-)

mil rotações por minuto ...

mil anos luz da Terra ...

mil km da Lua ....

mil pensamentos por segundo ...

mil km por hora ...

mil variações sobre o mote ...

ou mil beijos para ti, mas não todos de seguida :-)

Victor Manuel

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

ANAsoRISO DOS OLHOS GRANDES

* Victor Nogueira
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A bondosa Ana Maria Caldeira

É rapariga de sorriso aberto;

É bem dela esta sua maneira

Quando o ar é doce, não encoberto.

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Veio de longe, lá d'Amareleja,

Agora em Cetóbriga parou,

Mas há quem a procure e a não veja

Quando vai cirandar no gira-vou.

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Ambos luzentes, olhos grandes tem.

São como no céu o sol a brilhar,

Um sorriso de menina mantem,

Quando o mal dela sabe afastar.

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Cara redonda, um rosto castiço,

Com farto cabelo:, liso e castanho,

Brancamorena, de corpo roliço,

O ser ou viver não quer de antanho,

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Caminha pelo mundo na procura

D'encontrar alguma felicidade;

Por vezes fica a noite bem escura,

Não sabe que fazer da liberdade,

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Dela bem graciosas são as filhas,

Duas, Aida e Catia de seu nome,

Contudo não pode viver em ilhas

Se delas quiser apartar a fome.

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Tem o seu coração nas duas mãos,

Mas por vezes é mui desconfiada;

Quando tal sucede é chateação

E vai todo o pessoal de abalada.

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Mundo e pessoas a entusiasmam:

Então anda tudo na reinação

No entanto, ao chegarem miasmas

Não sabe manter boa actuação.

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É muito amiga em seu ofertar

A quem no goto dela bem cair;

Nem sempre alcança resguardar

E o seu pecúlio vê partir.

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Se por todo o lado encontra amigos,

Muitos raramente Ihe são fiéis;

Deve pois cuidar do anda comigo

A ver se há boa troca de papeis.

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Mas com este meu pequenino escrito

E andando muito breve, de abalada,

P'ro futuro fica neste registo

A nossa boa amiga retratada.

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Setúbal 1987.07

Victor Nogueira