* Victor Nogueira
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O dia hoje está bonito, cheio de sol, com céu azul e brilhante, sem nuvens, mas no horizonte vê-se uma mancha de ar poluído que cerca a cidade e se calhar a cobre! Acordei de um novo dum novo pesadelo e numa má posição. Há semanas comprei uma cama e mesas de cabeceira novas, pois a mobília anterior já tinha 30 anos e precisava de reforma. A mobília é bonita mas nem eu nem a Susana reparámos que a cama é maior que a anterior, pelo que o roupeiro tem de ser feito por medida. Mas o pior é que me enganaram com o colchão, que já está todo deformado e não sei onde pus o talão da compra, para ir reclamar. De modo que o mau dormir é agravado pelo facto de muitas vezes adormecer com duas almofadas que ponho para ler antes de adormecer.
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Ando aborrecido com as dores musculares; vamos ver o que diz logo o ortopedista..
Estico o pescoço para ver a avenida lá em baixo e poucos são os carros. De vez em quando uma pomba ou um bando delas passa lá ao longe. As pombas são agora uma praga na cidade e os seus dejectos estragam as estátuas e os prédios. Antigamente só pairavam pela Baixa, mas agora também estão por aqui, tal como as gaivotas, embora estas em menor número e com maior raridade..
Há muitos anos que as andorinha desapareceram de Setúbal, com o seu esvoaçar e chilrear, na Primavera. Os beirais estão vazios dos ninhos que faziam. Quanto aos pombos, creio que a Câmara coloca um produto na comida para que não possam reproduzir-se, pois, como disse, degradam os monumentos e as casas com os seus dejectos.
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Do outro lado da avenida está uma escola primária, e lá pelas dez horas as crianças virão para o recreio e será uma chilreada, como se fossem pássaros, mas os vidros duplos agora abafam os ruídos.
.Vou deitar-me !
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)