* Victor Nogueira
A tarde aqui esteve bonita e com sol, mas não saí. Estive a ler e às voltas com os blogs e o hi5. Deixei o Sven Hassel e agora leio um romance do Luís Sepúlveda, chileno. Também gosto dele e é dum estilo diferente, embora fale de coisas sérias com humor e uma certa leveza, do que me parece der uma característica dos escritores da América do Sul. Ontem fui com, a Susana e o Francisco a um centro comercial em Almada, mas não encontrei o dicionário que procurava. Eu tenho um mas na desarrumação em que estão os milhares de livros da minha biblioteca , após as obras que tive de fazer em casa e que me obrigaram a esvaziá-la e a viver num apartamento alugado durante 4 meses, com a minha mãe, não o encontro. Comprei um ilustrado para crianças, com 300 vocábulos do dia a dia associados a uma gravura correspondente, e outro para turistas, em inglês e português, com palavras e frases associadas.
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Do Pepetela também comprei um romance que procurava desde há muito – Maiombe. Comprei mais outro romance dele e um livro de contos, bem como alguns CD’s e DVD’s e dois livros de banda desenhada.
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Detesto o Natal mas as compras estão quase todas feitas. As lojas estão quase vazias – mas não o Centro Comercial – um espaço fechado cheio de lojas como de fosse um bairro – e os bancos oferecem facilidades de pagamento, para as pessoas gastarem e meterem-se depois em sarilhos. Cerca de 20 % da população esta desempregada e a prenda de natal continua a ser o encerramento de empresas e despedimento de trabalhadores, muitos deles com salários em atraso para receberem. Mas os bancos apresentam lucros crescentes em cada ano que passa. O maior banco privado português – BCP – apresentado como modelo de gestão privada, nada vale, descobriu-se agora, pois oito entidades, duas delas accionistas do próprio banco, constituem 80 % do crédito concedido por ele. Entretanto o Estado continua a injectar dinheiro do único banco do Estado – a Caixa Geral de Depósitos – para evitar a falência do Banco Português de Negócios e vai deixar ir à falência um outro – o Banco Popular Português, cujos depositantes e investidores ficam sem nada! Quanto aos administradores, esses safam-se com as contas em off-shores ou na Suíça. O Banco de Portugal, que deveria fiscalizar os bancos, fechou os olhos durante anos e o seu Presidente, o Dr. Victor Constâncio, com mordomias e bom salário, só sabe falar da crise e na necessidade de se conterem os salários, enquanto o «Patrão» da associação de bancos – um tal Ulrich – diz que os trabalhadores deveriam voluntariamente …. aceitar diminuir os já magros salários. O capitalismo é uma forma de organização da sociedade completamente irracional. Já não é a produção de bens que alimenta os lucros, porque os consumidores não têm dinheiro que chegue para as necessidades básicas, como todo o lucro provém de jogadas fictícias com empresas fictícias e cotações na bolsa de valores sem qualquer sustentáculo real. Agora já se fala em países da União Europeia abrirem ,… falência! Quando estudei economia era impensável que um país abrisse falência … como se fosse uma empresa. Com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa os pequenos países vão ser completamente esmagados pela Alemanha, pela França pela Itália e pela Grã-Bretanha e o que dá lucro são as indústrias de armamento e farmacêutica, bem como o tráfico de droga e de seres humanos (ou sub-humanos, como Hitler considerava os eslavos, os ciganos, os latinos e os judeus!) Aos quais se devem acrescentar os orientais, os ameríndios e os negros!
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)