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* Victor Nogueira
O nosso partido
é o futuro no presente construído
Na praça se demonstra
Na praça se vê
Na praça se ouve
Na praça se diz
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Abril é passado
presente o deserto
esperança o futuro
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fora dele....... deste nosso partido
sem vida é o presente
sem humanidade o futuro
vazios os campos
inóspita a cidade
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1982 | 1992
No comboio para o Barreiro
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De negro vermelho
Em campo aberto mal fechado
pela paz em construção
pelo pão que se não faz
pela liberdade sem caridade ...
Coisas belas só de vê-las
uma criança em contradança
com imaginação no coração
esperança e alegria
pedra a pedra no dia-a-dia
da cidade em democracia.
Não há criação sem mim, diz o patrão
amigo da servidão
de porrete na mão !
Quem assola o sossego de quem teme o povo demente
seja ou não terra-tenente
com o zé povão em baraço ?
Mas poderá haver outra inspiração
poderá um homem dizer sim ou não
deixando de ser solidário
com quem tem mau solário
quando lhe pesam a fome
a sede e
a opressão
de quem não tem pão no meio da escuridão ?!
1991.06.25 | 1992.03.12|
Setúbal______
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ELEGIA POR UMA CERTA JUVENTUDE
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Eram jovens
..........passeando como fantasmas
com fatos talhados à medida duma roda sem destino.
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Sorriam
e o sorriso era
.................uma vereda para lado nenhum
.................uma vida de sonhos amortalhados.
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Eram jovens
de gestos calculados
...............com mil olhos e
.......................dez mil bocas em cadeia
.
E no entanto
para lá deste horizonte cinzento
debruado a cetim
as gaivotas (não) eram águias inatingíveis!
1991.03.20
Setúbal
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Era um homem
Era um livro
bembelo
Era o livro com paredes de vidro
Era o Partido
Quando falavam ou agiam
não eram eles
era o Partdo
contido!
Foram Marx e Engels
Era o tempo da revolta
do fascismo e da guerra
Era o tempo da Revolução
o tempo escasso
de Abril em Maio
o tempo da alegria e do sonho
do mundo novo a construir.
A esperança era um canto na cidade aberta e
o futuro começava ali numa criança a sorrir
ao virar da esquina
O riso enchia a praça e tão leve o ar! ...
Era o tempo dos slogans
da liberdade da fraternidade da justiça e
da paz
Havia é certo
Maio de 68 e o conflito sino-soviético
o Chile e o Vietname
e o despertar das colónias sob novas cadeias
E também havia
a Universidade em 69
a Hungria e a Checoslováquia
a Polónia e o Afeganistão
E vieram alguns outros
Khruchev e BreJnev
Havia é certo, lá longe ...
as cortinas
de ferro ou de bambú
Havia barreiras e fronteiras
no tempo da escuridão
Havia paredes
de vidro transparente ou translúcido
frágil como o cristal ou
forte se aramado ou martelado
espelho na reflexão
Era um homem
Era um livro
E eles não sabiam
que era o tempo da Revolução.
E os homens ficaram
E os homens partiram
E eles não souberam
estender a sua mão
E fecharam-se as portas
E cerraram-se as janelas
e eles dividiram-se na maré da inflexão
e não souberam camaradas
dar a sua mão
esquecendo que a revolução
começa com o nosso irmão
E levantaram paredões e lançaram ao chão
o camarada e amigo que tinha outra razão
porque tinham em si o que pretendiam
construir ou destruir
E falavam em coisas belas
falavam da liberdade da fraternidade
da justiça e da paz
para outra criação
Eram homens e mulheres
alguns assassinados
que não queriam a morte
nem a espoliação ou humilhação
e passavam
azafamados ou com lentidão
simples ou cheios de razão
com as virtudes e defeitos
do lugar e tempo em que estão
Uns e Umas com delicadeza, como é óbvio
e outros com distracção ou brutidão
a franqueza do clarão na escuridão
Era um homem
uma mulher
Era um livro
partido
porque não souberam vencer a solidão e
construir outra fabricação
Eram só homens
Eram só mulheres
Era só um livro
bimbelo
se não houvesse
em gestação
outra reflexão!
Até amanhã camarada ou não
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Ver textos de Victor Nogueira
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1974 - 25 de Abril a 28 de Setembro - Victor Nogueira
Em 25 de Abril de 1974 e outras memórias - texto e fotos de Victor Nogueira
O 25 de Abril - Os Prós e os Contras da Democracia - Victor Nogueira e outros
25 de Abril - Dia da Liberdade - Victor Nogueira e outros
Em 25 de Abril de 1974 e outras memórias - texto e fotos de Victor Nogueira
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No Ao (es)correr da pena e do olhar
Fernando LOPES-GRACA (1906 - 1994) Requiem pelas Vítimas do Fascismo - 1926 a 1974 - 48 anos sem direitos. - Victor Nogueira
No Kanto_XimPi
1974 - 25 de Abril a 28 de Setembro - Victor Nogueira
Em 25 de Abril de 1974 e outras memórias - texto e fotos de Victor Nogueira
O 25 de Abril - Os Prós e os Contras da Democracia - Victor Nogueira e outros
25 de Abril - Dia da Liberdade - Victor Nogueira e outrosUma sessão cultural em Évora - 1972 - Victor Nogueira
Em 25 de Abril de 1974 e outras memórias - texto e fotos de Victor Nogueira
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Fotos de Victor Nogueira
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Dei com este blog, enquanto procurava na net fotos de Lisboa. Devo dizer, que adorei o blog. Vou colocar este blog nos meus blogs a seguir.
ResponderEliminarParabéns aos autores.