domingo, 16 de janeiro de 2011

Goios - Paulo Lobarinhas

 Em 13-01-2011 20:43, Paulo Lobarinhas escreveu:

“Goios - a Páscoa numa aldeia minhota (1974)”



Boa noite,
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Foi com enorme satisfação que li, há duas noites atrás, o seu relato sobre a Páscoa em Goios, aldeia de que sou filho e da qual tanto gosto.
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Em 1974 ainda não tinha dois anos, contudo o relato deste dia de Páscoa faz-me recordar os “Domingos de Páscoa” da minha meninice. É verdade que os “Homens do Compasso” eram sempre os mesmos, Homens honrados da freguesia que tinham orgulho em visitar, com a cruz, os seus conterrâneos.  Pedia-se para São Pedro e São Paulo, para o fogo, o mordomo da Cruz era normalmente o tocador do sino, os meninos da campainha e da água benta eram, aos olhos das outras crinaças, uns privilegiados…
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De início, ao ver a fotografia pensei em duas outras Casas. Só ao ler o texto identifiquei que se tratava da “Casa do Vitorino”.
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Do seu Avô, recordo-me de ouvir falar em pequeno. O meu Pai fora seu amigo e contavam-se lá em casa muitas histórias de idas a desfolhadas com os “Irmãos Bitorinos”. O meu Pai e um Vizinho (ainda vivo) levavam nas suas motorizadas os “Irmãos Bitorinos” às desfolhadas para gáudio destes. São histórias muito interessantes para quem conhecia Goios.
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Quanto aos seus familiares, partilho da opinião de que os simpáticos já lá não moram. O seu Tio Zé, julgo que era assim que se chamava o Senhor de baixa estatura que eu cumprimentava sempre ao ir para a escola, era um Homem típico de Goios, à “moda antiga”. Quando ainda jovem participei numa comissão de restauro de uma casa da freguesia. Este senhor, com quem eu nunca falara antes, tratou-me de uma forma de tão correcta que não mais esqueci. O respeito pelos outros e pelos familiares dos nossos amigos era um valor de elevado para Homens como este.
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Conheci igualmente um primo seu que “mexia em electricidade”. Era um Homem prestável que ajudava os mais novos a construir o Presépio.
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Na minha primária, houve dois “Vitorinos” que foram meus colegas por um ou dois anos. Julgo que vivem em Minhotães.
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Quanto à restante família, conheci uma rapariga da minha idade que frequentava o secundário comigo, tinha vindo do Canadá e tenho um vizinho da minha Mãe, igualmente da minha idade a quem faleceu um irmão há uns anos.
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Gostaria de escrever sobre as “Memórias de Goios” pois julgo que há muita informação importante de uma geração, e das que antecederam, que se vai perder, contudo ainda não comecei a faze-lo.

Cumprimentos,
Paulo Lobarinhas
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Victor Nogueira

 para Paulo


Viva
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Grato pela sua carta e e memórias. Tenho algumas fotos dessa altura, que poderei disponibilizar se nisso vir interesse, caso publique o seu livro.
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Depois da morte do meu avô perdi  contacto com a família Barroso. A casa que figura na foto era de dois primos meus, o Zé, folgazão, e o Manuel, nada minhoto. Tenho mais família em Pedra Furada, mas também perdi  contacto com ela.
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O meu avô era primo de D. António Barroso, que foi missionário em Angola e Bispo do Porto, estando sepultado em Remelhe. Em tempos li que em Remelhe deveria viver uma familiar minha, a quem saiu uma pequena fortuna; estive para escrever-lhe  para tentar re-encontrar a família mas o recorte da revista e o nome dela  perderam-se-me.
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Um abraço
Victor Nogueira
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