domingo, 23 de outubro de 2011

Alguma arqueologia ainda em vigor


*  Victor Nogueira



O silêncio e a ausência têm a dimensão do universo e a capacidade de nos rirmos de nós próprios e das nossas (des)ilusões é a única arma que nos resta, para além do enconchamento, para tentarmos evitar - talvez inutilmente - que fiquemos submersos pelo inexorável avanço das abrasivas areias do deserto ou pelo gelo polar.

1, No beiral da minha porta / Veloz mal vieste a poisar / E debicando na horta / Tu partiste sem cuidar - 1992

2. Sorriste e / na tua voz / os pássaros vieram de longe / penando que era de madrugada - 1992.03.10

3. Distração

Procuro-te

levando-me-te
como quem nas mãos leva
um sopro de fragilidade
que tu
em gesto ou palavra dispersas.
Caindo na seriedade
o sorriso
apagado
.
.
4. CORAÇÃO ROSA DOS VENTOS

A tua carta é um pássaro pintado
……………,,,com emoção e alegria!
Cada folha é uma seara dividida em quatro e
na delicadeza do teu olhar
sou um rio
…….... leve rumor
......…...suave brisa que passa e canta!


(Setúbal, 1992)

Victor Nogueira

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)