* Victor Nogueira
# A síntese das palavras ao sabor e olhar do poeta. E agora, para quem entra pela madrugada dentro, para quem desperta, ao amanhecer, para quem acorda pela tarde fora, enfim, para quem quiser retribuir qualquer que seja a hora, minuto ou primeiro segundo ou segundo em primeiro ...
## não quadras mas um soneto, variação inventiva e de mérito sobre as festas populares. De boa vontade e sem pesos âncoras em cadeia, que o saltar a fogueira desaconselha, aqui começo a pagar a minha dívida.
### Faz lembrar-me, não sei porquê, uma tapeçaria de Portalegre. Ao contrário da "tapeçaria de Portalegre" duma marcação vincada nas cores, esta é sedosa e dela se evola o que diria ser uma suave musica.
1. - Uma flor, uma borboleta, e a resina, o olhar, meio olhar, como se de peixe fosse, a corola do clarim, do saxofone, a concha sedimentada. estratificada. Stendhal, Le Rouge et le Noir, ruge no ar ?
2. - Há uma leveza, uma suavidade, neste teu quadro de lágrimas, como sudário me parece.
3. - Um poema e a foto, a foto delicada, de promessas escondidas libertas nas asas da imaginação e do sonho, contidos ! Ou Não ! E ... qual a cor da liberdade e do desejo para além da paleta do bianco e nero ?
4. - Poucas palavras, para tão grande e contido amor.
5. - Um campo de flores, como se jarro fosse, o cálice, a ampulheta que mede o tempo ... quente ou frio.
6. - as palavras não chegam e o silêncio tem todos os sabores e cores que por mim lhe quiseres dar
7. - Nas pontas dos meus dedos sigo o teu olhar e nele (re)pousam o sol e o mar .
8. -
Se o ar é tão belo e calmo
e o mar tão verde e sereno
porquê esconder que te amo
seduzido gira-sol moreno ?!
9. - Palavras para quê se as tuas, ave liberta, me tiram a respiração ? Para ti, com a cor e o sabor que lhe souberes ou quiseres dar dar .
10. - não vou dizer palavras de circunstância, palavras de andor andar simpático e breve, a despachar talvez, num rápido e anódino "like". Mas , sabendo que do poeta bom se pode "sentir" como se particular fosse o que público (não) é, beijo-te em público com o sabor e a cor que em privado me quiseres dar
11. - Força, Portugueses e Portuguesas. Uni-vos, Povos de Todo o Mundo. Contra os patrões e cifrõ€$ e seus mandaretes, marchar, marchar. A Vitória é difícil mas é nossa !
12. - Mas o Alentejo é verde, sempre, ano após ano, para quem lá viveu para além das fotos: "todos os anos, pela Primavera", usando o título duma peça de Luis de Sttau Monteiro.
13. - Belo o poema, bela a partilha, e daqui te envio uma revoada de rendilhados beijos
14. - Na concha do teu nome que alinhavo, um rio de sons, suave lucerna bailando.
15. - Vim hoje visitar-te e gostei de estar contigo, de passear pelo olhar das fotos que escolheste, de saborear a leveza dos teus textos, de sentir o cuore colorido do teu mural, mesmo quando a preto e branco.
16. Ilustração a ilustração me concedes uma ilustre e bela galeriia e contigo a alegria de estar e de ser.
17. - Hoje a gravura parece feita em dia ventoso, algo frio de cores e um pouco relampejante, outonal, impregnado de alexandrinos. Como a vida que nos cerca.
18. - Olá, e neste olá tudo o que de bom lá quiseres colocar.
19. - E eu, na brisa do teu olhar que os meus dedos seguem passo a passo, esvoaço beijos meus, num quadro cheio de cor, de calor e de encanto.
20. - Durante muitos anos supus que as Crónicas de António Lobo Antunes eram-no com base na vida dele. Mas depois concluí que não, que nem sempre é / será assim, porque ao escribador todos os malabarismos são permitidos para dar alguma cor (esta e não outra) à vida que vai encarreirando em signos na folha branca ou no monitor. Gosto destes teus escritos.
21. - Esforça-se uma pessoa a escrever, neste caso, bem, e depois as pessoas na maioria buscam significados e "estórias" e "enguiam" em torno da "cabedela". Pois é, nada podemos dar aos livros senão letras do nosso pensamento e os seus olhos e llábos são os olhos e lábios não de quem escreve mas sim de quem (tres)lê.
22. - ao escriba todos os malabarismos são permitidos se para isso tiver arte, Excepto na prosa de alíneas e parágrafos encadeados,
23. - O bom fica nas fotos e nos escritos despersonalizados para outrem e se nada houver para recordar de bom, fica uma folha em branco.
24. - Tanto livro, como se toros, troncos de árvores, mortos, fossem, para um pássaro só, sem asas para voar ?
25. - com humor e leveza, qualquer que seja a lua no horizonte é sempre um prazer renovado passear e seguir a delicadeza e suavidade do teu olhar
26. - Maravilha da natureza e o fotógrafo estava lá Em cada gira-sol um beijo, em cada beijo um sorriso, em cada sorriso um mar, brisa de poalha dourada.
27. - Gosto desta tua faceta de escritora que me encanta. Cravos e rosas, bravos e viçosas, para ti.
28. - Gosto desta série - parece-me o primeiro - duma colorida calma e sossego que nos dispõe bem, ao olhar.
29. - Hoje, que te escrevo, é o primeiro dia deste ano de 1994. Hoje, que me lês, é o primeiro dia do resto de nossas vidas. Cada dia que passa é sempre o primeiro dia do resto de nossas vidas. A única diferença é haver cada vez menos primeiros dias à nossa frente.
30. - Fico tão contente com a tua visita ...
31. -
Com palavras
lavras
de silêncio
o caminho
sem dó
sustenido
32. - Quem virá nas asas duma andorinha ao alvorecer, no alto da madrugada ? E não só quem virá mas sim, quem ficará ?
33. - as aves de Eugénio de Andrade na madrugada de Sophia ? Eu vou com as aves e deixo-te na ponta dos meus dedos beijos meus, como se aves fossem
34. - "SINGER" , a máquina de costura sempre cantante, alegre, triste ou assim e assim, "singing on the rain", peça de museu se não electrificada em tempo de virtualidades. Beijos virtuais, que é o que está à mão de semear, " singing springing".
35. - um alegre e colorido quadro para um soalheiro dia de primavera
36. - O capitalismo sempre foi genocida, auto-fágico e predador. Agora fez regressar à europa o genocídio dela erradicado no séc xx, mas que sempre mantivera no resto do mundo por ele esmifrado.
37. -
De repente pensei que fossem cravos mas não, são rosas, vermelhas como convém.
Que sejam perfumadas para os seres humanos e cheias de espinhos para os rafeiros que governam e ocultos mandantes a favor de quem governam, de bolsa cada vez mais cheia com o saco a saco de grãos que esportulam dos nossos bolsos.
38. - eu sou apenas alguém que vai escrevivendo e photoandando por aqui e por ali, um pouco ao jeito do Saramago no livro que escreveu sobre as suas andanças cá dentro, Mas eu escrevo e fotografo
39. - Gostei de passear pela tua aldeia - cujas casas me parecem a tua na cidade onde moras, e não sabia que tinha um castelo para eu visitar.
40. - O vermelho é a cor do calor e este é um vermelho ondulante como as ondas do mar sem fim.
41. - Que os sonhos sejam sempre leves, cálidos, coloridos e cheios de doçura.
42. - Em seu pensar as letras (es)corriam: "Por vezes parece que as nossas conversas terminam em "conflitos", enredados nas palavras que caminham por atalhos que não são uma estrada larga e desassombrada, talvez porque elas não estão vestidas do sorriso reconfortante, da inflexão da voz coalhada de estrelas, da presença real e calmante do estreitar do abraço, da mão no ombro ... E em lugar da paz e da serenidade e do riso cristalino nascem em nós sombras intimidantes e noites sem luar, reflexo negativo do que nos outros busco e em ti procuro.
43. - E assim apagam-se as luzes e cerram-se as janelas e as portas que avistara ao longe ou ao virar da esquina, na maldição da vida de eterno caminheiro que é a de João Baptista Cansado da Guerra !"
- sai ela da cena com ar altivo, ombro direito atirado para trás furando o espaço com o esquerdo, mão esquerda na anca, indómita, saia rodada, cabelos ao vento esvoaçando, altaneira ...
... deixando atrás de si um rasto de credos e um rosário de cruzes feitas de espinhos de ouriça caixeira.
- Timidamente, pé ante pé, silencioso, o chapéu rolando nos dedos afilados, ele aproxima-se da inflamada Pasionara e murmura qual anémona do mar:
"- Olá, sereia !
- Já é um novo dia, bonito e cheio de sol, e passo por aqui, menina que não estás à janela, para deixar-te no meu aceno um sorriso", disse João Bimbelo.
44. - e sonha comigo para que os teus sonhos contigo me façam sonhar
45. -
Em que língua falarei
Em que língua falarei
e à míngua cantarei?
.
Ínsula
ou Península.
46. -
Ainda é tempo de faceira
leve, bom, suave desejo
em rubra, quente fogueira,
ladino, roubar-te um beijo
Meu amor vem á janela,
São os Santos a bailar,
Vai-te embora, sentinela,
Fiquem todos a cantar.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)