~ Victor Nogueira
1. - E outra para encher o vazio da sala, onde tudo passa, tudo esquece, tudo morre, em pérolas que vão renascendo sucessivamente, umas atrás das outras, sem o gosto da permanência, em pequenas serenatas nocturnas, "allegro"
2. - As auto-estradas da "teia", também conhecida como WEB, são como um vaivém espacial, com mais idas que regressos, com breves paragens na Lua em Marte ou em Vénus, do que estadias prolongadas, com um renovar constante de pessoas como as que circulam anonimamente nas grandes superfícies comerciais, com as suas lojas "âncora" ......em torno das quais se fixam as outras, muito mais pequenas e menos gravitacionais.
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"Suprimir a distância é aumentar a duração do tempo.A partir de agora, não viveremos mais;viveremos apenas mais depressa" (A.Dumas) Mas paradoxalmente, raramente o longe se transforma em perto e com frequência o perto está noutra galáxia !
3. - Também posso vestir a realidade com fatos alegres e música e folguedos e brisas cariciantes e olhares de veludo e sedutores e de pedrinhas saltitando pelo riacho com se aves cantando fossem. Com as palavras e a arte de usá-las se pode tornar mágico o que não é e soalheira a mais triste noite ou brilhante como se de mil sóis rendilhados falassem o que me cerca e com elas me libertando :-)
Ou não ! ! Porque o mágico tem consciência dos truques para tornar mágicos os enganos !
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http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2011/08/respigado-daqui-e-dali-deste-ou-daquele.html
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as palavras morrem de sede
as palavras
morrem de sede
na tua ausência
enleadas na rede
com permanência
um punhal
sufocante
no torno das ondas
.
redondas
.
em remoinho
o vento nada me traz
no caminho
nada se faz e
tudo mas tudo
……..se liquefaz
.
Escalavradas
à parede encostadas
mal recostadas e recortadas
paradas
tumulam as palavras
em premência
.
.
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Setúbal 2011.12.12
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2011/12/as-palavras-morrem-de-sede-victor.html
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De palavras ...
1.
De palavras
lavras
de silêncio o caminho
sem dó
sustenido
2.
com ou sem alegria
de palavras
vestes o dia
3.
em pilhas de palavras
se faz o tempo
present
ou
passado
e o futuro
4.
Com palavras
nos construímos
ou destruímos
em
sismo
solecismo
barbarismo
sem eufemismo
nú catecismo
Setúbal
2102.04.16/17
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2012/04/victor-nogueira-de-palavras.html
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somos
somos
eu tu nós
um campo de palavras gastas
.
de mim de ti de nós
de negro vermelho
que alvoradas
e
que espinhos ou flores nascerão
mortos que estamos
"no plaino abandonado"?
Setúbal 2012.Julho.14
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2012/07/victor-nogueira-somos.html
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Ah! Mas ela é mesmo uma sacerdotisa das palavras e do encanto. Valeu a pena andar a percorrer o mural, murmurando entre dentes "mas a que se refere ela ?", para baixo e para cima.
Dei com esta rede e fiquei embaraçado nela. Ou enleado? Ou enredado ? Ou agradado ? E prossegui em meus pensamentos "Será esta? Deve ser. Melhor é resumir apenas num "encantado"
"Mesmo que não seja este o texto imagino que o seja, em sonhos sonhados"
2012.Julho.17
http://osabordolhar.blogspot.pt/
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Distração
o DISTRACÇÃO
Procuro-te
levando-me-te
como quem nas mãos leva
um sopro de fragilidade
que tu
em gesto ou palavra dispersas
Caindo na seriedade
o sorriso
apagado
Setúbal . 1989.Setembro
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2012/08/victor-nogueira-distracao.html
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Estão roucas as palavras
Estão roucas as palavras
gastas as tuas mãos
duras
secas
cortantes
como punhais
http://kantoximpi.blogspot.pt/2006/09/as-mos-quatro-poemas-diversos-esto.html
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O silêncio das palavras silabadas
De quantas letras
se faz a palavra ?
Amor
andor
ardor ou rancor
entusiasmo
espasmo
pasmo
marasmo
Amar
Armar o mar
armada aramada
De quantas sílabas
se fazem as palavras
carreirinha de letras
símbolos
signos
tímbalos
andar
degrau a degrau
a subir ou descer
a flor
......a dor
............o valor
do calor
Setúbal
2012.06.18
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2012/06/o-silencio-das-palavras-silabadas.html
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No mundo da fantasia
Tem a sereia nos olhos, do mar, guarida, a cor verde e serena dum girassol ?
No mundo da fantasia ao poeta todas as liberdades são permitidas. E em que mundo real existirão as sereias, as ninfas, os faunos e os gnomos ? E como se torna a imaginação realidade ?
Setúbal
Julho 17, 2012
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2012/07/victor-nogueira-no-mundo-da-fantasia.html
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3. - Mal nos conhecemos, apenas de escritos. Nem sei qual o sabor e a cor da tua voz e dos olhos sei apenas que são castanhos, porque escreveste, e não sei qual o seu brilho .
4. - E com tantas palavras bonitas a minha alma tem pena de não ter asas e voar para o rio da ninfa camoniana. E se eu não metesse conversa contigo não saberia quão querida me és por querido te ser.
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Neste jogo de palavras
Neste jogo de palavras
e de gestos comedidos
Aqui
neste canto da cidade
preso à roda do leme
em sonhos
que sonho em ti
busco o passado que não fui
no futuro que não serei
.
suspenso do teu andar
.
Arde-me o sangue nas veias
neste fogo vento suão
murmúrio do teu sorriso
verde brisa na planura
fresca do teu olhar
.
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Agarro os restos de mim
.
Agarro os restos de mim
Preso por arames
Meto-me na mala
Ponho o pé na estrada
Malabarista do verbo
Bordejando as chamas
Tiro das palavras o sentido que lá não está
Hoje,
De novo á beira do caminho
Ergo novamente os diques
Tapo os interstícios da muralha que rompeste
Baixo lentamente a vizeira
Reponho a máscara
Numa pirueta
Até que o coração pare
ou a serenidade regresse
.
1987.08.07 - Setúbal
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Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem tem olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamento ou
um pouco de nós
para que chegue aos outros.
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Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.
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Évora
1969.Março.19
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Límpidas como veludo
Límpidas como veludo
Cálidas, delicadas, saltitantes
brotam dos nossos lábios as palavras ...
Por entre os dentes cerrados
duras, agrestes, cortantes
irrompem as palavras.
São uma ponte, um muro
alinhadas ou em torvelinho
um labirinto, um caminho
enquanto o tempo escorre-
---------e o carinho apetece
Tantas palavras para
não dizer
que somos jovens
homem e mulher
enquanto as mãos
compostas
pousam no regaço ou no volante
enquanto lá fora
correm o ar e a brisa e no mar se quebram as ondas
e na estrada
passam os carros velozes
Tanto mar e tanta sede.
1986.01.01 - Paço de Arcos
http://osabordolhar.blogspot.pt/2008/05/os-manos-nogueira-ou-o-poeta-um.html
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(...) Podia falar te da tristeza sem sentido desta vida que levo. Da necessidade de agarrar o presente com ambas as mãos. Do nenhum entusiasmo ao avistar anteontem à noite as luzes de Évora. A viagem [de regresso da Amareleja] foi rápida, com minutos de silêncio, outros de conversa animada e outros de busca desesperada de palavras, no negrume da noite, com a estrada deslizando sob nós, o rádio transmitindo música e as pontes aparecendo bruscamente na curva da estrada, dois parapeitos brancos, esguios, varridos pelos faróis do automóvel. Chegados ao burgo, deixada a Marília e [outro] em casa, foi a busca dum lugar para estacionar. As aulas recomeçaram, mas ... quero ir-me embora. É quase uma obsessão. Évora e o Instituto não são apenas o negativo. (MCG - Évora - 1973.11.20)
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2011/02/memorias-da-amareleja-e-arredores.html
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ESCRITicAS
AS PALAVRAS
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Rede com dois gumes
letras do nosso pensamento
são
os olhos que nós temos
e os seus lábios os nossos lábios (1)
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Está um domingo chuvoso, frio, cinzento! Mas as palavras não chegam a formar-se na consciência, enovelam-se, enevoam-se, liquefazem-se e a máquina [de escrever] imprime apenas nada que talvez seja muito. Ou tudo. (MLF -Évora 1969.02.23)
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Tinha uma carta já escrita, fluente na minha mente. Chegou a hora de escrevê-la e ela ruiu, as palavras escorregaram por entre os dedos, em todas as direcções, e no papel nada fica senão uma pasta informe (...) Nunca liguei á poesia. Achava-la inútil, algo inexistente para mim. Ouvi falar em rima (amor com fervor, queijo com vejo, morte com sorte), em métrica, etc. Das divisões silábicas apenas me lembro dos alexandrinos....
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Bem, como a prosa é mais fácil, com mais canelada para a direita, menos cotovelada para a esquerda, resolvi escrever epístolas por gosto e exercícios de apuramento e chamadas escritas a contra-gosto e relógio. Se alguém dissesse que eu acabaria um dia por escrever frases desiguais empilhadas umas em cima das outras, a que a minha amiga [Noémia] chama poemas, eu rir-me-ia. Mas também nunca nos dias da minha vida sonhara viver em Évora e tirar um curso de sociologia. (NSM - 1969. Évora - Páscoa)
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Passa da meia noite. A hora é de silêncio e recolhimento. Contrastando com o meu estado de alma, o gira discos toca uma alegre e movimentada música espanhola. (...) A mão é muito mais lenta que o pensamento e tolhe a sua fluidez. (NID - Évora - 1971.05.26)
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Pronto. Lá arrefeceu tudo ao pegar na caneta para dizer do meu espírito, do que nele se passa. Esvai-se-me por entre os dedos e nas mãos apenas o resto do que não é. (NSM - Évora - 1971.12.01)
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Daqui desta terra
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Aqui estou no meu quarto, buscando para ti as palavras que não encontro, corpo sem imaginação mas irritado e desassossegado pela constipação que me percorre as veias e me enche dum nervoso miudinho. Busco para ti as palavras dos outros, nos livros dos outros, os ponteiros aproximando se das nove e trinta, hora da vinda do homem que levará de mim as letras que cadenciadamente vão surgindo no papel branco que já não é só! Busco as palavras e apenas encontro estas, hoje vazio de ti pela tua ausência, ontem pleno pela nossa presença. São vinte e uma e vinte, hora de parar, os livros espalhados pela mesa, o corpo quebrado, a imaginação e a voz quase secas e frias. Daqui desta terra, para ti noutra terra, te abraço e beijo com ternura e amizade, na memória do tempo que fomos juntos. Aqui estou! (MCG - Évora - 1972.09.21)
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O discurso lógico trai a manifestação dos sentimentos; "as palavras são (redes) de dois gumes..." e o discurso lógico uma corrente que nos arrasta para onde não queremos. Um olhar, a mão que se levanta para acariciar um rosto, os dedos entrelaçados, o corpo que sentimos junto ao nosso, a simples presença, o saber-se aqui nesta sala ou na outra, não entendes que tudo isto, na sua simplicidade, diz mais e responde e/ou acalma mais interrogações que todas as palavras? É preciso saber ler para além das palavras ou não recusar essa leitura. Lembro me dum poema do Alberto Caeiro, cuja humildade e simplicidade me atraem, humildade e simplicidade perante as pessoas e as coisas que talvez nunca sejam minhas. Levanto me e vou ali á estante buscá lo. Escolho o poema que trancreverei. Hesito na escolha. Será este!
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XLV - Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renques e o plural árvores não são coisas, são nomes.
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso! (MCG - 1972.07.14)
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A "Natureza Morta" (2) não me parece nem pessimista nem optimista; são apenas os olhos com que vejo Évora. (...) Os meus escritos permitem várias leituras, possibilitadas pela ambiguidade decorrente da disposição das palavras e frases, pela colocação da pontuação ou sua ausência. (MCG - éVORA - 1972.10.20)
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No que digo ou escrevo não há senão a constatação despojada do que me parece ser a realidade. (MMA - Paço de Arcos, 1986.08.31
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De repente é como se todas as estrelas se apagassem, ficando o cansaço e esta velha vontade, por vezes renascida, de partir para longe, de apagar tudo, como se fosse possível fazê-lo para reescrever tudo de novo, rasgando o que escrevi, lixo para lançar aos quatro ventos, porque não rio nem choro nem tenho uma pedra no lugar do sentir pelo qual me deixei envolver. (...) (Setúbal, 1989.10.04)
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A Susana, acabada de acordar, veio até aqui perguntar se eu andava a escrever o meu diário, emitindo a douta opinião de que os diários só se escrevem ... ao fim do dia e não a meio da manhã. ( Paço de Arcos, 1993.08.20 )
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De vez em quando passo aqui pelo computador e acrescento mais umas linhas de conversa. Estou cansado e com sono, mas mesmo que durma um sono seguido como acontece normalmente, isso possívelmente não me trará descanso. Isto é um círculo vicioso: a pedrada depressiva impede-me de dormir repousadamente e a falta de repouso aumenta a neura. ( Setúbal, 1993.09.08/09)
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Ao lermos uma novela ou uma história imaginamos as cenas, a paisagem, os personagens, dando a estes uma voz, uma imagem física. Por isso às vezes a transposição para o cinema revela-se-nos uma desilusão. ( Setúbal, 94.02.23 )
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Não era assim que esta carta estava escrita no meu pensamento. Aliás, no meu pensamento esta carta já teve várias formas. Mais fluidas. Variando conforme o estado de alma e o correr do tempo. Mas quando chegou a altura de fixar a fluidez do pensar, o que fica é esta pálida, imperfeita e distorcida imagem, feita de signos que se alinham em carreirinha uns a seguir aos outros. (FPG - 97.06.18).
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O computador é um instrumento precioso e fácil de utilizar para a a criação literária. É fácil emendar, erradicar completamente as palavras e as frases, sem que fiquem notas manuscritas à margem, palavras riscadas, borrões de tinta, deste modo impedindo o testemunho do nascimento e crescimento da obra até à versão final. E mesmo que se guardem várias versões do trabalho, o resultado não é o mesmo da leitura dum manuscrito ou texto dactilografado, cheio de notas e palavras riscadas e/ou encavalitadas. O estudo do processo criativo do operário das letras torna-se assim difícil, quando não completamente impossível.
(Setúbal 2007.08.16)
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1 - Poema escrito em Évora - 1971.Novembro
2 - Poema escrito em 1972.10.17, em Évora, sobre esta cidade,
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2011/12/victor-nogueira-escriticas-literatura.html
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Pessoas que gostam disto
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)