sexta-feira, 23 de agosto de 2013

quem vai ao mar

» Victor Nogueira

Tanto que eu parvamente gosto dela e por ela em vão espero mas com todos os seus passos/passes de dança ainda não me convenci se é mulher para olhos nos olhos me dizer que me ama.

«Se te referes a ti, não sei como, pk ou és inamovível como uma rocha, ou serpenteante como uma enguia». [perante esta provocação] levanta-se a mocinha inopinadamente a cadeira da esplanada atirada para trás um ar inquisitorial no olhar brilhante a mão esquerda na anca o indicador direito como gatilho apontado ao meu coração a voz imperativa: RESPONDE

Seria fácil responder se estivéssemos à beira-rio numa esplanada. Ela tem sempre uma fuga. [E em sonhos] Meu deus que romântico ela na cama e eu desvendando aqui um bocadinhdo do lençol além uma entreaberta no pijama depois os dedos como pardalito desenhando o contorno dela.

O segredo e a arte estão na descoberta gradual. É muito mais sedutor na primavera uma camisa entreaberta deixando ver um bocadinho do seio do que uma garina logo de supetão toda sem roupa na praia do meco. Convidas-me ? ts ts bem morrerei de fome famintaMas o teu véu é estilo a do eça ou estilo mata-hari? Posso fotografar-te de véu? Mas não de laranjeira. 

Com ou sem véu, quem me interessa és tu.  Ah !  querias que fosse de espada em riste no meu alazão para desafiar-te na praça de armas do castelo que te protege ? Quem vai ao mar em busca de guarida avia-se em terra que a viagem é longa e o caminho das estrelas ensombrado e parece-me que p princípe terá de ir bem aviado pois a princesa em seus meneios obrigá-lo-ia a gastar muita energia para não desmaiar enquanto os sinos tocassem e por isso podes descansadamente deixar a janela da varanda escancarada com toda a segurança.




Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)