2 de Setembro de 2013 às 13:43
* Victor Nogueira
DISTRACÇÃO
Procuro-te
levando-me-te
como quem nas mãos leva
um sopro de fragilidade
que tu
em gesto ou palavra dispersas
Caindo na seriedade
o sorriso
apagado
Setúbal . 1989.Setembro
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No beiral da minha porta
Veloz mal vieste a poisar
E debicando na horta
Tu partiste sem cuidar.
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Sorriste e
na tua voz
os pássaros vieram de longe
pensando que era madrugada!
1992.03.10 Setúbal
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Cântico muito ao de leve
Gostei muito de estar contigo, do teu ar de menina travessa, da tua elegância esbelta, flexível e determinada, da ternura que amacia a tua voz e enche de brilho o teu olhar, e às vezes aborrece-me ser tão retraído. Gostava de ter-te dito "posso ir contigo?" e voltar de comboio. Gostava de ter-te dado a mão e de não ter silenciado os meus gestos de carinho para contigo. De nos termos abraçado à tua partida. Gosto muito de ti. Mas permaneci aqui, à beira da estrada e contigo no meu pensamento.
,
Beijo-te, ave inquieta, com todo o afecto do mundo (gostaria de escrever mas não o faço: "Minha muito querida mocinha").
Porque não sei se na volta não viria o silêncio com que nascemos ou morremos estiolados à míngua do sol e do mar !
Setúbal 2012.01.08
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No Dia da Mulher 1995
(oferecido as minhas colegas do Urbanismo)
...................................... 1. ..Na tua mão
bate estrangulado
o meu coração.
Preso no teu olhar
bate suave
muito leve
com desejo de voar.
Onde o riso e a palavra
que o façam sossegar?
2. Com os meu dedos
sigo lentamente o teu olhar
Uma leve brisa agita o teu rosto
e não sei bem se é um pássaro
ou uma flor
o sorriso que nasce nos teus lábios.
Será noite
ou uma criança a navegar?
3. Nas minhas mãos
o dia escurece
e não ouço nelas
o calor da tua voz a cantar.
Uma gota cai lentamente no
[ horizonte
E outra
E outra
E mais outra ...
E as minhas palavras são
um novelo em busca do mar!
O teu rosto,
o teu rosto é uma linha a navegar
onde loucas gaivotas
querem mergulhar.
Quem as recolherá
como um cristal a brilhar?
vem de
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)