sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

entre eros e afrodite 11 - (toadas sem eira nem beira - fragmentos)

10 de Janeiro de 2014 às 0:37

* Victor Nogueira

as minhas palavras prendem apenas palavras

as minhas palavras prendem apenas palavras

bordejam o fogo
em malabarismos
eternos e fugazes equilibrismos

estas são as palavras banais

as minhas palavras prendem apenas a virtualidade
e na verdade
o sol delas não queima
o ar delas não refresca
a cor delas não aquece
o sal delas não tempera

a guloseima
seca
arrefece
na espera

de ti

pirilampo borboleteando
presos o gesto e o verbo;
escuta:
um campo de flores esmaecidas
clama por ti
a clave em surdina
suave e colorida musicata


Paço de Arcos 2013.12.06
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Ondas do mar que levais

Ondas do mar que levais
As novas do meu amigo
Neste insossego vogando !

Ondas do mar espelhando
O canto do meu amado
Neste insossego vogando !

Se ouviste meu amigo
Por quanto estou ansiando
Neste insossego vogando !

Se achaste meu amigo
Por que hey gran cuydado
Neste insossego vogando !

Setúbal 2013.11.02
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Era a noite,


Era a noite, a noite sem ti, uma noite onde todas as encruzilhadas eram um caminho/carinho ignoto, feito de passada larga e despreocupada ou de passos cuidadosos, temerosos. Era noite, uma noite tecida com intermináveis silêncios, prenhes de tudo o que a imaginação nela possa ver matizado com cinzel baço ou ágil pincel. como tear de penélope sem ulisses em incessante vai-vem.


Era noite, uma noite onde as palavras em sonhos se liquefaziam, ásperas ou lânguidas em ais ou suspiros, a boca entreaberta ou os dentes cerrados, as mãos enclavinhadas ou arabescos bailantes. Era a noite e as palavras não surdiam. Era a noite do silêncio e das encruzilhadas, melhor ou pior talhadas, 



Era a noite sem o dia !

Setembro 26, 2013
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Flor do Mar

entre eros e afrodite
................a via láctea
................duas lanternas cintilantes
e o beijo
bem vejo
a serpente serpenteante entrelaçada
estrangulada
...................entre a vida e a morte

na planura
duas colinas
........entreaberto o pico
........rosado e fremente do seio
o vale-desfiladeiro

na leveza da pele
............moreno vale
o prado-bosque
............da seara em flor
a rosada cisterna
ósculo
óculo
bainha de  veludo
onde nos perdemos
e re-encontramos
a nau à bolina
de onda em onda
o fragor silente do desejo
explodindo

em cem mil lucernas


setúbal 2013.08.25

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Gosto
Gosto ·  · 

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)