Sentado, dominando o horizonte,
sem cores nem dores, escorre a vida,
na cronologia dos tempos corrida,
buscando novos dias, novas fontes.
De rubro os robles sombram as pontes,
eterno vai-vém, d'entrada saída
neste redondel, em louca corrida,
com ancoragem que a tudo afronte.
E nos ribeiros em caleidoscópio
mil ares, mil águas, se levantam,
como um gigantesco cinescópio
Em rebate, só, ruidosos tocam,
envoltos na dormideira do ópio,
os sonhos, pesadelos, que não voam.
2014.07.27 setúbal
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)