* Victor Nogueira
Uma "piquena" reportagem de praia em praia, automobilística. com poucas fotos pois ou se conduz ou se fotografa. Cascais estava como sempre cheia de trânsito nas ruas e transeuntes nas vias pedonais, que em nada facilitavam o meu acto de fotografar. Músicos tocavam parados nas ruas com reduzido e desafinado reportório: aqui um homem e um miúdo, aquele com acordeão e este com violino, risonhos e em desajeitado dueto. Mais além outro com ar sério e algum contorcionismo tocava saxofone enquanto uma mulher penteava os cabelos duma miúda sentada em pequena cadeira. Depois dum frugal lanche na pastelaria onde em tempos estive acompanhado deambulei pelas ruas do centro histórico, onde há anos morei esporadica mas regfularmente, especialmente aos fins-de-semana, e descobri algo que nunca vira - o largo da Misericórdia e respectiva Igreja, esta com uma fachada exterior insípida e despojada, bem como a rua que corre nas traseiras. Havia uma Feira do Livro no largo junto à Caixa e a livraria Galileu estava aberta. Mas desta vez não fui quer a uma, quer a outra, pois o tempo é de contenção de despesas e melhor é evitar as tentações mais ou menos dispendiosas. Assim, na Galileu - que na cave é um alfarrabista - não entrei e não sei se ainda lá encontraria o simpático e atenciosos livreiro com ar british.
Depois foi o regresso a Paço de Arcos. Aos sinais vermelhos ou no para-arranca pode-se fotografar 7mas neste caso a envolvente nada tinha de especial e muitos eram os carros em fila. Hesitei se haveria de sair da estrada para fotografar dois ou três fortes da linha costeira de defesa da barra e do rio Tejo mas acabei por prosseguir. Às praias não fui, fotografei-as apenas, cá de cima, com excepção da que fica a poente do forte de S. Julião da Barra,na fronteira entre Carcaelos e Oeiras, onde mergulhei os pés na areia, o que há muito não sucedia. Ao fim da tarde as praias estavam quase desertas, com uma cálida e suave brisa .... ao sol.
Na de Carcavelos tentei em vão fotografar uma solitária gaivota e consegui uma má foto do que me parecia um impávido e plácido pombo caminhando imperturbavelmente pelo areal e à minha frente. As ondas encrespavam-se ligeiramente antes de se desfazerem num branco rendilhado e a rocha calcárea parecia uma paisagem lunar cravejada de mini-crateras. E disseram-me que aquela planta xerófila com enormes espigões floridos era do meu pais - a planta do sisal, de que se extraem fibras para tecelagem. Não sei se a que tenho na minha varanda em setúbal é também da mesma espécie.
reportagem fotografica em
entre cascais e oeiras
http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/08/entre-cascais-e-oeiras.html
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)