terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nas margens do Rio Ave

* Victor Nogueira (texto e fotos)

Quatro povoações banhadas pelo Rio Ave; Vila do Conde, Azurara, Macieira da Maia e Arcos. As fotos foram tiradas em dias variados, uns soalheiros, outros nublados. Em Vila do Conde pesca-se junto à ponte e em Macieira da Maia num terreno privado, de reserva. Se em Vila do Conde subsiste uma rara azenha quinhentista, em Macieira da Maia. subsistem duas, desctivadas, uma delas bar há uns anos. Embora tenha passado pelos Arcos, não tive ensejo de fotografar a ponte românica aí existente.

Esta última região, segundo a ficha do IPPA, "foi densamente ocupada e explorada pelas populações, instalando-se, nas suas margens, diversos equipamentos, de que são exemplo um açude, duas azenhas e um moinho. Estes imóveis, cuja laboração aproveitava a existência da ponte para permitir a passagem de pessoas e de bens, são de construção popular e utilitária (por isso, mais vulneráveis à erosão do tempo), mas a sua conservação impõe-se como testemunho de um outro tempo, em que o rio foi fonte de rendimento e de sobrevivência, de atracção e de fixação das populações que humanizaram esta paisagem." 

A ponte românica aqui existente na Idade Média substitui uma anterior romana e já neste século sofreu profundas obras de manutenção e recuperação sendo presentemente apenas pedonal. Situa-se num dos Caminhos de Santiago, coincidente com a antiga estrada romana, a Via Veteris ou Karraia Antiqua.

A ponte dos Arcos também refeita no século XII situava-se na mesma via romana, que ligava o Porto a S. Pedro de Rates, importante centro religioso medieval e nos Caminhos de Santiago.

Arcos tem mais património, sendo de referir  a tradição segundo a qual existiu, nesta freguesia, um castelo mourisco, no Monte com o mesmo nome, e no Monte da Reguenga, uma estrada coberta que ia ter ao Rio Ave.  A nível arqueológico, é possível localizar a mamoa de Moldes e o Castro de Casais. Este último apresenta vestígios dos períodos castrejo e romano.

O documento mais antigo conhecido e que refere a freguesia de São Salvador de Macieira data de 974. Macieira da Maia possui a mamoa de Sabariz, que remonta ae 5000 a 3000 a.C. encontrando-se em propriedade privada.  

FOTOS EM http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/nas-margens-do-rio-ave.html

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)