quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DE PEQUENINOS SE TORCIAM OS PEPINOS


DE PEQUENINOS SE TORCIAM OS PEPINOS
1. - NA 1ª CLASSE DO ENSINO PRIMÁRIO, depois de aprender a juntar as letras, surgia o 1º texto completo, a história da Emilinha que apesar de pequenina já gostava de ajudar a mãe na lida doméstica, para vir a ser uma "BOA DONA DE CASA" Mais tarde, no ensino técnico e não sei se no Liceu (pois em Luanda havia discriminação com liceus masculinos e feminino no curso geral), havia uma discipina de Lavores Femininos e no técnico um curso geral de Formação Feminina". Quantos aos rapazes ...
Não tenho presente a totalidade desse texto mas encontrei este excerto; "Emilita é muito esperta e desembaraçada, e gosta de ajudar a mãe.- Minha mãe: já sei varrer a cozinha, arrumar as cadeiras e limpar o pó. Deixe-me pôr hoje a mesa para o jantar.- Está bem, minha filha. Quando fores grande,hás-de ser boa dona de casa.»(excerto de lição do livro de leitura da 1ª classe)
2. - Mas havia outro similar:
"A Felicidade pelo Estudo.
Desde pequenina, a Maria da Fátima gostava de ter os vestidos arrumados e limpos.
De vez em quando, lá deixava algum brinquedo fora do seu lugar, mas bastava uma pequena advertência da mãe para pôr tudo como devia.
Na escola, desde a primeira classe que tem merecido a simpatia da sua professora pela pontualidade com que todos os dias comparece, pela prontidão com que faz os exercícios, pela boa vontade com que escuta os seus conselhos e pelo arranjo e asseio dos livros e dos cadernos.
Não é muito inteligente, mas é das que mais sabem.
E o seu amor ao estudo tem-lhe conquistado a amizade e o respeito das condiscípulas.
Os pais julgam-se felizes por terem uma filha assim.
Que prazer que eles não terão quando ela fizer exame da terceira classe!..."


  • Maria João de Sousa Não sei se foi parar à cronologia... isto está um tanto ou quanto confuso... mas sei que a partilhaste comigo! Obrigada, Victor Barroso Nogueira!
  • Maria João de Sousa Não está lá... levo-a eu!
  • Fatima Mourão Obrigado pela partilha beijinhos 
  • Vitor Correia Grato Vítor por me lembrares....
  • Milu Vizinho Querido camarada e amigo Victor, que saudades que eu tenho deste livro, foi onde eu aprendi as primeiras letras...Obrigado pela partilha Bjs 
  • Nascimento Maria Eu tambem aprendi neste livro
  • Elsa Vicente Belas recordações, obrigada Victor Barroso Nogueira
  • Isabel Dias Alçada Meu amigo génio , beijos !
  • Maria Orlanda A Igualziinho ao meu, bijs
  • Carlos Rodrigues Esqueceste-te de outra Disciplina, para além dos Lavores e da Formação Feminina, havia outra Disciplina que, convenhamos, ainda hoje dá um jeitão a " Economia Doméstica ", se não estamos entregues aos bichos que nunca fizeram contas na vida... Obrigado, um abraço.
  • Victor Barroso Nogueira Eh pá, Carlos Rodrigues A Economia Doméstica e os Lavores tb fazem falta à malta. Eu aprendi toda a lida doméstica sózinho, incluindo cozinhar, só não me ajeito com a costura e bordados. Apenas consigo coser os botões, mas é por falta de habilidade manual LOL
  • Carlos Rodrigues Se Ela vê isto estou feito, Vitor...nem médico de Família tenho para me passara um Certificado de completamente incapaz para os Lavores e botões ( bom na tropa sempre dava um jeitinho...mas perdi-o, pronto...Ehehe. 
  • Arminda Griff Não tenho esta na m cronologia...aguardo.
  • Victor Barroso Nogueira manarminda aka Arminda Griff Estás identificada. Ora procura bem  Mas eu repito a dose LOL
  • Carlota Dias Guita Também estudei com este livro, pois isto durou anos e anos, mas não tenho saudades nenhumas, porque estes textos, eram absolutamente fascizantes. As meninas eram preparadas para serem apenas donas de casa. Eram raras as que faziam a quarta classe e mais raras as que continuavam a estudar. Depois do ensino básico, iam aprender costura e depois casavam. Os empregos eram para os homens. Só a partir de 1955, quando mandaram soldados para os territórios de Goa, Damão e Diu, os quais perdemos e a seguir em 1961, para Angola seguido de todas as outras colónias, é que as mulheres começaram a ocupar lugares que antes eram masculinos, mas com os homens na guerra, as mulheres tiveram que avançar e, aí, começou a independência feminina. Começaram a estudar mais para poderem ter acesso a lugares com mais responsabilidade.
    Vejam a frase humilhante "não é muito inteligente, mas é das que mais sabem"
    Isto é o mesmo que dizer que as raparigas eram burras, mas enfim. Não gosto disto.
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    Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)