quinta-feira, 6 de novembro de 2014

picnic em Luanda - cerca de 1960



6/11 · 

foto de família - picnic em Luanda - cerca de 1960 - á esquerda em pé o meu pai  e ao lado o meu  tio José João. Em terra, em 1º plano, o meu irmão e  o escriba.  Não estando a minha mãe, a fotógrafa deve ter sido ela.

As carrinhas eram de caixa aberta, com uma grade atrás das cabines, como se vê na  foto. Um dos prazeres da miudagem era viajarmos na caixa, de pé,.agarrados  à grelha, com o vento a bater no rosto.

Era  costume usar-se a camisa por fora das calças ou dos calções. Tal prática era proibida no liceu, onde por essa altura o contínuo me tentou impedir a entrada, apesar de lhe dizer que as balalaicas ou camisas casaco (com bolsos de chapa por altura da cintura)  não se enfiavam por dentro dos calções. Depois duma acesa argumentação lá o consegui convencer e deixou-me entrar.

Nos idos de 1966 em Lisboa ainda usava balalaicas, no verão, peça de vestuário muito comum entre os que regressaram das colónias depois de Abril, como o meu pai, o ,meu tio e muitos outros.


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  • Maria João de Sousa Belas recordações, Victor Barroso Nogueira! Obrigada!!!
  • José Mendonça · Amigo/a de Cidade Luanda
    Não vejo negros na foto...serà racismo???
  • Victor Barroso Nogueira Não, não é racismo. Tenho fotos em que aparecem negros. No Liceu e em confraternizações com brancos. Em minha casa não éramos racistas e na casa dos meus pais, ambos engenheiros, à mesa sentavam-se desde o operário ao "doutor", qualquer que fosse a cor da pele. Havia de tudo, em Angola: brancos racistas e brancos não racistas. O Governo de Salazar e a ideologia por ele veiculada, esses sim, fomentavam o racismo. José Mendonça
    7/11 às 13:46 · Editado · Gosto · 1
  • José Mendonça · Amigo/a de Cidade Luanda
    Era a evolução de uma sociedade com várias culturas...umas mais evoluídas tecnológicamente do que outras...mas ainda hoje há gente que não o entende e tudo rotula como racismo...
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    Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)