sexta-feira, 14 de novembro de 2014

em luanda - 1956

Em S. Paulo da Assunção de LUANDA (este era o nome completo, tal como havia a Cidade do Santo Nome de Deus de MACAU, Não Há Outra Mais Leal) - foto MNS 1956 - Quando nasci os meus pais moravam na Rua Frederico Welwitsch, no Bairro do Maculusso. e daqui mudámos para outra vivenda, no Bairro de S. Paulo, lá onde a cidade do asfalto terminava na altura para imediatamente começar a empurrar a cidade vermelha (a cor do barro), a dos musseques, ainda mais para a periferia. Pouco tempo residimos aqui, de que tenho poucas memórias, até mudarmos para a Praia do Bispo, quando tinha 11/12 anos, para uma casa de função, essa sim que me marcou e ficava à beira mar, com o mar infindo defronte e para lá dele o Brasil, na outra margem.


O meu pai era um engenhocas. Aliás na caricatura do livro de curso ele aparece sentado a uma mesa com montes de construções de armar, desde aviões a casas. No quintal da Praia do Bispo construiu sucessivamente os 3 "gasolinas" que tivemos; o 1º roubado, o 2º queimado inadveridamente no areal da praia e o 3º ficou lá depois da independencia. Este "jeep" também foi parcialmente contruído por ele, a partir do chassis que comprara: a carroçaria foi toda feita por ele e sob sua orientação.



Na foto, para além do escriba os seus irmão e mãe. Aqui ainda era miúdo, pois usava calções e suspensórios. O uso de calças e cinto significava a passagem a jovem e adulto. Esta regra não foi rígida para o meu irmão, cinco anos mais novo, que naturalmente "herdava" a minha roupa.


Nesta foto, ainda na rua Frederico Welwitsch, vê-se o referido "jeep"


  • Graca Maria Antunes Gosto de ler memórias e destas, em particular que falam de uma vivência que se perdeu.
  • Carlos Rodrigues Isso é que era reciclar, Vitor, agora nem dá para passar os livros escolares de irmão para irmão e roupa também não que tem de ser de marca, mas é sempre possível arranjar uma etiqueta. Os noddos pais dariam com certeza melhores Ministros da Economia do que os que temos tido. Obeigado.
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  • Carlos Rodrigues Correçõ: os nossos pais.
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  • Victor Barroso Nogueira Carlos Rodrigues Naquele tempo os livros eram recicláveis "ad æternum", pois vigorava o livro único e obrigatório no Portugal estático que eles diziam ser "do Minho a Timor". Os livros pouco mudavam, eram quase os mesmos de pais para filhos LOL. 




    Mas irritava-me que eu tivesse de ter cuidado com a roupa nova que depois de "herdada"pello meu irmão já não merecia advertências nem cuidados. LOL

    E naqele tempo alguma da roupa era costurada em casa, não havia lojas de pronto--vestir. 
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  • Carlos Rodrigues .Sem discutir o conteúdo desses livros Ad eternum, porque o regime fascista sempre se teve como imortal, por outro lado dava jeito...Quanto à roupa eu sendo filho único não herdava nada, nem vantagens nem desvantagens...LOL
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)