sexta-feira, 7 de novembro de 2014

SOBRE A GUERRA COLONIAL E AS MISSÕES PROTESTANTES EM ANGOLA


16 de Junho de 2013 · 

SOBRE A GUERRA COLONIAL E AS MISSÕES PROTESTANTES EM ANGOLA
1. - Os missionários norte-americanos teriam uma missão política tal como as católicas a tinham. Quanto aos territórios portugueses em África, sempre foram cobiçados por ingleses e alemães, tendo havido mesmo uma partilha secreta delas anterior à 1ª Guerra Mundial. Ao contrário as missões católicas portuguesas, as protestantes ensinavam a ler e a escrever e despertavam a "consciência". Nos movimentos pelos direitos cívicos e contra o racismo nos EUA havia inúmeros "brancos". Na foto surgem apenas "negros" porque os brancos em princípio frequentavam as escolas oficiais públicas, onde se ensinava o catolicismo.
"Graças a Deus" o Jorge não é racista, apenas xenófobo ? Olhe que tb por esse mundo fora existem muitos preconceitos e estereótipos contra os portugueses, de que os emigrantes poderão falar.
Sem ir mais longe, os massacres do 15 de Março de 1961 foram precedidos pelos massacres perpetrados pelas forças armadas portuguesas no início de 1961 contra milhares de camponeses em greve contra as condições de trabalho e o regime de monocultura da Cotonang. Metralharam e regaram com napalm milhares de camponeses e suas aldeias.
A censura na altura silenciou esse factos. As rivalidades tribais eram acicatadas pelos governantes portugueses e os bailundos eram usados como tropa de choque contra os povos do Norte. Tal como o Governo de então acicatava os portugueses contra os espanhóis e contra os ingleses, por exemplo. ("de Espanha nem bom vento nem bom casamento" e a "pérfida" Albion)
Em todas as colónias os movimentos de libertação tentaram negociações para um processo de transição pacífica com vista à independência, o que sempre foi negado, ao contrário do que sucedia nas colónias de outros países, embora nem sempre tal tenha sucedido em colónias britânicas (Quénia) ou francesas (Argélia). Tal processo pacífico foi criminosamente recusado pelo Governo de Salazar, apoiado na altura pelos pelos grandes grupos económicos portugueses com interesses nas colónias. A descolonização era apoiada pela ONU e pelos novos países africanos, e os movimentos de libertação tinham o apoio dos EUA, dos países do Norte da Europa (Holanda, Suécia, …), pela República Federal Alemã, pela China, pela URSS ,,,
O Governo de Kennedy avisou o Governo de Salazar da iminência do "levantamento" insurreccional, mas Salazar nada fez, possivelmente para ter o pretexto para "Angola e em força".
2. - Em tempo: as autoridades portuguesas em Angola e os comandos militares avisaram em tempo da previsibilidade dos levantamentos insurrecionais e da insuficiência dos meios militares para enfrentá-la mas, tal como veio a suceder no chamado "Estado da Índia", o Governo de Salazar "ignorou" as advertências! Tudo isto hoje é do conhecimento público e está documentado. Como está documentado que o Governo de Marcelo Caetano colaborou com o movimento racista e tribalista da UNITA e que tentou a partir de 1973 fomentar declarações de independência unilaterais "brancas", como a da Rodésia de Ian Smith, contando tb com o apoio do Governo racista "branco" da União Sul-Africana.
Tivessem o Governo de Salazar e os grandes grupos económicos portugueses apoiado uma transição pacífica para uma independência multi-racial e hoje não haveria "retornados", "expoliados" ou "expatriados" e "desenraizados"(comentário no SanzalAngola)

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