sexta-feira, 7 de novembro de 2014

SOBRE A GUERRA COLONIAL E A RESISTÊNCIA À OCUPAÇÃO

SOBRE A GUERRA COLONIAL E A RESISTÊNCIA À OCUPAÇÃO
O 15 de Março de 1961 foi precedido pelo massacre dos camponeses na Baixa do Cassange, uma região tão grande como a Portugal, em greve por causa do regime de monocultura e das condições de trabalho na Cotonang (4 e 6 de Janeiro de 1961). Os camponeses e as aldeias foram metralhados e regados a napalm pelas forças armadas portuguesas- Os órgãos de comunicação social, devido à censura do regime fascista, nada noticiaram. Já imaginaram o que seria metralhar os assalariados rurais alentejanos e regar com napalm as aldeias do alentejo?
Aliás o Governo Português de então não estava interessado em que a maioria dos povos das colónias falassem e escrevessem português porque isso permitiria a comunicação entre as várias tribos, cujas rivalidades acicatava, usando por exemplo os bailundos do sul para trabalharem nas roças do norte. A mesma política que seguia em Portugal, atirando os camponeses da beira-baixa contra os assalariados rurais alentejanos.
A história que nos "ensinavam" não mencionava a resistência dos povos africanos à colonização, Aliàs os portugueses acham natural que tivessem resistido à ocupação de Portugal pelos espanhóis, pelos franceses e pelos ingleses, mas não reconheciam esse mesmo direito aos povos das colónias portuguesas.
Resistir à ocupção de Portugal pelos Espanhóis e às invasões francesas eram actos de heroísmo e celebrada a Padeira de Aljubarrota ou D. João I com apoio da arraia miúda e dos burgueses ou os conjurados de 1640, mas resistir à invasão e ocupação dos territórios africanos era "rebelião", "traição", "terrorismo". Dois pesos e duas medidas ?


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