* Victor Nogueira
Dentre os livros para ler estava este - Paralelo 75 ou O segredo de um coração traído, de Jorge Araújo e Pedro Pereira - que comprei não sei onde nem quando, provavelmente na sequência do passar da páginas e de breve leitura entre as mesmas. Para além do texto, as imagens, cativantes e algo etéreas. Parte do que é referido no extracto seguinte consta do meu poema "Raízes" (1). O resto, é a memória/história de muitos amigos. incluindo os meus pais, que em 1975 desembarcaram na doca de Alcântara, em Lisboa, deixando para trás um país que tinha conquistado a alma e o coração do meu pai, apanhados pelo desenrolar dos turbilhões da História. Na derrocada do Império, aquela viagem no "Infante D. Henrique" era o dobrar dos sinos, a tentativa de na viagem sem regresso o luxuoso paquete tentar manter as aparências apesar do descalabro, o meu irmão, de camisola de gola alta, impedido de entrar na sala das refeições porque não tinha gravata, a gravata que à civil nunca usara, que não era hábito usarmos, problema resolvido pelo empréstimo do pedaço de pano em torno do pescoço que marcava a diferença da "classe" e garantia o direito de acesso.
(1) http://kotodianguako.blogspot.pt/2007/05/razes.html
CONTINUA EM http://daliedaqui.blogspot.pt/2015/02/araujo-jorge-e-pereira-pedro-sousa.html
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)