* Victor Nogueira (texto e fotos)
1971 (Évora)
Hoje, em Évoraburgomedieval é terça feira e, para além dos turistas habituais, a Praça do Giraldo e o Café Arcada encontram-se cheios de forasteiros, solidamente especados, indiferentes a quem passa e ao estorvo provocado. É dia de S.Porco, i.e, dia de mercado, em que os homens vêm à cidade para o negócio do gado, enfiados nos seus fatos escuros, de mau corte, botas enlameadas e chapéu na cabeça. Detesto a sua falta de maneiras, embora por vezes seja uma distracção observar as suas atitudes. O mais interessante neles é o modo como se escarrancham nas cadeiras, à mesa do café, solidamente instalados, o chapéu na cabeça atirado para trás. (MAF - 1971.10.09)
1972 (Évora)
Évora é uma terça -mercado numa praça
…......numa praça em terça-mercado um café
…......de um café em praça numa terça-mercado
de agrários cinzentos
como cepos sem vida (1972.10.17)
Amanhã é 3ª feira, o meu dia negro, pois a cidade - e o café - enchem-se de alentejanos corpulentos, solidamente parados no meio do caminho, de chapéu na cabeça e fatos escuros, como se nada mais existisse no mundo senão as suas irritantes pessoas ! (NID - 1973 ?)
1973 (Arraiolos)
Acabei de inquirir um rapaz de 14 anos. Anda com o pai a guardar. É muito senhor do seu nariz e pouco afeito a fatalismos. Mas isso dificilmente lhe dará os meios necessários para abandonar o detestado trabalho rural e continuar a estudar para electricista. A irmã dele, tapeteira desempregada, também está descontente. O Sindicato conseguiu melhores salários para as tapeteiras. Mas as empresas da região , alegando não poderem suportar os encargos resultantes, solucionaram a questão, uma encerrando as portas, as outras despedindo operárias. Mas como o serviço tem de ser feito e como as pessoas precisam de viver, algumas continuam a trabalhar, sim, mas no domicílio. Os encargos dos patrões são assim menores (nada de férias, nem descontos, nem subsídios, nem indemnizações...)
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Foi o presente de Natal - muito em voga no Portugal de hoje - mau grado o esquecimento compreensível do Marcelo [Caetano] e do Pai Tomás nos seus discursos [da quadra]. As tapeteiras ganhavam à tarefa 400 $ 00 / m2 de tapete, vendido a 1000 $ 00 / m2. A partir deste mês passam a ganhar mensalmente uma quantia fixa. Mas a sua consciência sindical é quase nula ("Quem pode manda" e "Sempre foi assim") e a irmã do Vitorino continua sem emprego e sem companheiras que resolvam reunir‑se no Sindicato para discutir o problema! (MCG - 1973.01.08)
Encontrei hoje a primeira pessoa que me falou abertamente contra a "guerra no nosso Ultramar". ("nosso, não - acrescentou - que eu não tenho lá nada") Mas não falou contra por nobres ideias. Arrendatário de 500 ha de terras (desde há 49 anos), pareceu‑me um lavrador à antiga, estilo senhor de escravos, com salários de fome, condenado à morte, como o segundo, um rendeiro de 15 ha há 30 anos. O mundo andou e eles ficaram para trás. Ganharam a batalha durante 40 anos mas perderam a guerra.
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Nas pesquisas que fiz pela biblioteca do Instituto descobri 2 livritos interessantes, dum tal Pequito Rebelo, pessoa célebre na altura, sobre a agricultura cerca de 1925 / 1931 (são dessa altura) Por essa altura (1925) o Governo da I República queria promulgar uma lei da reforma agrária (não sei se ainda conseguiu fazê‑lo), para divisão dos latifúndios do Alentejo e distribuição das terras pelos tipos do Norte, uma tentativa para diminuir a emigração para o Brasil. E o Pequito Rebelo desenvolve toda uma argumentação para justificar a manutenção do estado de coisas. Um primor. Claro que o 28 de Maio de 1926 permitiu o "triunfo" momentâneo destes tipos como os que citei atrás. A lei que o Ministro Ezequiel de Campos pensava promulgar era chamada de "comunista" pelo Pequito. Não houve "revolução" no sentido de se proceder à reforma agrária. Mas o desenvolvimento do Centro e Norte da Europa determinou o êxodo, primeiro dos rurais e agora dos operários e doutros jovens. Agora gritam que não têm pessoal, falam contra a emigração e a guerra. (MCG - 1973.06.08)
E assim se amainou a tempestade. Mas outra me esperaria, ao inquirir um taberneiro velhote que é seareiro (este ano é o último, pois aquilo não dá) Às tantas um homem com ar espertalhote (46 anos, ao que me disse) intrometeu‑se na conversa, porque quisera emigrar mas não pudera por causa da idade. E vai daí gerou‑se uma conversa sobre o que valia mais, se o lido (estudos) ou o corrido (prática) e, portanto, se um jovem ou um homem da idade dele ("Qual escolhia o senhor?", perguntava‑me); sobre o estado da agricultura, cuja solução, para os presentes (suponho que seareiros e proprietários ou rendeiros de quintais de 0.5 a 5 ha.) era a distribuição das grandes terras por quem quisesse nelas trabalhar, completamente inconscientes de que o mundo é outro para além daquelas terras, insensível a métodos e processos de exploração agrícola ultrapassados, sem respeito pelo "corrido"doutras eras. Um outro proprietário com quem falara - esse já com propriedades maiores, estava consciente - como alguns outros - da necessidade do cooperativismo e da agricultura de grupo, da mecanização e da introdução de novas culturas e processos de cultivo, do regadio e da exploração pecuária (que não é ter meia dúzia de ovelhas e uma vaca). Mas as pessoas, segundo eles, são muito desconfiadas, pensam sempre que o vizinho o quer enganar e armam‑se em "espertalhões".
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Deparo assim com uma arraia miúda tradicionalista em política agrícola - pese embora a sua consciência aguda de alguns problemas - e com outra mais consciente, mais aberta, que tem um certo "desprezo" por aqueles. Mas o sentimento de que a agricultura está em crise é mais ou menos geral e que na terra apenas ficam os inválidos e os analfabetos, sem brio profissional. (MCG - 1973.03.26)
Só fiz um inquérito hoje. Um velhote de 72 anos, cabo reformado da GNR e ex-comandante do posto do Vimieiro. Muitos elogios ao Marcelo [Caetano] (já o carcereiro de Arraiolos me dissera: "Deus o conserve por muitos e bons anos"). Um casal de velhotes simpático, à moda antiga, que nunca bateram nos filhos, que no entanto tinham de andar na linha, nada de saídas nem bailes. (MCG - 1973.03.16)
A exiguidade das terras só permite aos seus proprietários empregar, eventualmente, mão‑de‑obra assalariada , nomeadamente nos meses de maior trabalho: NOV / DEZ (apanha da azeitona) e MAIO / JUNHO (Ceifa). Outras tarefas que antigamente ocupavam muita gente estão em declínio, como é o caso da monda,, que no Inverno dava trabalho (mas tal já não sucede por causa das "químicas") Também a mecanização da ceifa (ceifeiras‑debulhadoras) diminui o número do pessoal empregado nessas tarefas.
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Nos períodos de ponta já existe dificuldade em recrutar mão‑de‑obra indiferenciada, em contraste com os tempos de outrora. Antigamente e segundo vários testemunhos recolhidos, p.ex., chegavam a juntar‑se duzentos trabalhadores na praça do Vimieiro frente ao posto da GNR implorando emprego e, na Igrejinha, normalmente apenas uns duzentos dos oitocentos trabalhadores conseguiam trabalho.
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A emigração terá sido a última resposta dos trabalhadores rurais a esta situação de miséria, permitindo aos que permaneceram auferirem melhores jornas e obrigando à mecanização dos trabalhos agrícolas.
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(...) E no entanto a crise da agricultura vem de longe, no tempo. Nos primeiros anos de 1930 (?!) a Direcção da Associação dos Trabalhadores Rurais, na Igrejinha, recebeu um ofício [do Governo] inquirindo de propostas para resolver as crises de trabalho: a divisão e o arrendamento das propriedades, foi a resposta. Dias depois, uma camioneta cheia de polícias armados parou à porta daquela Associação e levou presos os membros da Direcção, segundo o depoimento dum velhote que fazia parte dela e que me surpreendeu pelas referências feitas à CGT (Confederação Geral do Trabalho): "Ainda estivemos presos 12 dias. Ora se eles queriam fechar a Associação, escusavam de estar com estas coisas. Eles podem, logo mandam". (...) Contudo outro inquirido afirmou, noutra ocasião:"Não, nunca associações de trabalhadores cá na Agricultura. Na Igrejinha? Não, isso começou aqui em Arraiolos. Quando foi da República, em 1910. Mas isso não resultou. O Presidente era analfabeto e fugiu com o dinheiro. Mas nunca houve associações dessas cá entre os trabalhadores. Nem na Igrejinha." (1973 - Inquéritos às Condições de Vida da População de Arraiolos)
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[1] - Na véspera, em Valverde, Évora, houve um debate animado entre o [Emídio] Guerreiro e dois regentes agrícolas, professores na Escola de Regentes Agrícolas, sendo um deles proprietário. Este, mais velhote, encerrou‑se num beco sem saída: o Alentejo não tem condições para a agricultura. Não tem e não tem! Pronto! Nem há possibilidade de reconversão agrícola ou de reforma agrária. A experiência do Eng.º Canelas (nosso professor de Gestão de Empresas Agrícolas, numa perspectiva capitalista)? A ver vamos (ele há‑de falhar, deixem estar, estava implícito na sua resposta. "Isso é porque tem o dinheiro da CUF e não apanhou ainda um mau ano agrícola. Enfim, viva a rotina! (MCG -1974.02.11)
[2] - Vimieiro - principal aldeia na área do município, com diversas igrejas.
1 . - Uma "manife" em Évora, num verão quente, nos idos de 1974
Ontem, no comício do PC, ali no Rossio de S.Brás, o Álvaro Cunhal falou na independência dos povos das colónias. (...) Ainda antes do Álvaro Cunhal falar o palco foi abaixo por duas vezes. Uma multidão imensa concentrava se em redor do palco, junto ao Monte Alentejano, agitando se inúmeras bandeiras vermelhas do PC. Em uníssono, a multidão repetia as palavras de ordem, de punho erguido.
Detecto, junto a mim, um grupo que vai comentando ao sabor das intervenções. Quando se falam nas torturas sofridas pelo Cunhal e outro comunista, uma mulher ao meu lado diz-me:"Coitadinho! Bandidos!" E a multidão grita: "Morte à PIDE!". Dois delegados dos Sindicatos Agrícolas (Évora e Beja) enumeram as quebras dos contratos colectivos de trabalho e o nome dos latifundiários. A multidão grita: "Morte aos cães!" "A terra a quem a trabalha!".
Ao meu lado, algumas mulheres dizem: "É assim mesmo!" e "Essa sou eu!", quando se fala em ranchos despedidos. O Álvaro Cunhal cita as lutas revolucionárias dos trabalhadores alentejanos e a "palha" que os latifundiários teriam mandado dar aos trabalhadores que imploravam comida. E a revolta; que enquanto houvesse ovelhas, galinhas e porcos não comiam palha os trabalhadores!
O Partido faz a sua campanha e no palco estão pessoas que já conheço de há muito. Por detrás delas, enormes, em fundo vermelho, as efígies de Marx, Engels e Lenine. A brancura de Évora é agora quebrada por cartazes do PC. Marx, Engels e Lenine enchem as ruas, conjuntamente com cartazes com a foice e o martelo. (1974.07.28)
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1975
2. Hoje fui até uma herdade aí para a Estrada de Arraiolos, que os trabalhadores ocuparam. Agora é que os latifundiários começam a não gostar. (MCG – 1975.02.03)
1976
Na ordem do dia - pelos jornais - está a Reforma Agrária. O "pluralista e independente" Luta [do PS] é um autêntico pasquim. A "Voz do Povo", como não podia deixar de ser, ataca os cunhalistas, que na voz da UDP seriam os sabotadores. Enfim ... Muito material tenho recolhido para me esclarecer.
Hoje à tarde haverá a 1ª manifestação contra o aumento do custo de vida. Apesar dos perigos do fascismo - ou por isso mesmo - o PCP (R) (UDP e ex-PUP) têm de medir forças com o ... PCP (MCG 1976,01.16)
1974 / 1978 (Monte da Arouca, depois Unidade Colectiva de Produção Soldado Luís)
1974
Estamos a meio da tarde dum domingo, aqui no Monte da Arouca onde a Celeste dá aulas, uma herdade enorme que quase parece uma aldeia, agora abandonada (quase),pela crise da agricultura e da política dos agrários. O monte fica junto ao Rio Sado, a 10 km ao sul de Alcácer do Sal e a 2 horas de camioneta de Lisboa. No meu colo está a minha amiga Eva, filha duma trabalhadora, e que tem 3 anos. Uma "mulherinha", como me diz. A mãe dela aquece-se ali ao lume, enquanto a Celeste e a mãe [D. Maria] arranja as azeitonas que colheu ontem à tarde (NSF 1974.11.24)
Aqui, neste monte onde a Celeste dava aulas, morando numa casa como a dos restantes trabalhadores, vim muitas vezes aos fins de semana ou nas férias entre 1974 a 1978.
Ao Monte da Arouca podia chegar-se a partir de Alcácer subindo o Rio Sado, estreito e de margens verdejantes. Em Vale de Guiso, um cais de madeira. Para a outra margem, para Arouca, o acesso era mais difícil. A ligação entre as duas margens fazia se por barco, sendo necessário muitas vezes chamar o barqueiro. Daqui, pelo meio dos arrozais, a pé, com o carrego na mão, às costas ou à cabeça, chegava se ao monte, a uma certa distância.
Outros dois acesos eram por terra, de automóvel, ou a partir da Herdade/Estalagem da Barrosinha, seguindo por uma estreita estrada à beira rio, que nalguns pontos derrocava no inverno, impedindo o acesso por automóvel. Restava o outro caminho, pelo meio do montado e seguindo estreitos e múltiplos carreiros, quase intransitáveis no inverno, salvo para os jipes e o (nosso Renault) 4L, carreiros sem sinalização sendo a escolha certa fruto da memória e da experiência.
O Monte da Arouca era quase uma aldeia, com as casas dos trabalhadores rurais, de telha vã, chão de lajedo ou cimento, com dois quartos e uma sala comum, esta com lareira, sem portas interiores e quase sem janelas. Para além desta a casa grande dos agrários, no caso os Lince, a escola primária, com tanque de rega adjacente, o armazém (com lajes com inscrições, talvez provenientes dalgum cemitério). Tirando a casa grande, as outras não tinham instalações sanitárias; as necessidades satisfaziam se no campo, por detrás dum muro ou dum arbusto. Também não havia electricidade (sendo a iluminação feita por candeeiros a petróleo, dentro de casa, ou com pilha eléctrica no exterior, em noite de lua nova). Não havendo também água canalizada, esta era fornecida pela fonte, mais adiante, junto ao canal e perto da ponte de madeira que permitia a passagem dos tractores agrícolas. A água era transportada em bilhas ou cântaros, trazidos à cabeça ou à ilharga. Junto à fonte, com bomba, encontrava se, no meio de canaviais, o tanque, utilizado para a lavagem da roupa. Espalhadas pelo campo, ao abandono e em degradação, várias alfaias agrícolas, algumas delas sendo maquinaria.
Na altura em que lá vivemos a maior parte das casas estavam desabitadas: habitavam apenas a família do capataz, que havia aderido à Reforma Agrária (3), e a família do senhor Custódio: esposa (sra. Catarina), filhas (Aciolinda e ... ) e neta (Eva), filha da primeira. [A maioria dos trabalhadores e suas famílias preferiam viver na aldeia fronteira, de Vale de Guiso]
Vale de Guiso é uma aldeia no outro lado do Rio Sado, com um cais de madeira, para os botes que nele navegam e fazem a travessia entre as duas margens, como se referiu. Trata-se duma aldeia de casas brancas, com pequenos quintais ajardinados defronte, onde sobressai a Igreja e um edifício vizinho arruinado, com alguma imponência. Na venda junto ao rio fica o telefone público, outrora meio de contacto com o exterior. A alguns quilómetros fica o apeadeiro ferroviário com o mesmo nome. Numa aldeia próxima, vizinha, o táxi, que transportava o pessoal de e para Alcácer do Sal. As casa têm um pequeno quintal fronteiro, arborizado, o que não é habitual no Alentejo.
Os terrenos são arenosos, sinal de que outrora toda esta vasta região esteve coberta pelas águas marinhas. Sobreiros, oliveiras e pinheiros são o coberto vegetal característico, cuja principal cultura, de regadio, é o arroz.
Toda esta região de Alcácer do Sal é arenosa, testemunho da sua cobertura pelo mar, antes deste recuar deixando a descoberto esta fina areia branca, aqui e ali quebrada por afloramentos calcários, acastanhados; para além de sobreiros, na região abunda o pinheiro manso. (Memórias de Viagem, 1997.08.20)
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1- Povoações onde os veraneantes podem banhar-se em praias oceânicas, para lá das dunas.
2 - No tempo da Reforma Agrária esta herdade e as vizinhas foram integradas na Unidade Colectiva de Produção Soldado Luís, homenagem ao militar morto no ataque aéreo das forças do General Spínola ao Quartel do Ralis, em Lisboa, a 11 de Março de 1975.
3 - O Monte fora integrado na Unidade Colectiva de Produção Soldado Luís, morto no ataque feito pelas forças contra-revolucionárias.
CAMARADA, NÃO TE DEIXES ILUDIR COM FALSOS SOCIALISMOS. SOCIALISMO HÁ SÓ UM, O SOCIALISMO PROLETÁRIO QUE LIBERTA O HOMEM DA EXPLORAÇÃO E DO CAPITALISMO E O CONDUZ AO COMUNISMO. NÃO TE ILUDAS NEM COM FALSOS SOCIALISMOS NEM COM FALSAS LIBERDADES (Mora - 1975)
to Victor Nogueira - Évora - 1976
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)