quarta-feira, 19 de agosto de 2015

cont(r)a-corrente

* Victor Nogueira


Vou às compras ao Modelo/Continente de Vila do Conde e resolvo seguir não pela por vezes ronceira EN Porto/Viana do Castelo mas pela "paralela" A28. Chegando à rotunda perto dos arcos do Aqueduto de Santa Clara verifico que no sentido inverso vigora o pára-arranque, com mais páras que arranques. Ainda são apenas 18 horas, a tarde está soalheira, um soalheiro que a brisa torna quase invernal, e resolvo seguir até à marginal costeira, inflectindo para sul  rumo ao centro de Vila do Conde. Para Norte vigora também o pára-arranca mas na direcção que sigo a via está desimpedida. Entusiamo de pouca dura pois cerca do Castelo de S. João Baptista, na foz do Rio Ave, mergulho no inferno do pára-arranca nas vias estruturantes da cidade, do qual não consigo livrar-me, por mais caminhos interiores alternativos que procure. Vou sempre desembocar no sufoco.

Resta-me esperar que o tempo passe e desafogue o trânsito. Regresso à fieira de esplanadas junto ao Castelo, vazias de clientes. A brisa fresca não é acolhedora e vou olhando para o interior dos pouco apelativos e correspondentes "cafés". Escolho um à sorte, o ar denuncia o fumo do tabaco do jovem que namorisca a empregada, jovem de negro vestida - muitas jovens de negro vestidas encontro empregadas por esta zona -  encomendo uma torrada e um iced-tea. Por estas bandas as torradas "comem-se" e não são saborosas como as de Setúbal. Enquanto mordisco a torrada e bebo, vou lendo um livrito de contos de ficção científica. Nem aqui me livro do mosquedo, sarnento, que esvoaça em torno de mim. O tempo escorre, o trânsito seguramente ter-se-á esvaído, pago e rumo ao Fiesta. 

A bateria da máquina fotográfica falha ao fim de duas ou três fotos, descarregada. Em tempos comprara duas para suplentes de reserva, mas a maquineta recusa-se a "reconhecê-las". É de "finuras",  o aparelho.

São já 19h 30m  e  desisto de ir à loja do Ti Belmiro. Sigo pela recta do Mindelo e na zona industrial, estilo "Chinatown" de armazéns de vendas por grosso, paro no "Mini-Preço" para abastecer-me de víveres. Nestes mini-mercados da zona, incluindo o Modelo, é pouca a variedade de produtos.  Abasteço-me e são quase 21 h quando arrumo o Fiesta no quintal e cerro o portão.


Sobre o castelo e a envolvente ver  na foz do rio Ave in


no pára-arranca paralelo ao rio ave,com o convento de santa clara em fundo


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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)