* Victor Nogueira
Na varanda soalheira onde hoje o sol não escalda corre uma brisa fresca e algo frigída. Chilreiam aves e ouvem-se não cucos mas o que me dizem ser rolas bravas, como que arrulhando. De vez em quando passam carros trepidando suavemente na calçada da rua e aviões sulcam e atroam os ares neste fim de tarde semi-estival.
Esparsamente ouvem-se latidos esganiçados de cães nos quintais vizinhos; como já me reconhecem, não é por minha causa mas por estranhos que circulam na rua, alguns dos quais vislumbro pelo canto do olho, enquanto ponho a leitura em dia, com o “Público” que o Alcino, o vizinho da frente, me facultou por sua iniciativa e amavelmente.
As moscas dão-me uma abençoada trégua. Foi dia de festa: recebi vários telefonemas e algumas mensagens em retribuição das minhas.
São horas de jantar e a cozinha chama por mim.
foto victor nogueira - mindelo - a praia
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)