quinta-feira, 1 de setembro de 2016

as hordas invasoras do Algarve e do al-Ândalus


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Nas vezes em que permaneci no Algarve e foram quatro, quer no Verão, quer na Primavera e Outono, estive em várias praias, de Aljezur a Lagos e Portimão e fiquei seduzido pela Serra, de Silves a Alcoutim e pelo litoral de Faro e Tavira a Castro Marim. Se tivesse de escolher uma terra para viver, seria Silves ou Tavira. Estive acampado em Lagos e Aljezur e em apartamentos em Portimão e Tavira.

COMENTÁRIO A UM TEXTO DE


fim de Agosto
abalaram os invasores
hordas que desceram por Portugal abaixo 
regressam saciadas
"fui pró algarve" hão-de anunciar no emprego a esquecer a quem não sabe que passaram as férias entre as sandes ao almoço e o jantar combinado em pormenor na praia onde o menu foi tema de conversa durante os quinze dias em que viveram acotovelados num T4 alugado por três famílias, pai mãe filhos noras e netos, e mais os namorados das filhas solteiras que vieram e "arranja-se sempre", dizem
hão-de contar a quem não sabe que estiveram na praia 
a única que conheceram e apenas aquele espaço em que enterravam a cada manhã quatro guarda-sóis e por baixo a tranquitana dos netos e os sacos ajoujados de comida e toalhas e o diabo a quatro
dirão que estiveram no Algarve a quem não sabe que as noites passaram-nas a descer e a subir a mesma rua atafulhada de suores e perfumes desapropriados de gente parecida
eles nus da cintura para cima e elas enroladas em inestéticas saias marroquinas 
(e a falarem alto
na praia e em casa e na rua
a falarem sempre muito alto e ainda assim sem se ouvirem)

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)