* Victor Nogueira
Esta Pénelope
não em Ítaca
mas no cimo do cerro
encerrada
por Ulisses não serra
as grilhetas
em cíclope tarefa.
Cadenciadamente
cai areia nas ampulhetas
e a teia
não ateia nem incendeia,
sem chama
a nau vagueia.
Tece pois Penlope a manta
sinhá moça rendeira
e em Tróia jazz
sem paz o segredo
que rima
em degredo
A harpa
hárpia é
uma farpa na rude escarpa
Não arrima Penélope
e
sem corda não acorda
sem ponte que aponte a fonte
não corre
em cerrado morre no cerro
sem Lampião
Maria, a Bonita !
.
Mindelo 2016.10.28
GRAVURA - "olê, mulher rendeira 1" por EDINA SIKORA
IN http://edinasikora.blogspot.pt/2014/01/ole-mulher-rendeira-1-e-2.html
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)