ainda a expressão da vida nos escritos de ...
* Victor Nogueira
O AMOR É BEM QUE SUAVIZA
A tua presença na minha casa
Enche o ar de color e alegria,
Arte, doce, terna, bela magia;
Assim meu coração ganha outra asa.
Cozinhamos o pão que não esfria,
Brincando, procuramos boa vaza
P'ra espantar a tristeza, que arrasa
Rio, danço, com tua cantoria.
Com tua feição nos vasos pões flor
A tudo dando vida e bom sabor;
Caricio teu corpo, os teus lábios,
Afago teu rosto, aparto as dores;
A rua, plena de sol e louvor,
É verde planura com riso dos sábios
setúbal
1989 Setembro 05
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SEDUÇÃO
O desejo é uma nave
..............penetrando na imensidão destes dias.
Gomo a gomo
desfolhamos o cetim
do nosso corpo.
O ar está pleno
.......deste cheiro agridoce
................almiscarado.
Procuramos a sombra
................fulva e ardente
................fresca
do sol
num murmúrio crescente e
........................ondulante
em vagas sucessivas
no chão arenoso
a macieza da boca
................no seio do ventre
os lábios traçando
..............o mapa do desejo
o sabor da cisterna
.............da viagem dos sentidos
.............ao fim do mundo
nos corredores
a ....ventura
por nós talhada
Descoberta inventada
sem sombras nem limites
.....................(des) enredada
No fragor da tempestade
a serenidade da calmaria
nesta cidadela
......................."sem muros
........................nem ameias"
1989.Março.09 - Setúbal
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Sedento nas tuas mãos esguias e belas
Sedento nas tuas mãos esguias e belas
aqui
na estrada da vida
à beira do caminho
de pé nesta tarde de verão
louco pássaro
.....................de asas partidas
busco a carícia do sorriso
..........o quente murmúrio da voz
..........o frémito das nossas mãos
..........o suave perfume do corpo apetecido
..........turbilhão incandescente sufocante
..........rio mar profundo
sigo ...com os dedos e os lábios o teu contorno
..........aqui os olhos ....a boca ....o lóbulo das orelhas
..........o andar decidido
..........os seios pequenos e firmes
além a ondulante seara
........a curva suave
........o moreno vale
fresco límpido agridoce refrigério
1985.Julho.28 - Setúbal
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Um rio enche a casa com o murmúrio de mil candeias
Um rio enche a casa com o murmúrio de mil candeias
enquanto
............ondulados
............compassados
............rítmicos
ouço
sinto
e reconheço
............os teus passos
Em silêncio junto as palavras
.................percorro o teu corpo
.................flexível e moreno
Rio, choro e bailo contigo
quando assomas à porta e
..........busco o veludo dos teus lábios e do teu rosto.
bebendo o vinho da esperança
Tudo tem agora outra qualidade
..........................a qualidade do trigo em flor
...........................................da brisa incandescente
...........................................da sombra refrescante
...........................................do sol sem ardor
e no ar
o fragor e e a calma silente da tempestade liberta e amainada
Setúbal 1989
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1.
Teen, dos 30 anos pus nos meus olhos o brilho e nos meus lábios o sorriso e da minha alma tirei as rugas e do coração as cãs. Mas feliz ou infelizmente, nos dois pratos da balança que é a minha vida continua o equilíbrio entre a razão e o coração. Mas depois das tuas palavras, quase regressei à tua idade, teen :-)
.
Teen, se a minha vida não fosse a dum perpétuo equilibrista, há muito que estaria a fazer tijolo com o peso das (des)ilusões. LOL
2.
Aqui estou no meu quarto, buscando para ti as palavras que não encontro, corpo sem imaginação mas irritado e desassossegado pela constipação que me percorre as veias e me enche dum nervoso miudinho. Busco para ti as palavras dos outros, nos livros dos outros, os ponteiros aproximando‑se das nove e trinta, hora da vinda do homem que levará de mim as letras que cadenciadamente vão surgindo no papel branco que já não é só! Busco as palavras e apenas encontro estas, hoje vazio de ti pela tua ausência, ontem pleno pela nossa presença. São vinte e uma e vinte, hora de parar, os livros espalhados pela mesa, o corpo quebrado, a imaginação e a voz quase secas e frias. Daqui desta terra, para ti noutra terra, te abraço e beijo com ternura e amizade, na memória do tempo que fomos juntos. Aqui estou!
.
Évora, 1972.09.21 (Do Victor Manuel para a Maria Papoila ou Maria Vai Com as Outras)
3.
CORAÇÃO ROSA DOS VENTOS
A tua carta é um pássaro pintado
…………………………com emoção e alegria!
Cada folha é uma seara dividida em quatro e
na delicadeza do teu olhar
sou um rio
……. leve rumor
….... suave brisa que passa e canta!
(Setúbal, 1992)
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4.
Cartas de Soror Maria Madalena ao Conde Niño por Victor Nogueira
(...)
3. - Este tempo enlouquece os sentidos e dos nossos lábios brotam as palavras ainda há pouco envoltas em espinhos e agora frescas e acetinadas, brilhantes como o orvalho. Dizem que a Primavera é a estação do amor. Mas o amor primaveril é recatado e suave. Mas o nosso, meu Amor, é quente como o fogo, convidando-nos à loucura; o nosso é um amor de Verão, pois é dos dias em que fora de nós estamos, em que o meu pensamento por ti me faz desejar-te até ao delírio, em que o sorriso e a voz terna fazem desejar-te, paradoxalmente, com toda a simplicidade que deveria haver entre um homem e uma mulher. Estás longe e os gestos e as palaras simples, os deslumbramentos, estão interditos. Não sei escrever coisas bonitas como as que me escreves. Queria apenas dizer-te da minha imensa ternura por ti, nestes dias quentes de verão, na cidade que proíbe os gestos que a mostrariam. envolta neste maldito vento suão. Ah! não poder escalar-te lábio a llábio, seguir-te com os meus dedos o perfil do nosso corpo em ti, em mim, até que a loucura corra livremente em nós ! Beijo-te e abraço-te e abandono-me-te com Amor, com ardor, porque não quero hoje pensar no futuro.
Cartas não datadas escritas por Soror Maria Madalena, encontradas numa feira de velharias, vertidas em português actual por Victor Nogueira, na cidade de setúbal aos 3 de Julho de 2012
ver o texto completo aqui
Cartas de Soror Maria Madalena ao Conde Niño
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vem de 3 sonetos sobre o amor mais umas letras
continua em entre eros e afrodite 09 - (novas cartas de soror maria madalena)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)